ESTUDOS DA ESCRITURA SAGRADA:

NOVO TESTAMENTO:

 

           

           

            FINALMENTE, A 3º E ÚLTIMA APOSTILA SOBRE: A ESCRITURA SAGRADA. QUEM TIVER LIDO A PRIMEIRA E A SEGUNDA APOSTILAS (AT), ENTENDERÃO TUDO O QUE ESTÁ DESCRITO NESTA ÚLTIMA APOSTILA (NT) –, SENDO QUE: “NA 1ª APOSTILA, ESTÁ RELACIONADO TODOS OS DIREITOS AUTORAIS DE ONDE, FORAM COPIADOS OS DESCRITOS NESTAS TRÊS APOSTILAS. SENDO, EU, ANSELMO ESTEVAN, APENAS UM RELATOR DOS FATOS E, AJUNTANDO TODOS NUM ÚNICO ESTUDO. VAMOS LÁ”:

 

 

INTRODUÇÃO

 

            O Novo Testamento apresenta-se sob a forma de uma coletânea de vinte e sete livros, todos escritos em grego e de dimensões muito desiguais. Por volta do século II criou-se o costume de designar esta coletânea pela expressão de “Novo Testamento”. Com efeito, os escritos que a compõem haviam pouco a pouco adquirido tamanha autoridade que eram tidos praticamente em pé de igualdade com os textos do Antigo Testamento, por muito tempo considerados pelos remanescentes sua única Bíblia, por eles nomeada “a Lei e os Profetas”, segundo o costume judeu da época. Se os escritos remanescentes acabaram sendo chamados de “Novo Testamento”, isto se deve essencialmente a terem os primeiros teólogos “remanescentes”, depois de Paulo (2Co 3,14), julgado que esses textos encerravam as disposições de uma nova aliança, cujos termos deviam reger as relações entre Yaohu e seu povo durante a última fase da história da salvação. A palavra “Testamento” traduz o termo empregado em hebraico para designar a aliança concluída entre Yaohu e Israel. O fato de falarem numa nova aliança levou os remanescentes a designarem, conseqüentemente, a coletânea dantes denominada “a Lei e os Profetas”, com o nome de Antigo Testamento, indicando com isso que viam nela sobretudo a codificação da antiga Aliança mosaica, que a seu ver, fora simultaneamente renovada e superada por Yaohushua.

            A redação desses vinte e sete livros e sua compilação numa coletânea única decorreram de um processo demorado e complexo. Por outra parte, a transmissão dessas obras, desde a antiguidade até nossos dias, implicou certo número de contingências, que não isentaram o texto de alterações. Finalmente, à distância, tanto histórica como geográfica e cultural, que nos separa do universo do Novo Testamento constitui uma dificuldade essencial para uma boa compreensão desta literatura. Torna-se, pois, indispensável, hoje, situa-la no ambiente que assistiu ao seu nascimento e difusão inicial.

            Qualquer introdução ao Novo Testamento, por sumária que seja, vê-se obrigada a examinar de início as condições em que os primeiros “remanescentes” foram levados a elaborar uma nova compilação das Sagradas Escrituras. A seguir, deve estudar como esses textos, constantemente copiados e recopiados, conseguiram vencer os quase quatorze séculos de movimentada história entre sua redação e sua fixação de forma quase imutável, quando da invenção da imprensa; e deve, ao mesmo tempo, dar conta da maneira pela qual se podem remediar as diversas alterações sofridas pelo texto no decorrer de sua transmissão manuscrita. Finalmente, a Introdução tenta fazer uma apresentação tão exata quanto possível do ambiente histórico, religioso e cultural em que o Novo Testamento nasceu e se difundiu.

            Esses três principais aspectos da Introdução são comumente denominados de problema do cânon, problema do texto e problema do ambiente de origem do Novo Testamento.

 

 

            O cânon do Novo Testamento. Assim como a palavra portuguesa “REGRA”, a palavra grega Kanôn admite um sentido figurado, o de regra de conduta ou regra de fé. Em português, a palavra “cânon” conservou este segundo sentido; designa, em certos casos, uma lista oficial. Neste sentido é que se fala de um cânon dos livros sagrados para designar a lista oficialmente reconhecida dos livros considerados normativos para a vida e a fé da Igreja. Com este sentido, o termo só entrou efetivamente em curso, na literatura “remanescente”, a partir do século IV. (ONDE ESTIVER OS “TERMOS EM NEGRITO: “REMANESCENTE”, “MESSIÂNICO” -, ESTÁ NO LUGAR DO TERMO ERRÔNEO (INVENTADO) – [“CRISTÃO”!]. GRIFO MEU. ANSELMO ESTEVAN”.

            Cabe perguntar como os primeiros “remanescentes” foram induzidos a pensar e concretizar a constituição de uma nova coletânea de livros sagrados e a realiza-la, complementando a coletânea denominada “a Lei e os Profetas”. Sumariamente, esta evolução pode ser esquematizada da seguinte forma:

            Para os remanescentes da primeira geração, a autoridade suprema em matéria religiosa assentava-se em duas instâncias. A primeira era o Antigo Testamento, citado pelos primeiros autores remanescentes em todas as suas partes, ou quase, como revelação de Yaohu. A segunda instância, que logo adquiriu preeminência, era comumente denominado “O ETERNOYAOHU. Esta expressão designava, de uma só feita, o ensinamento outrora ministrado por YAOHUSHUA (1Co 9,14) e a autoridade do Ressuscitado, expressa por intermédio dos apóstolos (2Co 10,8.18). Dessas duas instâncias que tinham força de critério, só o Antigo Testamento constava de textos escritos. Em contrapartida, as palavras de Yaohu e a pregação dos apóstolos foram conservadas oralmente durante muitos anos, e só com o desaparecimento dos últimos apóstolos se tornou consciência da necessidade, quer de fixar por escrito e essencial do seu ensinamento, quer de assegurar a conservação do que eles haviam redigido. A questão da autoridade de que se revestiam essas novas obras devia necessariamente surgir um dia, mesmo que, num primeiro tempo, a autoridade da tradição oral tenha prevalecido em face dos documentos escritos.

            Até cerca do ano 150, parece que os remanescentes se deixaram conduzir quase inconscientemente ao esboço de uma nova coletânea das Sagradas Escrituras. Há grandes probabilidades de que eles primeiramente tenham reunido e utilizado em sua vida eclesiástica um compêndio das epístolas de Paulo. Ao agir assim, seu objetivo não era constituir um suplemento da Bíblia. Eles simplesmente se deixaram levar pelas circunstâncias: de fato, os documentos paulinos já estavam escritos numa época em que, em ampla escala, a tradição evangélica ainda se conservava só oralmente; ademais, o próprio Paulo preconizara a leitura pública de suas cartas, bem como sua circulação pelas igrejas circunvizinhas (1Ts 5,27; Cl 4,16).

            Em todo caso, desde o início do século II, numerosos autores remanescentes dão a perceber claramente que conhecem um avultado número de epístolas paulinas. Daí poder concluir-se que uma compilação dessas epístolas foi constituída muito cedo e logo teve vasta difusão, devida, sem dúvida, à grande notoriedade do apóstolo. A despeito da autoridade que se atribuía a esses escritos, não existe todavia, antes do início do século II (cf. 2Pe 3,16), testemunho de que os tenham considerado como Escritura Sagrada e como detentores de uma autoridade comparável à da Bíblia.

            Durante todo este período, a posição dos evangelhos não se manifesta tão claramente quanto à das epístolas de Paulo. Sem dúvida, as obras dos antigos autores remanescentes não carecem de citações dos evangelhos ou de alusões aos mesmos, mas quase sempre é difícil definir se as citações são feitas segundo textos escritos que esses autores tivessem ante os olhos ou se eles se contentavam com evocar fragmentos da tradição oral. De qualquer forma, antes de 140 não  existe testemunho algum de que se tenha conhecido uma coletânea de escritos evangélicos. Nem se aduz qualquer caráter normativo ligado a uma dessas obras. Só na segunda metade do século II é que surgem testemunhas cada vez mais claros da existência de uma coletânea de evangelhos e da autoridade que, progressivamente, lhe foi atribuída.

            Por volta de 150, inicia-se um período decisivo para a formação do cânon do Novo Testamento. Justino Mártir foi o primeiro a indicar que os “cristãos” liam os quatro evangelhos, por ocasião das assembléias dominicais, considerando-os como obras dos apóstolos (ou, quanto menos, de personagens diretamente ligadas aos apóstolos) e atribuindo-lhes uma autoridade análoga à da Bíblia.

            Se esses escritos foram investidos de tamanha autoridade, não foi tanto por causa de sua origem apostólica, mas antes pelo fato de retraçarem a história de “YAOHU”, de acordo com a tradição recebida. Muito cedo, entretanto, ressaltou-se a apostolicidade dessas obras, em particular quando foi preciso defende-las contra a proliferação de escritos do mesmo gênero, mas cujo conteúdo dependia, o mais das vezes, de uma imitação grosseira, ou mesmo da mais pura fantasia.

            De fato, pouco depois de 150, mal se fez sentir na Igreja a necessidade de uma norma aceita universalmente, os remanescentes voltaram-se para a coletânea dos quatro evangelhos, que então se haviam imposto à atenção de todos, em virtude de suas qualidades internas e da autenticidade do testemunho que davam de Yaohu. De muitos pontos de vista era tão esmagadora a superioridade dos quatro que, bem depressa, eles eclipsaram o conjunto da literatura paralela, de tal sorte que se pode considerar que, por volta de 170, os quatro evangelhos já haviam adquirido o estatuto de literatura canônica, muito embora esta palavra ainda não houvesse sido pronunciada.

            Quanto às epistolas de Paulo, há quase certeza de que não entraram uma pós outra no cânon: foi o conjunto da coletânea que nele foi acolhido a partir do momento em que a idéia de possuir um cânon do Novo Testamento começou a se impor na Igreja. É provável que a noção de apostolicidade, já invocada em favor da autoridade dos escritos evangélicos, tenha atuado mais amplamente em favor da literatura paulina, que, pouco a pouco e de maneira fortuita, assumira o aspecto de uma compilação cuja autoridade era amplamente aceita nas igrejas do século II.

            Percebe-se que assim nasceu o princípio de um novo cânon das Sagradas Escrituras, mas este princípio, no fundo, jamais foi verdadeiramente discutido. A existência do cânon é antes uma situação de fato, que se generalizou rapidamente na Igreja. A reflexão teológica só interveio a posteriori ante a necessidade de definir pormenorizadamente o conteúdo do cânon. Muito provavelmente este movimento foi acelerado pela intervenção do herege Marcião (+ 160) que, por rejeitar integralmente a autoridade do Antigo Testamento, tinha urgente necessidade de dotar a sua igreja de novas Escrituras Sagradas e, por conseguinte, de um novo cânon. Desta forma, os marcionistas contribuíram até certo ponto para vulgarizar o princípio do novo cânon, o qual se admite ser composto de duas partes, o Evangelho e os Apóstolos, exatamente como o antigo também compunha de duas partes, a Lei e os Profetas. Desde o fim do século II, a idéia de uma nova norma escriturística implantou-se solidamente na Igreja, mas faltava definir o conteúdo do novo cânon. A lista definitiva das obras pertencentes ao cânon só se fixaria progressivamente, à medida que se estabelecesse um acordo em prol da crescente consciência da unidade da Igreja, graças ao desenvolvimento das relações entre as diversas comunidades de remanescentes. Entre 150 e 200, assiste-se à definição progressiva do livro dos Atos como obra canônica. No fim do séc. II, Irineu de Lião considera esta obra como Escritura Sagrada e a cita como o testemunho de Lucas a respeito dos Apóstolos. De fato, o livro dos Atos foi acolhido no cânon especialmente por seu parentesco com o terceiro evangelho, do qual era continuação. A evolução da noção de autoridade apostólica, no decurso do séc. II, foi igualmente um fator importante para a inclusão no cânon desta obra, que bem cedo foi considerada como introdução necessária ao conjunto das epístolas.

            Quando se tenta, no limiar do séc. III, fazer um balanço desta evolução, chega-se às seguintes constatações: em toda a parte, os quatro evangelhos conquistaram uma posição inexpugnável, que nunca mais lhes seria contestada. Desde este período, pode-se considerar concluído o cânon dos evangelhos. Quanto ao que diz respeito à segunda parte do cânon (os Apóstolos), deparam-se por toda a parte citados como Sagrada Escritura treze epístolas de Paulo, o livro dos Atos e a primeira epístola de Pedro. Certa unanimidade formou-se acerca da primeira epístola de João. Assim, o cânon definitivo já está mais do que esboçado. Subsistem, todavia, zonas de incerteza. Ao lado de obras que se impuseram universalmente à Igreja por uma espécie de evidência interna, encontra-se um número importante de obras “flutuantes”, mencionadas como canônicas por alguns “Padres”, mas tidas só como leitura proveitosa por outros. A epístola aos Hebreus, a segunda de Pedro, a de Tiago e a de Judas entram neste caso. Paralelamente, obras que nesta época são habitualmente citadas como Escritura Sagrada, e por conseguinte incluídas no cânon, não se manteriam muito tempo nesta situação e se veriam por fim expulsas dele. Foi o que sucedeu com a obra de Hermes intitulada “o Pastor”, com a Didaqué, com a primeira epístola de Clemente, a epístola de Barnabé e o apocalipse de Pedro.

            Nesta fase do processo, o critério de apostolicidade parece ter atuado de forma bastante geral, e vêem-se pouco a pouco cair em desgraça todas as obras que era impossível vincular a um apóstolo. Os livros que ainda seriam contestados durante o séc. III foram precisamente aqueles cuja apostolicidade era discutida neste ou naquele setor da Igreja. Os casos mais controversos foram os da epístola aos Hebreus e o do Apocalipse. A canonicidade da primeira foi por longo tempo energicamente negada no Ocidente e a do segundo, no Oriente. Por outro lado, a segunda e a terceira epístola de João, a segunda epístola de Pedro e a epístola de Judas só se impuseram lentamente. Não é necessário acompanhar pormenorizadamente todas as fases desta evolução, que resultará, no decorrer do séc. IV, na constituição de um cânon cujo conjunto é idêntico ao que nós conhecemos hoje, só persistindo incerteza quanto à ordem dos livros.

            A preocupação com a unidade, numa Igreja na qual se impunha sempre mais a precedência romana, contribuiu consideravelmente para atenuar as divergências que se haviam manifestado em alguma fase do processo da formação do cânon.

 

 

            Os apócrifos do Novo Testamento. Os livros reconhecidos como canônicos tornaram-se, por isso mesmo, textos sagrados e passaram a desfrutar, a partir da data de sua agregação ao cânon, uma espécie de imunidade que lhes valeu chegar até a era da imprensa em bom estado de conservação.

            O mesmo não sucedeu com as obras que não lograram implantar-se no cânon. Se algumas delas (como a Didaqué ou a epístola de Barnabé) desfrutavam de estima geral e, por este motivo, foram bem conservadas a despeito da sua exclusão do cânon, outras, em compensação, por não terem os mesmos títulos, foram descartadas de forma bem mais brutal da prática eclesiástica, tornaram-se assim muito vulneráveis, o que explica que ainda só existam em forma de vestígios.

            Reservou-se a denominação de “apócrifos”, ou seja, “escondidos”, para um certo número de obras que, apesar de certa semelhança com os escritos canônicos do Novo Testamento, eram consideradas como transmissoras de idéias estranhas às da Igreja e, em geral, secretas ou latentes, isto é, reservadas para um ambiente “sectário”, único a poder dispor delas para nelas haurir um “verdadeiro conhecimento”, ou gnose. Mais tarde, consideraram-se apócrifos as obras sobre as quais a Igreja recusava fundamentar a doutrina e fé e cuja leitura pública nas funções dominicais não autorizava. Esses livros, embora fossem em certos casos recomendados à leitura individual por seu caráter edificante, deviam permanecer ocultos no decorrer da prática litúrgica pública. É nesta última acepção que a palavra seria ordinariamente compreendida antes de, no momento da conclusão do cânon, vir a designar escritos falsamente atribuídos a apóstolos. A partir desta data, uma conotação nitidamente pejorativa prende-se ao termo “apócrifo”. As obras apócrifas serão então consideradas como veículos de erro.

            Seja qual for o seu valor literário, os apócrifos do Novo Testamento não deixam de ser obras extremamente preciosas para o estudo da evolução das idéias religiosas nos séculos II e III.

            Podem-se distinguir, grosso modo, no conjunto da literatura apócrifa, quatro categorias de escritos, que correspondem às diversas classes de escritos canônicos. Vale dizer que existem evangelhos, atos dos apóstolos, epístolas e apocalipses apócrifas. Só algumas destas obras serão aqui mencionadas.

            Os evangelhos dos Nazarenos, dos Hebreus e dos egípcios só chegaram até nós através de citações feitas pelos Pais da Igreja. Pelo que se pode julgar, tratava-se de escritos bastante parecidos com os evangelhos canônicos. O evangelho de Pedro, do qual se descobriu um fragmento no Egito nos fins do século passado, já contém traços de um gnosticismo que se manifesta em toda a sua extensão em obras mais bem conhecidas por nós, desde a recente descoberta, sempre no Egito, de livros como o evangelho da Verdade, o evangelho de Filipe e o evangelho de Tomé, este último contendo muitos pontos comuns com os evangelhos sinóticos. Essas obras diferenciam-se claramente, porém, dos evangelhos canônicos, pelo fato de não comportarem praticamente nenhum elemento narrativo. O livro conhecido com o nome de Proto-evangelho de Tiago apresenta uma narrativa ampliada dos evangelhos da infância, interessando-se mais particularmente pela história de Maria e pelos fatos que cercaram o nascimento de Yaohushua.

            Quanto aos atos apócrifos, são em geral escritos de edificação popular, inspirados longinquamente no livro canônico dos Atos. Comprazem-se em desenvolver o elemento maravilhoso na vida dos apóstolos que pretendem glorificar. De qualquer forma, esta é a impressão deixada pelos atos de João, Paulo, André.

            Excetuando-se o caso da Epístola Apostolorum, escrita por volta de 150, e que se prende mais ao gênero apocalíptico, pouco há a dizer das epístolas apócrifas. Na verdade, estes escritos não se podem comparar com as epístolas canônicas: assemelham-se menos a cartas do que a pequenos tratados de teologia, além de serem bastante medíocres. Quanto aos apocalipses apócrifos, podem ser citados, além do “Pastor” de Hermas o apocalipse de Pedro (uma especulação sobre a vida futura, o paraíso e o inferno) e o apocalipse de Paulo, que pretende pormenorizar a famosa visão relatada por 2Co 12, durante a qual o apóstolo fora arrebatado ao terceiro céu.

            Todos estes livros são posteriores aos escritos canônicos, dos quais são muitas vezes imitações. Em geral, não incorporam em si nenhuma tradição histórica antiga e, por isso, não são de grande valia para o estudo do Novo Testamento, seja qual for o interesse que apresentem para a história do pensamento “cristão” tardio.

 

 

            O texto do Novo Testamento. Conhecemos o texto dos vinte e sete livros do Novo Testamento através de um número muito grande de manuscritos, redigidos em línguas bem diversas e conservadas atualmente em bibliotecas espalhadas pelo mundo. Nenhum desses manuscritos é autógrafo: todos eles são cópias, ou cópias de cópias dos manuscritos outrora redigidos pela mão do próprio autor ou por ele ditados. Todos os livros do Novo Testamento, sem exceção, foram escritos em grego, e existem nesta língua mais de 5.000 manuscritos, sendo que os mais antigos estão redigidos em papiro e os demais em pergaminhos. Em papiro, só se possuem partes, por vezes pequenas, do Novo Testamento. Os mais antigos manuscritos gregos contendo a maior parte ou a íntegra do Novo Testamento são duas Bíblias em pergaminhos que datam do século IV. A mais venerável é o Codex Vaticanus, assim chamado por ser conservado na Biblioteca do Vaticano, este manuscrito, de origem desconhecida, infelizmente mutilado, atesta o Novo Testamento, salvo a Epístola aos Hebreus 9,14 – 13,25, a primeira e segunda epístolas a Timóteo, as epístolas a Tito e a Filêmon, o Apocalipse. No segundo manuscrito, denominado Codex Sinaiticus, por ter sido descoberto no mosteiro de Santa Catarina, no monte Sinai, o Novo Testamento está completo; acrescenta-se-lhe até a epístola de Barnabé e parte do “Pastor” de Hermas, livros que não seriam conservados pelo cânon definitivo do Novo Testamento. Hoje, o Sinaítico se conserva no British Museum, de Londres. Esses dois manuscritos estão redigidos em bela caligrafia chamada maiúscula ou uncial bíblica. Nada mais são do que os mais célebres dentre cerca de 250 outros pergaminhos de escrita idêntica ou mais ou menos análoga, datados do século III até o século X ou XI; aliás em sua maioria, máxime os mais antigos, só conservam uma fração, por vezes bem pequena, do texto do Novo Testamento.

            Nem todas as cópias do Novo Testamento que chegaram até nós são idênticas. Muito pelo contrário, podem discernir-se entre elas diferenças, cuja importância varia, mas cujo número é, em todo caso, bem considerável. Algumas destas diferenças só concernem a pormenores gramaticais, ao vocabulário, ou à ordem das palavras; outras vezes, porém, verificam-se entre os manuscritos divergências que afetam o sentido de passagens inteiras.

            A origem dessas divergências é bastante fácil de descobrir. De fato, o texto do Novo Testamento foi, durante muitos séculos, copiado e recopiado por escribas mais ou menos competentes, nenhum deles, porém, isento das deficiências de toda a sorte que fazem com que cópia alguma, por fiel que seja, se conforme plenamente a seu modelo. A isto deve-se acrescentar que certo número de escribas, animados das melhores intenções, tentaram por vezes corrigir passagens de seu modelo, que lhes pareciam eivadas quer de erros caracterizados, quer de alguma falta de precisão teológica. Ao agirem assim, introduziram no texto variantes inéditas, quase sempre errôneas. Pode-se finalmente acrescentar que o uso cultural que se fez de não poucos perícopes do Novo Testamento provocou freqüentes deslizes do texto, no sentido de embelezamentos litúrgicos ou de harmonizações favorecidas pela recitação oral.

            Inevitavelmente, no decorrer dos séculos, as transformações introduzidas pelos escribas se somaram umas às outras, donde o texto ter finalmente chegado à época da imprensa carregado de corrupções várias, que se traduzem pela presença de um número assaz considerável de variantes.

            O objetivo ideal visado pela “crítica textual” é reconstituir, com base em todos esses documentos divergentes, um texto que com a maior probabilidade se aproxime do original. De qualquer forma, não há como esperar uma recuperação do próprio texto original.

            O primeiro trabalho da crítica textual consiste em levar em consideração todos “os testemunhos” existentes do texto. Em outras palavras, é-lhe necessário arrolar e classificar todos os documentos que reproduzem, no todo ou em parte, o texto do Novo Testamento. Aqui levam-se em conta não só os manuscritos redigidos em grego, mas também todos os que incluem traduções do Novo Testamento nas línguas correntes entre os remanescentes dos primeiros séculos (essencialmente o latim, o siríaco e o copta). Em certo número de casos, essas traduções se fizeram com base em originais gregos anteriores ao Vaticano ou ao Sinaiticus, podendo testemunhar um estado do texto anterior ao que se pode alcançar por intermédio dos mais antigos manuscritos gregos. À medida que o seu substrato grego pode ser reconstituído com precisão, as traduções antigas desempenham um papel importante no estabelecimento do texto do Novo Testamento.

            Além dos manuscritos gregos e das versões antigas, a crítica textual tenta valer-se das inúmeras citações do Novo Testamento que se encontram nas obras dos primeiros Pais da Igreja. A incontestável vantagem dessas citações é, em particular, a de remontar muitas vezes a um estado do texto anterior ao que transmitem as versões mais antigas (e, por conseguinte, além do que permitiriam conhecer os mais antigos manuscritos gregos). De outra parte, pode-se determinar a data e origem geográfica dessas citações com relativa facilidade e, assim, tem-se à mão um meio para formar uma idéia do texto do Novo Testamento em uso numa época exata, neste ou naquele setor da Igreja. Em contrapartida, estas citações apresentam um duplo inconveniente. Não só cada uma delas reproduz unicamente um fragmento do texto, mas sobretudo, infelizmente para nós, os “Pais” citavam o mais das vezes de cor e sem muito rigor, de modo que nem sempre é possível confiar totalmente nas informações que transmitem.

            Uma vez arrolada e analisada a profusão de documentos constituída pelos manuscritos gregos, as antigas traduções e as citações patrísticas, a crítica textual, esforçamo-nos por ordenar tudo isso, a fim de utiliza-lo da melhor forma, com vistas a remontar o mais longe possível rumo ao texto original.

            Nessa perspectiva, um exame atento levou os especialistas a constatar que o elenco das testemunhas conhecidas se repartia em um número bastante limitado de grupos capitais. Destarte, foi possível constituir três ou quatro grandes famílias de testemunhas, cujos representantes revelam ser cópias de um mesmo modelo.

            Como conseqüência deste trabalho, ainda inacabado, mas já considerável, a crítica hodierna pode basear-se, em escala bastante ampla, não mais na massa de testemunhos individuais, mas em grupos de testemunhas, cada uma das quais representando um tipo de texto cuja origem pode ser datada e localizada com maior ou menor certeza.

            Os principais tipos de textos identificados pela crítica são os seguintes:

            - Um texto chamado “antioqueno” ou “sírio”, por causa de sua origem, geralmente situada em Antioquia, por volta de 300. Ele é atestado pela imensa maioria dos manuscritos gregos, sobretudo os mais recentes, pois tornou-se bastante rapidamente o texto mais usado no mundo bizantino – motivo pelo qual se chama também “bizantino” ou Koiné ékdosis (edição comum). Ele revela uma preocupação característica com a elegância e clareza; facilmente harmoniza entre si passagens mais ou menos paralelas e amalgama as variantes de um mesmo trecho. Sua qualidade crítica é medíocre. Apesar de tudo isso, foi a partir de variedades tardias deste texto que se efetuaram as primeiras edições impressas no Novo Testamento, cujo texto se imporia durante mais de três séculos como textus receptus ou texto recebido por todos.

            - Um texto chamado “alexandrino” ou “egípcio”: tudo indica, de fato, ser a sua pátria o Egito e mais exatamente, Alexandria. Suas principais testemunhas são o Vaticanus e, em grau inferior, o Sinaiticus. Ele existia, ao mais tardar, por volta de 300, e certas descobertas recentes fazem pensar que, ao menos quanto aos evangelhos, teria existido numa data sensivelmente anterior. Chamam-no amiúde de texto “neutro”, pois parece não resultar de uma revisão realmente sistemática e tendenciosa. Todos os especialistas, ou quase, concordam em reconhecer-lhe, no conjunto, um valor crítico elevado, quer este provenha de uma tradição manuscrita especialmente fiel, que de uma restauração textual, cuja qualidade não seria de surpreender no mundo alexandrino. Por isso, desde a segunda metade do séc. XIX, as edições do Novo Testamento seguem de boa mente, e com razão, esse tipo de texto que, entretanto, não deve ser considerado como testemunha sempre e em tudo infalível.

            - Um texto chamado “ocidental”. Este apelativo, que data do séc. XVIII, verificou-se parcialmente inexato. Com efeito, as antigas versões latinas do Novo Testamento e certos manuscritos greco-latinos, como o Codex Bezae (século IV?) para os Evangelhos e os Atos, atestam deveras a ampla difusão desse tipo de texto no Ocidente; agora, porém, é evidente que ele existiu também no Oriente, como o demonstram certas versões orientais, muitas citações e fragmentos de antigos manuscritos gregos. Em muitos casos, esse texto “ocidental”, cuja origem e unidade ainda permanecem problemáticas, apresenta-se como sendo a forma mais antiga e universalmente atestada do Novo Testamento. Ele se distingue por uma tendência pronunciada às explicações, à precisões, às paráfrases, às harmonizações, que muito  geralmente o afastam do texto primitivo; em mais de um caso, porém, suas antigas variantes, sobretudo quando breves, são dignas de consideração.

            Essas grandes famílias de manuscritos não são as únicas que se podem identificar. Existem também formas intermediárias entre os tipos mais definidos que acabamos de mencionar. Contudo, não é necessário adentrar nesses pormenores para dar a entender todo o interesse deste método, que consiste em isolar certos tipos de textos e situa-los no tempo e no espaço, graças aos dados cronológicos e geográficos que as versões, as citações e, em dadas circunstâncias, a paleografia  oferecem. Com isso, torna-se possível esboçar, para cada variante, para cada livro, para o Novo Testamento inteiro, pelo menos uma história do texto que permita ver quais são as formas mais antigas, as mais amplamente atestadas e, por conseguinte, as que, em paridade de outras condições, têm maior probabilidade de corresponder ao texto original.

            Este primeiro trabalho crítico, que se chama “crítica externa”, ainda não é suficiente. Não raro, por exemplo, ele resulta na constatação da existência, no séc. II ou III, de duas variantes do mesmo trecho bastante difundidas e entre as quais a escolha é difícil. Neste caso, só resta recorrer aos préstimos da “crítica interna”.

            Esta já não considera essencialmente as variantes como tipos diferentes do texto do Novo Testamento. Pelo contrário, parte do princípio que o teor de cada variante deve ser examinado como um caso individual, resultante de uma intervenção intempestiva, consciente ou não, de um copista. O objetivo da crítica interna é, antes de mais nada, reconstituir de maneira precisa a espécie de interferência que foi feita pelo copista responsável pela eclosão da variante e quais foram as motivações dessa intervenção. Estabelecido isto, é relativamente fácil, a seguir, reter como leitura primitiva a que se revelou como sendo origem de todas as leituras corrompidas. Este método, contudo, dá margem a uma ampla intervenção do juízo subjetivo do crítico, que deve explorar simultaneamente sua opinião pessoal sobre o texto e seu conhecimento, não só do modo costumeiro de proceder dos escribas, mas também dos erros que eles cometem com maior freqüência. Este caráter subjetivo do método explica em grande parte por que só é empregado como complemento da crítica externa.

            Seja como for, os resultados conseguidos desde cerca de 150 anos pela crítica textual do Novo Testamento são notáveis. Atualmente, o texto do Novo Testamento pode ser considerado como bem estabelecido. Só poderia ser novamente posto em dúvida seriamente devido à descoberta de novos documentos.

            Esses resultados tornaram possíveis os progressos enormes que se podem verificar entre as edições modernas do Novo Testamento e as que haviam sido efetuadas entre 1520 e 1850, mais ou menos, antes da aplicação rigorosa das regras da crítica textual. A edição mais difundida em nossos dias é a da Nestle-Aland, que se baseia no texto das três grandes edições científicas realizadas na segunda metade do séc. XIX por Tischendorf, Wescontt e Hort, e Weiss. O Greek New Testament, editado pelas Sociedades Bíblicas e levado a cabo por K. Aland, M. Black, B.-M. Metzger e A. Wikgren, esmerou-se em aprimorar-lhe o texto. Nesta última edição é que, com algumas exceções, se baseia a presente tradução.

 

 

            O ambiente do Novo Testamento. “O cristianismo nasceu no seio de um povo que passara por uma história tormentosa” (hoje chamado de os remanescentes – o “resto” do verdadeiro povo de Yaohu – conforme descrito na 2ª apostila – Anselmo Estevan – do qual faço parte...). Após o doloroso exílio babilônico, que marcara definitivamente a consciência judaica, Israel tornara a instalar-se precariamente na Palestina; mas, quando reintegraram a Terra Prometida, os judeus tiveram de se dar conta de que os tempos haviam mudado e já não se podia pensar em viver lá como nos tempos anteriores. De fato, a Palestina se tornara, mais do que outrora, objeto da cobiça de interesses que a ultrapassavam e também, mais do que outrora, via-se exposta às influências insidiosas e persistentes de idéias estrangeiras e, portanto, pagãs, (o que hoje leva a denominação de “cristãos”), Anselmo Estevan; que, de forma sempre mais aguda, entravam em conflito com as tradições judaicas ancestrais que eles se esforçavam por manter intactas, apesar de todos os obstáculos. Com o passar dos anos, o confronto entre o judaísmo e o mundo circunvizinho evoluiu para formas cada vez mais violentas.

            Desde a morte de Alexandre Magno, em 323, a Palestina caíra sob a dependência dos reis helênicos. Estes tiveram para com os judeus atitudes muito diversas, desde uma grande tolerância até as mais furiosas tentativas de absorção cultural. O nome de Antíoco IV Epífanes (175-164) ficou ligado ao mais cruel destes esforços para subjugar a pulso o particularismo judeu, impondo-lhe a conversão ao helenismo. O ponto culminante foi à consagração do templo de Jerusalém a Zeus Olímpico. Esses acontecimentos, relatados no livro dos Macabeus, tiveram como efeito obrigar todos os judeus piedosos (os hasidim) quer à resistência passiva, que à revolta. A insurreição militar, sob a chefia dos irmãos Macabeus, resultou na reconquista de uma relativa independência política e religiosa, que durou cerca de um século. A dinastia dos hasmoneus, que tomou este nome de um antepassado de Judas Macabeu, governou de fato a Palestina até lhe ser imposto o regime romano. Intervindo para pôr fim às disputas internas que dividiam os últimos hasmoneus. Pompeu apoderou-se de Jerusalém no ano 63 a.C.

            O período romano da história da Palestina foi dominado, em seus primórdios pela dinastia de Herodes, Herodes Magno (Mt 2,1) reinou de 40 a 4 a.C., não raro graças ao terror. A sua origem idioméia e, portanto, não-davídica, juntamente com a sua crueldade, atraíram sobre ele um ódio implacável por parte do povo judeu. À sua morte, os três filhos repartiram o reino entre si. A Herodes Antipas coube como herança a Galiléia (Lc 3,1) e a Peréia, onde reinou de 4 a.C. até 39 d. C. Ele é conhecido por ter mandado matar João Batista (Mc 6,17-29) e por ter desempenhado um papel no processo de Yaohushua (Lc 23,6-16). De Arquelau (Mt 2,22), que recebera a Judéia e a Samaria, e de Filipe, que recebera os territórios situados ao norte da Palestina (Lc 3,1), os evangelhos citam apenas os nomes.

            Contudo, o poder político predominante estava na mão dos funcionários romanos, prefeitos ou procuradores. O Novo Testamento conservou a lembrança de vários deles. Pôncio Pilatos, o quinto da série, exerceu suas funções brutalmente, entre os anos 27 e 37; Félix, homem cruel e viciado (se acreditarmos em Tácito), procurador de 52 a 60, contribuiu amplamente para fazer eclodir a guerra civil nos territórios sob sua jurisdição. Perante ele é que compareceu Paulo em Cesaréia (At 23,23-24.26); seu sucessor foi Festo (At 25 – 26), diante de quem Paulo apelou para o tribunal de César (At 25,11-12).

            O governo dos procuradores fora interrompido por uma breve restauração do poder dos Herodes em benefício de Agripa I, neto de Herodes Magno, e que se salientou, segundo o Novo Testamento, como um dos primeiros perseguidores da Igreja nascente (At 12,1-23). Este intermédio (39 – 44) não viu melhorar a situação da Palestina. Sob os últimos procuradores, as perturbações políticas nada mais fizeram do que ampliar-se e, em 66, acabaram degenerando numa verdadeira revolta. A repressão energicamente aplicada pelos romanos levou, em 70, à destruição de Jerusalém e do seu Templo. Uma vez destruído o Templo, os judeus viram-se impossibilitados de celebrar o seu culto. Era todo o sistema político, religioso e nacional do judaísmo que naufragava na pior catástrofe de sua história.

            Ao que parece, antes que se produzissem esses funestos eventos, a pequena comunidade remanescente saíra de Jerusalém, para refugiar-se em Pela, na Decápole.

            A partir de 70, a história do judaísmo reduz-se praticamente à história dos milhões de judeus que, havia séculos, se tinham dispersado por toda a bacia do Mediterrâneo, na Mesopotâmia e até na Pérsia, ao sabor de todas as tormentas políticas que tinham sacudido o Oriente Médio. As comunidades mais numerosas desta dispersão ou “Diáspora” residiam em Alexandria, em Antioquia e em Roma. Ali, os judeus gozavam de um estatuto jurídico particular que lhes permitia manter uma administração religiosa e civil baseada na Lei mosaica. Um anti-semitismo popular latente contribuía para isolar essas comunidades de seu ambiente social, mas só raramente os hostilizava de forma deliberadamente violenta. A vida religiosa e cultural dos judeus da Diáspora centrava-se na Sinagoga, instituição que funcionava ao mesmo tempo como escola, núcleo cultural e lugar de culto. Este consistia essencialmente na oração, na leitura da Torá e na sua explicação.

            Na época de Yaohushua, o judaísmo representava um sistema sociorreligioso homogêneo, fundado na fé no ETERNO, o Todo-poderoso e Único, e no respeito a uma norma absoluta, a Torá ou Lei. A partir desses dois elementos fundamentais, o pensamento judaico podia evoluir com muita liberdade, gozando, notadamente, de larga tolerância por parte das instâncias religiosas.

            Toda a vida judaica desenrolava-se à luz divina da Lei. Sendo de origem divina, esta Lei é perfeita. Contudo, ela precisa ser explicada e interpretada, para poder aplicar-se aos problemas concretos e individuais. Protraindo-se de longos séculos, este esforço de explicitação teve como resultado desenvolver, em torno da Torá escrita, uma Torá oral, constituída pelo que chamavam de Tradição dos Antigos e tida como remontando até Moisés, através de uma cadeia ininterrupta de rabinos. O Novo Testamento dá o nome de escribas a esses letrados judeus, intérpretes da Torá. Na época de Yaohushua, eles desfrutavam de uma autoridade considerável no seio da população e, em particular, nas suas camadas médias. Exercendo na sociedade as funções de teólogos e juristas, ocupavam lugar de destaque na vida judaica. A partir do séc. III da nossa era, os rabinos empreenderam pôr escrito o conjunto da tradição dos escribas, que até então conservara-se oral. Este trabalho enorme resultou na constituição da Mishiná (repetição da Lei, comentário) que, por sua vez, entrou na composição do Talmud (ensinamento).

            O outro pólo da vida judaica era incontestavelmente, no séc. I, o Templo de Jerusalém, para o qual convergiam os sentimentos religiosos e nacionais de todo o povo. De fato, o Templo era concebido como centro do mundo, lugar onde Yaohu devia manifestar-se no último dia. Todos os judeus maiores de idade e de sexo masculino consideravam uma obrigação, para não dizer um prazer, pagar o imposto do didracma, que se destinava a prover às necessidades do santuário. As funções cultuais e litúrgicas eram assumidas por sacerdotes que se escolhiam entre os descendentes da família de Aarão. Em suas tarefas, eram eles assistidos por levitas. Toda uma classe sacerdotal gravitava assim em torno do santuário de Jerusalém; ela se hierarquizava rigorosamente sob a  autoridade suprema de um Sumo Sacerdote, que também presidia ao Sinédrio, assembléia de 70 membros, sacerdotes e leigos, que tinham competência em assuntos civis e religiosos.

            Ao mesmo tempo, um crescente antagonismo opunha os escribas a esses representantes da classe sacerdotal. Este antagonismo era um dos aspectos da oposição que reinava entre o Templo e a Sinagoga, ou entre saduceus e fariseus. Essas duas grandes tendências formavam o que ordinariamente se denomina judaísmo oficial.

            Na época de Yaohushua, os saduceus já viam a sua autoridade fortemente contestada. De fato, eles eram, sob todos os pontos de vista, conservadores e partidários da ordem, embora esta fosse romana, o que lhes garantia, aliás, o essencial de suas prebendas. Por isso, eles eram para o povo seriamente suspeitos de colaboração, senão mesmo de conluio com a potência pagã de ocupação. Em todo o caso, tinham perdido toda a influência sobre o povo. Este preferia, aos saduceus, seus adversários fariseus, nos quais via, ao contrário, patriotas fiéis ao ETERNO e à Lei, até mesmo descendentes dos famosos hasidim que se tinham associado à revolta contra Antíoco Epífanes na época dos Macabeus. Em 70, a ruína do Templo devia acarretar a dos saduceus, que dele dependiam inteiramente. A partir desta data, o judaísmo oficial é representado unicamente pela tendência farisaica.

            À margem desses dois grandes “partidos”, existiam, no tempo de Yaohushua, diversas seitas, algumas das quais são de grande interesse para o conhecimento do ambiente de origem do “cristianismo”.

            A respeito da seita dos zelotes, só possuímos informações parciais e difíceis de interpretar. Parece que formavam uma ala extremista do partido dos fariseus. Seus membros estavam dispostos a fazer respeitar as prescrições da Lei por todos os meios, inclusive violentos. Apresentados por vezes como vulgares assaltantes de estrada, eram antes fanáticos religiosos, irredutivelmente opostos a qualquer forma de autoridade que não proviesse diretamente da Lei. Por isso, não hesitavam em punir de morte os que, a seu ver se tinham tornado culpados de graves faltas contra a Lei e, mais particularmente, os que colaboravam com o poder pagão de ocupação. É possível que certos discípulos de Yaohushua, ou até Paulo, tenham tido relações com a seita dos zelotes, antes de se tornarem cristãos.

            Ainda mais periféricos do que os zelotes, porém mais bem-conhecidos depois da descoberta dos manuscritos do mar Morto em Qumran, os essênios eram na maioria monges, mas alguns podiam residir fora do mosteiro central de Qumran e exercer notável influência sobre os habitantes da Palestina. Eram os essênios, muito hostis às autoridades judaicas que estavam no poder e principalmente ao Sumo Sacerdote. Apesar de judeus muito rigorosos, os essênios acolheram muitas idéias estrangeiras, as quais adaptaram à sua teologia. Assim é que, sem dúvida por influências iranianas, eles foram induzidos a desenvolver uma doutrina claramente dualista, fundada na oposição radical de dois espíritos ou duas forças, uma do Bem, outra do Mal, que lutam num combate sem tréguas até o dia derradeiro, em que se assistirá ao triunfo definitivo do Príncipe da Luz sobre o Anjo das Trevas.

            O Novo Testamento nunca se refere aos essênios; não contém nenhum indício de uma influência direta do essenismo sobe o cristianismo. Pode-se afirmar, entretanto, que personagens como João Batista, Yaohushua e os primeiros discípulos estão mais próximos dos meios “sectários” judeus do século I do que do judaísmo oficial. Ora, enquanto se saiba, esses meios todos simpatizavam mais ou menos com as idéias essênias. Por isso, não é impossível que o cristianismo das origens tenha admitido até certo ponto essas idéias e que uma mentalidade e um procedimento de natureza essênia tenham predominado no seio da primeira comunidade cristã de Jerusalém, ao menos durante algum tempo.

            Os essênios devem ter participado ativamente na rebelião contra os romanos. Eles desaparecem da cena da história na tormenta de 70.

            Os acontecimentos que levaram à destruição de Jerusalém dão testemunho do grau de exasperação atingido pelas massas judaicas submetidas à arbitrariedade dos procuradores romanos. Esta exasperação, amplamente explorada pelos elementos zelotes, alimentava-se, outrossim, no manancial de todas as crenças apocalípticas que muito se tinham desenvolvido na Palestina desde o século II a.C. Cada vez mais, arraigava-se na consciência judaica a convicção de que Yaohu não tardaria a afrontar o desafio da presença pagã na Terra Santa e iria restabelecer a sua justiça, ao mesmo tempo que os privilégios dos seus eleitos, implantando de maneira espetacular o seu Reino na terra.

            Esta intervenção divina devia marcar o fim das atuais tribulações, ao mesmo tempo que o início de uma nova era, da qual seriam banidos o Mal e a impiedade. Finalmente, tal advento devia ser anunciado por um recrudescimento das catástrofes e calamidades, acompanhadas pela subversão definitiva e total dos inimigos de Yaohu. Este conjunto de crenças constitui as concepções escatológicas do judaísmo antigo.

            No século I da nossa era, as esperanças escatológicas estavam longe de constituir uma unidade coerente. O que havia era um pulular de idéias bastante confusas, difíceis de serem ordenadas. Contudo, o que se pode afirmar é que, nas proximidades da era cristã, essas concepções se radicalizaram muito claramente, pelo menos em certos meios. As desventuras de Israel eram então profundas demais para que fosse razoável esperar por mais tempo que um messias humano e histórico pudesse restaura-lo um dia em sua dignidade de povo eleito. Doravante, só de Yaohu é que, cada vez mais, se esperava uma mudança da situação, e somente em virtude de uma subversão cósmica e pela irrupção de um mundo totalmente novo se vislumbrava a realização da tão suspirada transformação. Neste cenário apocalíptico, o papel do messias nem sempre é muito importante. Ao se referirem a ele, os autores apocalípticos já não parecem considera-lo, com outrora, um messias terrestre, um ungido de YHVH – YAOHU, em outras palavras, um rei descendente da família de David que assumiria funções essencialmente políticas e militares para garantir, com a ajuda do DEUS - Yaohu, a libertação e a prosperidade do povo. O messias tende cada vez mais a assumir o aspecto de um ser sobrenatural, associado a Yaohu mais do que aos homens. Em certo número de apocalipses, ele recebe o nome de Filho do Homem – que designa, na realidade, uma figura essencialmente celeste, sem ponto de contato real com a humanidade e inacessível ao sofrimento. O conjunto das concepções messiânicas e apocalípticas desta época fornece certo número de materiais a partir dos quais se elaborou a cristologia dos cristãos. Contudo, a consideração do destino sofredor de Yaohushua impôs aos cristãos conferir um conteúdo inteiramente novo ao quadro que lhes era fornecido pelo messianismo e a apocalíptica dos seus contemporâneos.

 

 

            Alguns traços do mundo greco-romano. No início da era cristã, o mundo romano é o herdeiro direto do império grego construído por Alexandre Magno. Por sob um verniz romano, deparam-se a  mesma administração provincial, as mesmas condições de vida coletiva e individual, numa palavra, a mesma civilização helenista, e a língua comum ainda é o grego.

            Um olhar sobre o mapa do império romano, mais que uma simples enumeração, mostra-nos sua extensão. Tem as dimensões de um mundo e a cada ano assenta melhor sua autoridade, reduzindo os particularismos e opondo-se às investidas dos bárbaros (germanos, partos...).

            Resultado de numerosas conquistas, o império agrupa territórios de estatutos diferentes: o Egito, propriedade pessoal do imperador, que para lá delega um prefeito vice-rei: os protetorados, antigos reinos que conservam suas instituições tradicionais: e as províncias. Entre estas devem-se distinguir as províncias senatoriais (Ásia = Ásia Menor) e as províncias imperiais, onde ainda estacionavam as tropas romanas e a autoridade era exercida pelos governadores responsáveis unicamente perante o imperador (Síria). Os procuradores administram regiões que se assinalam por características particulares (Judéia).

            Este sistema autoritário, que não reserva às regiões mais do que uma aparência de autonomia (assembléias provinciais), garante a todos uma paz relativa, mas real, de que se aproveitam particularmente os territórios da Ásia, graças aos intercâmbios que a ordem favorece. De resto, as cidades fruem de certa liberdade: são geridas pela assembléia (ekklésía), cujos membros são todos os cidadãos, e sobretudo pelo conselho (boulé) dos notáveis. As corporações desempenham igualmente função importante na vida local.

            Além de ser cidadão da sua cidade natal, uma pessoa pode gozar da cidadania romana: este privilégio pode provir de direito hereditário (é o caso de Paulo), ser adquirido a preço de ouro ou conferido a título de recompensa. O cidadão romano é isento das penas corporais e ignominiosas (At 22,25-29) e pode recorrer ao direito de apelar para o imperador (At 25,10ss.).

            Pouco antes da era cristã, os imperadores começam a ser considerados como seres divinos, filhos de deus, deuses eles mesmos. Este processo, que sofre ampla influência das crenças orientais (Egito, Pérsia), corresponde perfeitamente à lógica dos fatos: sendo um o império, o culto deve manifestar o seu único fundamento. Tibério, Cláudio, Vespaziano preferiram limitar-se a incentivar o culto do imperador falecido, mas Calígula, Nero e Dominiciano se fizeram adorar. Na realidade, esta religião não foi imposta por Roma; bastou que o imperador desse livre curso ao entusiasmo, à gratidão... ou à obsequiosidade das províncias, cidades ou corporações. Isto explica a impressionante floração deste culto (Éfeso dedicava-lhe vários templos), que coexistia perfeitamente com as demais formas religiosas. Os sumos sacerdotes eram escolhidos dentre os magistrados locais. Tratava-se de um encargo dispendioso, mas que garantia ao seu titular uma real influência política, uma vez que a religião estava estreitamente imbricada na administração.

            Esta situação criaria para os primeiros cristãos um terrível problema: como continuar sendo bom cidadão sem aceitar deixar-se induzir à adoração do imperador? Muitos trechos do apóstolo Paulo se esclarecem quando lidos a esta luz: tratava-se nada menos que de rejeitar toda uma concepção do mundo. As visões do Apocalipse repisam amiúde este problema candente. (Sendo que: “O verdadeiro povo de Yaohu – OS REMANESCENTESnão incidiram a essa regra de adoração...”). Anselmo Estevan.

            As massas do povo prendem-se mais particularmente ao culto prestado aos deuses familiares protetores, muito próximo dos cuidados cotidianos, mas os cultos cívicos são os que, junto com o culto imperial, manifestam melhor o caráter essencial da religião da época: toda a vida cotidiana acha-se impregnada de religião e de uma religião que, além do mais, é oficial. As frases da vida do homem, quer como indivíduo quer como membro de uma sociedade, seja ela qual for (família, tribo, corporação, cidade), são por ela profundamente marcadas. Assim, qualquer cargo público implica necessariamente uma participação ativa no culto.

           

            RECORDANDO O TERMO – REMANESCENTE: [Rm 9,27; Rm 11,5]:

 

            Mas relativamente a Israel, dele clama Isaías:

            Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, O REMANESCENTE  é que será salvo.

 

            VAMOS AO ESTUDO DE “REMANESCENTE” – Rm 11,5:

 

            Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um REMANESCENTE segundo a eleição da graça.

 

            Estudo: UM REMANESCENTE: Embora a nação tenha rejeitado Yaohushua, milhares de judeus creram nele (cf. At 2,41; 4,4; 6,1). A eleição da graça. Yaohu não escolheu esse remanescente por causa da sua fé prevista, boas obras, méritos espirituais ou descendência racial, mas sim, exclusivamente, por causa da sua graça (cf. Dt 7,7-8; Ef 2,8-3; 2Tm 1,9). Bíblia de Estudo MACARTHUR. SBB. 2010. RA. (Anselmo Estevan).

 

            Trata-se de uma religião muito diversificada (os deuses são legião), mas o culto deles é sempre meramente ritual. Convém honrar os deuses e oferecer-lhes sacrifícios de acordo com as regras; nisto consiste a piedade.

            As cerimônias abrangem orações litúrgicas (invocação, convite ao deus para o sacrifício, pedidos de benefícios) e sacrifícios, concebidos como presentes ofertados ao deus, geralmente alimentos. Uma parte do sacrifício é queimada; o resto é, quer consumido pelo clero local ou pelos fiéis, quer posto à venda no mercado. Daí surgem os problemas para os cristãos que compram essas carnes ou são convidados para tais refeições (1Co 8).

            A gratidão do homem para com o deus que o atendeu exprime-se não raro por meio de ofertas votivas como as que foram encontradas nas escavações da piscina Probática em Jerusalém (havia ali um santuário pagão dedicado a um deus curandeiro).

            O amálgama das idéias e das pessoas favorecia evidentemente a difusão de cultos de origem oriental e de cunho menos terra-a-terra. Citemos os cultos isíacos, segundo os quais provações sucessivas de iniciação conduzem o homem à assimilação com Osíris, o deus morto, que os sortilégios de Isís devolveram à vida. Neles pressagiava-se uma certeza da imortalidade.

            Os “mistérios” ficam mais estreitamente ligados ao culto cívico e conservam seus liames locais, mesmo quando a sua fama se propaga por todo o império. Trata-se de ritos sagrados, antecedidos por uma longa preparação numa atmosfera em que a noção de segredo assume por vezes grande importância. O mais das vezes, não passam de ritos ligados às estações e destinados a garantir a fecundidade. Sucede também que pretendam conferir aos fiéis segurança quanto à vida de além túmulo (sempre e unicamente em virtude do rito; o ensinamento, o dogma quase não desempenham papel algum). Assim, os mistérios de Elêusis e os mistérios dionisíacos (Dionísio = Baco), nos quais se exprimem com selvageria a necessidade de evasão pelo êxtase e o delírio sagrado por ocasião de corridas desatinadas e da manducação de carnes ainda palpitantes. Um deus que assim ensejava furtar-se momentaneamente às condições terrenas não podia desamparar seus fiéis depois da morte.

            Eis alguns dos traços característicos do mundo  onde os primeiros cristãos iriam viver professando a sua fé: só “(Cristo é o Senhor)”, e não o imperador. Portanto, a ele é que se deve obedecer, arriscando-se a ir frontalmente de encontro ao quadro religioso de qualquer vida. Só ele pode ser adorado numa vida de consagração, numa conduta inspirada pelo amor do qual “(Cristo)” é testemunha e que traz consigo o penhor da vida eterna. {Eu, Anselmo Estevan, como REMANESCENTE QUE SOU, TENHO UMA IDÉIA DIFERENTE EM CONSIDERAÇÃO AOS “NOMES” “CORRETOS”: [...] professando a sua fé (a minha fé): só O UNGIDO é YHVH – Yaohu – o ETERNO, [...], pelo amor do qual O UNGIDO é a testemunha e que traz consigo o penhor da vida eterna! Amém.}.Anselmo Estevan.

 

O PERÍODO ENTRE OS

 

TESTAMENTOS

 

 

 

            O período entre os Testamentos foi turbulento e repleto de mudanças, um tempo de realinhamento de grandes potências e o fim de uma tradição cultural do antigo Oriente Próximo que havia predominado por quase três mil anos.

            Na história bíblica, os cerca de quatrocentos anos entre a época de Neemias e o nascimento de O UNGIDO são conhecidos como período intertestamentário (c. 433-5 a.C.). Por vezes, é dito que foram anos “silenciosos”, uma caracterização que não corresponde em nada à realidade. Os acontecimentos históricos, a literatura e as forças sociais desse período dariam forma ao mundo do Novo Testamento.

 

 

 

História

 

            Com o exílio na Babilônia, Israel deixou de ser uma nação independente e se tornou apenas um pequeno território numa sucessão de grandes impérios. As informações acerca dos últimos anos de domínio persa são extremamente escassas, uma vez que o historiador Josefo (c. 37-100 d.C.), nossa principal fonte do período intertestamental, praticamente os ignora.

            A conquista da Terra Santa por Alexandre o Grande (332 a.C.) representou uma ameaça inédita e ainda mais insidiosa para Israel. Alexandre estava determinado a criar um mundo unido pela língua e cultura grega, uma política seguida pelos seus sucessores. Essa política, chamada de helenização, exerceu um impacto dramático sobre os judeus.

            Quando Alexandre faleceu (323 a.C.), o império que ele havia conquistado foi dividido entre os seus generais. Dois deles fundaram dinastias – a ptolomaica no Egito e a selêucida na Síria e na Mesopotâmia – que, por mais de um século, disputariam o controle da Terra Santa.

            O governo ptolomaico demonstrou consideração pelas práticas religiosas dos judeus, mas em 198 a.C., os selêucidas assumiram o controle e prepararam o cenário para um dos períodos mais heróicos da história judaica.

            Os primeiros anos de domínio selêucida foram, em sua maior parte, uma continuação do regime tolerante dos ptolomaicos, mas Antíoco IV Epifânio (cujo nome significa “Deus manifestado” e que governa de 175 a.C. a 164 a.C.) mudou essa política quando tentou consolidar o seu império decadente por meio da helenização radical. Alguns segmentos da aristocracia judaica já haviam adotado os costumes gregos, mas a maioria dos judeus sentiu-se ultrajada.

            As atrocidades de Antíoco tinham por objetivo erradicar a religião judaica. Ele proibiu alguns elementos fundamentais das práticas judaicas, procurou destruir todas as cópias da Torá (o Pentateuco), exigiu que se fizessem ofertas ao deus grego Zeus e sacrificou um porco dentro do próprio templo de Jerusalém.

            A oposição a Antíoco foi liderada por Matatias, um camponês idoso de família sacerdotal, e seus cinco filhos: Judas (Macabeu – que provavelmente significa “martelador”), Jônatas, Simão, João e Eleazar, Matatias destruiu um altar grego erigido em Modeim, o vilarejo onde vivia, e matou um emissário de Antíoco, desencadeando a revolta dos Macabeus, uma guerra que durou vinte e quatro anos (166-142 a.C.) e resultou na independência de Judá até que os romanos assumiram o controle em 63 a.C.

            No entanto, essa vitória da família de Matatias foi ilusória, pois, com a morte de Simão, o último dos cinco irmãos, a dinastia dos Hasmoneus logo se transformou num regime helenista, por vezes mais severo do que o dos Selêucidas. Durante o reinado de João Hircano, filho de Simão, os judeus ortodoxos que haviam apoiado os Macabeus perderam popularidade. Salvo raras exceções, os Hasmoneus apoiaram os judeus helenizantes e os fariseus chegaram a ser perseguidos por Alexandre Janeu (103-76 a.C.).

            A dinastia hasmoneia chegou ao fim quando, em 63 a.C., o Império Romano em expansão interveio numa disputa dinástica entre os dois filhos de Janeu, Aristóbulo II e Hircano II. Pompeu, o general que conquistou o Oriente para Roma, tomou Jerusalém depois de sitiar a área do templo durante três meses, massacrando sacerdotes oficiantes e profanando o Lugar Santíssimo. Esse sacrilégio iniciou a dominação romana de um modo que os judeus jamais seriam capazes de perdoar ou esquecer.

 

 

 

LITERATURA

 

            Durante esses anos terríveis de opressão e conflitos internos, o povo judeu produziu uma grande quantidade de textos literários com relatos e discussões de acontecimentos da sua era. Três das obras mais importantes desse período são a Septuaginta, os Apócrifos e os Manuscritos do Mar Morto.

            A Septuaginta. Diz a lenda judaica que setenta e dois estudiosos sob os auspícios de Ptolomeu Filadelfo (c.250 a.C.) foram reunidos na ilha de Faros, próximo a Alexandria, para produzir uma tradução grega do Antigo Testamento em setenta e dois dias. Foi dessa tradição que nasceu o nome em latim “Septuaginta”, que quer dizer setenta. Esse título é abreviado pelo numeral romano para setenta, LXX.

            Por trás da lenda, existe a probabilidade de que pelo menos a Torá (os cinco livros de Moisés) tenha sido traduzida para o grego em c. 250 a.C., com o objetivo de alcançar o público judeu da fala grega em Alexandria. O restante do Antigo Testamento e alguns livros não canônicos foram incluídos na Septuaginta antes do início da era cristã, embora seja difícil determinar exatamente quando.

            A Septuaginta não demorou a se transformar na Bíblia dos judeus fora da Terra Santa que, como os alexandrinos, não mais falavam hebraico. É praticamente impossível subestimar a influência desta obra, uma vez que ela disponibilizou as Escrituras tanto para os judeus que haviam perdido a sua língua ancestral quanto para todo o mundo de fala grega. Posteriormente, a Septuaginta tornou-se também a Bíblia da Igreja primitiva. Sua ampla popularidade e uso também contribuíram para que os Apócrifos fossem mantidos em alguns ramos do Cristianismo.

            Os Apócrifos. Derivada de um termo grego que significa “oculto”, a designação “apócrifo” adquiriu com o tempo a conotação de algo “falso”, mas, num sentido técnico, descreve um conjunto específico de textos. Essa coletânea é constituída de vários livros e acréscimos aos livros canônicos que, com exceção de 2 Esdras (c. 90 d.C.), foram escritos durante o período intertestamentário. Em decorrência de um processo histórico bastante complexo, o Cristianismo católico romano e o oriental reconheceram esses livros como obras que têm autoridade.

            É provável que os limites do cânon hebraico do Antigo Testamento, aceito nos dias de hoje pela maioria dos protestantes, tenham sido definidos no início do século 2º. d. C. Apesar das discordâncias entre os pais da Igreja quanto à canonicidade de alguns livros, os Apócrifos (que faziam parte da Septuaginta) continuaram a ser de uso comum pela maioria dos cristãos até a Reforma. Nesse período, os protestantes decidiram seguir o cânon hebraico original, enquanto os católicos romanos ratificaram no Concílio de Trento (1546) e, mais recentemente, no Primeiro Concílio do Vaticano (1869-1870) o cânon “Alexandrino” mais amplo que inclui os Apócrifos.

            Os livros apócrifos mantiveram o seu lugar principalmente por causa do peso da autoridade eclesiástica, sem a qual não teriam preenchido os requisitos de canonicidade. {Ou seja, somente pela vontade “humana”; e, talvez por interesses políticos da “igreja” – “Estado” – daquela época...}. Anselmo Estevan. Não há nenhuma evidência clara de que Yaohushua e ou os apóstolos tenham citado alguma das obras apócrifas como Escrituras inspiradas. A própria comunidade judaica, na qual esses textos foram produzidos, os repudiou e os levantamentos históricos feitos nos sermões apostólicos registrados em Atos ignoram completamente o período do qual eles tratam. Até mesmo o relato histórico sóbrio de 1 Macabeus é desdourado por inúmeros erros e anacronismos.

            Além de não apresentarem nada de valor doutrinário que não possa ser encontrado nas Escrituras canônicas, os Apócrifos contém vários elementos que conflitam com os ensinamentos escriturísticos. Não obstante, esse conjunto literário representa uma fonte valiosa de informação para o estudo do período intertestamental.

            Os Manuscritos do Mar Morto. Em 1947, um pastor de ovelhas árabe deparou com uma caverna  nas colinas da costa sudoeste do mar Morto. Dentro dela, encontrou o que foi chamado de “maior descoberta de manuscritos dos tempos modernos”. Os documentos e fragmentos de documentos encontrados nessas cavernas ficaram conhecidos como “Manuscritos do Mar Morto” e incluíam livros do Antigo Testamento, alguns dos Apócrifos, obras apocalípticas, pseudepígrafos (livros escritos por autores que se faziam passar por heróis da fé da Antiguidade) e vários livros característicos da seita que os produziu.

            Cerca de um terço do que foi encontrado era constituído de livros bíblicos, sendo Salmos, Deuteronômio e Isaías – os livros mais vezes citados no Novo Testamento – os de ocorrência mais freqüente. Uma das descobertas mais extraordinárias foi um rolo completo do livro de Isaías com quase oito metros de comprimento.

            Os Manuscritos contribuíram de modo significativo para a busca por uma forma dos textos do Antigo Testamento que refletisse com mais precisão os manuscritos originais, uma vez que forneceram cópias mil anos mais próximas dos originais do que os textos conhecidos até então. A compreensão do aramaico e do hebraico bíblico e o conhecimento acerca do desenvolvimento do judaísmo entre os testamentos aumentaram consideravelmente em decorrência dessa descoberta. Uma característica dos Manuscritos de grande relevância para os leitores da Bíblia é o cuidado evidente com o qual os textos do Antigo Testamento foram copiados, dando provas concretas de sua confiabilidade geral.

 

 

 

O ÂMBITO SOCIAL

 

            O judaísmo no tempo de Yaohushua é, em grande parte, o resultado de mudanças que ocorreram em resposta às pressões do período intertestamental.

            A Diáspora. A Diáspora (Dispersão) de Israel começou no exílio e se acelerou de tal modo durante o período entre os Testamentos que, segundo um escritor da época, os judeus estavam em “todas as terras e mares”.

            Os judeus que se encontravam longe da Terra Santa e do templo concentravam a vida religiosa no estudo da Torá e na sinagoga (veja abaixo). Os missionários da Igreja primitiva deram início ao seu ministério entre os gentios na Diáspora usando a tradução grega do Antigo Testamento (a Septuaginta).

            Os saduceus. O mundo grego causou impacto mais intenso na Terra Santa por meio do partido aristocrático dos saduceus que se tornou o  partido do templo. Devido à posição elevada que ocupavam, os saduceus tinham interesse pessoal em manter o status quo.

            Constituíam um grupo relativamente pequeno que detinha poder político desproporcional e controlava o sumo sacerdócio. Rejeitavam todos os escritos religiosos exceto a Torá e qualquer doutrina (como a ressurreição dos mortos) que não se encontrasse nesses cinco livros.

            A sinagoga. Durante o exílio na Babilônia, Israel perdeu o aceso ao templo e a sua identidade nacional e se viu cercada de práticas religiosas pagãs, o que ameaçava de extinção a fé israelita. Nessas circunstâncias, os exilados transferiram o seu foco religioso do que haviam perdido para ao que ainda possuíam – A Torá e a convicção de que eram o Povo de Deus – Yaohu. Concentraram-se na lei em vez de na identidade nacional, na piedade pessoal em vez de na retidão sacramental, e na oração como um substituto aceitável para os sacrifícios que não podiam mais oferecer.

            Ao voltarem do exílio, trouxeram consigo essa nova maneira de expressão religiosa, bem como a sinagoga (o seu centro), e o judaísmo tornou-se uma fé que podia ser praticada onde quer que fosse possível levar a Torá. A ênfase sobre a piedade pessoal e sobre o relacionamento com Yaohu que caracterizava o culto na sinagoga não apenas ajudou a preservar o judaísmo como também preparou o caminho para o evangelho cristão.

            Os fariseus. Uma vez que constituíam o partido da sinagoga, os fariseus se dedicavam a reinterpretar a lei. Construíram uma “cerca” ao redor dela para que os judeus pudessem viver em retidão diante de Yaohu num mundo que havia mudado drasticamente desde os dias de Moisés. Apesar de formarem um grupo relativamente pequeno, os fariseus tinham o apoio do povo, influenciavam a opinião popular e, possivelmente, até a política nacional. Seu partido foi o único a sobreviver à destruição do templo em 70 d.C., fazendo de seus membros os precursores do judaísmo moderno.

            Os essênios, Uma seita judaica quase esquecida (porém mencionado por Josefo) até a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, os essênios constituíam um pequeno grupo separatista originado em meio aos conflitos da era dos macabeus. Como os fariseus, enfatizavam a observância rígida da lei, mas consideravam o sacerdócio do templo corrupto e rejeitavam grande parte dos rituais do templo e o sistema sacrifical. Os essênios são mencionados por vários escritores antigos, mas a natureza exata desse grupo ainda é incerta, apesar de haver um consenso de que era essênia a comunidade de Qumran, responsável pela produção dos Manuscritos do Mar Morto.

            Convencidos de que eram os verdadeiros remanescentes, os essênios de Qumran haviam se separado do judaísmo em geral, dedicando-se a manter a pureza  pessoal e a preparar-se para a guerra final entre os “Filhos da Luz e os Filhos das Trevas”. Praticavam uma fé apocalíptica seguindo os ensinamentos antigos do seu “Mestre da Retidão” e esperando a vinda de dois, ou mesmo três Messias. Ao que parece, porém, a destruição do templo em 70 d.C., desferiu um golpe mortal em suas expectativas apocalípticas.

            Alguns estudiosos procuram equiparar certos aspectos das crenças da comunidade de Qumran com as origens do Cristianismo. Há  quem veja um arquétipo de Yaohushua em seu “Mestre de Retidão”, enquanto outros afirmam que João Batista e Yaohushua eram membros da seita. No entanto, essas conjecturas se apóiam apenas numa base especulativa superficial.

 

 

 

 

INTRODUÇÃO AOS

 

EVANGELHOS E ATOS

 

 

CONTEXTO HISTÓRICO

 

            Herodes o Grande, que faleceu logo depois do nascimento de Yaohushua, havia designado seu filho Arquelau como sucessor no governo da Judéia e Samaria (Mt 2,19-22). Tendo herdado as fraquezas de seu pai, mas não suas virtudes, Arquelau foi banido dez anos depois de se tornar governador. Em decorrência disso, a Judéia e Samaria foram colocadas sob o controle direto de Roma, exercido por meio de governadores ou prefeitos (chamados posteriormente de “procuradores”), incluindo Pôncio Pilatos, que ocupava esse cargo durante o ministério de Yaohushua.

            Herodes havia entregue as províncias da Galiléia (onde Yaohushua passou a maior parte de sua vida e ministério) e Peréia a outro filho, Herodes Antipas, mencionado apenas de passagem nos Evangelhos (p. ex., Mt 14,1-12; Lc 23,6-15). O reinado de Antipas foi longo, mas em 39 d.C., Herodes Agripa, neto de Herodes o Grande, conseguiu banir Antipas e assumir o controle da Galiléia e da Peréia. Dois anos depois, o seu amigo de infância Cláudio, o imperador romano na época, também o coroou rei da Judéia e Samaria. Agripa tinha o apoio dos judeus, mas o seu reinado foi curto. Morreu em 44 d.C. depois de perseguir alguns dos apóstolos e receber louvores como fosse um deus (At 12,1-4.19-23).

            Os romanos reassumiram o governo, dando a Agripa II o controle de apenas uma pequena porção da Terra Prometida (At 25,13 – 26,32). As tensões entre judeus e romanos se intensificaram nesse período e eclodiram na revolta de 66 d.C. Esse conflito teve conseqüências desastrosas para o povo judeu e Jerusalém foi destruída em 70 d.C.

 

 

 

O CARÁTER DA NARRATIVA DO NOVO TESTAMENTO

 

            Com exceção do Pentateuco, os principais livros históricos do Antigo Testamento (Josué, Juízes, 1 e 2Samuel, 1 e 2Reis) são chamados na tradição judaica de “Profetas Anteriores”. Seu propósito central não é servir de registro dos acontecimentos históricos nacionais, mas sim de mensagem profética para repreender e consolar. Do mesmo modo, os Evangelhos e Atos não fornecem todos os detalhes históricos que podem ser do interesse dos leitores modernos e também não podem ser chamados apropriadamente de biografias de Yaohushua ou dos apóstolos. Antes, registram acontecimentos selecionados e organizados de modo a apresentar a mensagem do evangelho.

            Assim, ao lermos as narrativas do Novo Testamento, devemos nos esforçar para determinar o motivo de certos acontecimentos terem sido incluídos, descritos e organizados do modo como foram. Detalhes que à primeira vista podem parecer insignificantes (p. ex., o voto de Paulo registrado em At 18,18) se mostram extremamente importantes mais adiante (At 21,20-24). Assim também, quando um acontecimento da vida de Yaohushua é relatado em mais de um Evangelho, podemos discernir mais do seu significado se conseguirmos enxergar a perspectiva de cada  relato. {“Aqui está a RESPOSTA para a pergunta que não quer se calar! Qual? POR QUE NÃO FALA NADA DA VIDA DE YAOHUSHUA NA SUA ADOLESCÊNCIA[...]? Bem, aí está a resposta: Porque o “EVANGELHO” é para nossa SALVAÇÃO. E não para ser uma auto-descrição do Salvador. Pois se fosse assim, YAOHUSHUA, seria MAIOR DO QUE O PAI – YAOHU. E o Filho em hipótese alguma é maior do que o Pai. E, sim, Os Dois são uma ÚNICA PESSOA EM UMA TRINDADE: RÚKHA hol – RODSHUA – Espírito Santo, RÚKHA – YAOHU – Espírito de Yaohu, RÚKHA – YAOHUSHUA – Espírito de Yaohushua = ESCRITURAS SAGRADAS!”}. Esse é o meu entender. Anselmo Estevan.

 

 

O PROBLEMA DOS SINÓPTICOS

 

            Até mesmo uma leitura superficial dos quatro Evangelhos mostra que três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são bastante parecidos, especialmente em contraste com João. Salvo poucas exceções importantes, os acontecimentos incluídos em João (p. ex., caps. 3; 9; 11; 14) não aparecem nos três primeiros Evangelhos. Por esses motivos, os três primeiros Evangelhos são chamados com freqüência de “sinóticos” (pois compartilham um mesmo ponto de vista).

            No entanto, uma comparação mais detalhada revela não apenas semelhanças, mas também diferenças entre os sinóticos. Por vezes, o conteúdo registrado é exatamente o mesmo; em outras ocasiões, ocorrem diferenças verbais. Em alguns casos, a ordem dos acontecimentos é a mesma, mas muitas vezes não. Do ponto de vista literário, esses fatos criam um problema. Como esses Evangelhos se originaram? Os autores usaram os textos uns dos outros? Valeram-se de outros materiais?

            Um modo mais comum de responder a essas questões é que Marcos foi o primeiro Evangelho a ser escrito e que Mateus e Lucas seguiram o seu esboço geral (Mc 2,1-22; cf. Mt 9,2-17; Lc 5,18-38). No entanto, Mateus e Lucas têm em comum textos importantes que não aparecem em Marcos (p. ex., Mt 7,24-27; Lc 6,47-49), o que leva os estudiosos a suporem que esses dois autores usaram um segundo documento não mais existente. Essa solução é conhecida como a “teoria das duas fontes”. Ademais, fica claro que Mateus e Lucas tiveram acesso a várias informações que são apresentadas apenas em seus respectivos Evangelhos.

            Uma vez que essa proposta não explica todos os fatos, teorias alternativas foram sugeridas. Há quem argumente em favor da prioridade de Mateus em vez de Marcos, enquanto outros sugerem que Lucas foi escrito primeiro. Vários estudiosos dão grande ênfase à tradição oral que provavelmente antecedeu a redação desses documentos e minimizam a sua interdependência literária. A maioria dos especialistas em estudos do Novo Testamento continua a usar a abordagem das duas fontes como hipótese inicial, reconhecendo, porém, que várias perguntas ainda não foram respondidas.

            Apesar de muitas questões continuarem em aberto no estudo dos Evangelhos, nossa confiança na veracidade dos seus relatos não se baseia na capacidade dos especialistas de explicar o seu desenvolvimento literário, mas sim na inspiração divina (2Tm 3,16-17).

 

            Bem, antes de completar esse estudo dos “EVANGELHOS SINÓPTICOS”, quero colocar “dois estudos” que, dá minha parte, acho uma ótima colocação para os estudos que estamos fazendo. São eles.:

 

- A Confissão de Fé de Westminster (Capítulo  I – [V.] DA ESCRITURA SAGRADA).

            V. Pelo testemunho da Igreja, podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Yaohu toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis, e, completas perfeições são argumentos pelos quais, abundantemente, se evidencia ser ela a Palavra de DeusYaohu; contudo, a nossa plena persuasão e a certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provêm da operação interior do Rúkha holRODSHUA que, pela Palavra  e com a Palavra, testifica ao nosso coração.

            Referências bíblicas

            1Tm 3,15; 1Jo 2,20.27; Jo 16,13.14; 1Co 2,10-12.

 

            (Mensagem retirada da Bíblia de Genebra 2ª Edição Revisada e Ampliada. Pág. 1786, 1787. Anselmo Estevan.).

 

 

            - Confissão Belga (Artigo 5).

 

            A autoridade da Sagrada Escritura

            Recebemos todos esses livros, e somente esses, como sagrados e canônicos, para regular, fundamentar e confirmar nossa fé. Cremos, sem dúvida nenhuma, em tudo o que eles contêm não tanto porque a igreja os aceita e os reconhece como canônicos, mas principalmente porque o Rúkha hol – RODSHUA testifica em nosso coração que eles vêm de Yaohu, como eles mesmos provam. Pois até os cegos podem perceber que as coisas preditas neles se cumprem!

            1Ts 2,13; 2Tm 3,16.17; 1Co 12,3; 1Jo 4,6; 1Jo 5,6b; Dt 18,21.22; 1Rs 22,28; Jr 28,9; Ez 33,33.

 

            (Mensagem retirada da Bíblia de Genebra 2ª Edição Revisada e Ampliada. Pág. 1750. Anselmo Estevan.).

 

 

EVANGELHOS SINÓTICOS

 

INTRODUÇÃO

 

            O Evangelho e os evangelhos. Antes de mais nada, o Evangelho é, de acordo como sentido grego da palavra, a Boa Nova da Salvação (cf. Mc 1,1), a pregação desta Boa Nova. Assim o entende o apóstolo Paulo ao falar do seu evangelho: trata-se do anúncio da salvação na pessoa de Yaohushua, O UNGIDO. De sorte que, na origem, o Evangelho não foi um (livro), obra literária ou histórica; e se o título evangelho foi dado aos quatro livros atribuídos a Mateus, Marcos, Lucas e João, é porque cada um desses autores proclama esta Boa Nova no relato que faz das palavras e obras de Yaohushua, bem como na narrativa que traz de sua morte e Ressurreição.

            O leitor moderno, cioso de exatidão e sempre à cata de fatos estabelecidos e verificados, fica desconcertado à vista dessa literatura, que lhe parece desconexa, cujo plano carece de continuidade, cujas contradições parecem insuperáveis e que não logra responder a todas as perguntas que se lhe fazem. Tal reação será vantajosa para o leitor, se o levar a suscitar os verdadeiros problemas, primeiramente o do gênero literário dos evangelhos. Os seus redatores não são literatos que, instalados numa escrivaninha, a manusear documentos devidamente classificados, se teriam abalançado a escrever uma vida de Yaohushua de Nazaré desde o nascimento até a morte. Totalmente diversa é a maneira como se deve encarar a composição dos evangelhos. Yaohushua falou, anunciou a Boa Nova do Reino, convocou discípulos, curou doentes, realizou atos significativos. Após sua morte e à luz da fé pascal, os discípulos e, depois deles, os pregadores anunciaram a sua Ressurreição, repetiram suas palavras e referiram seus atos de acordo com as necessidades da vida das Igrejas. Durante cerca de quarenta anos, formaram-se tradições orais, que conservaram e transmitiram, por meio da pregação, da língua e da catequese, todos os materiais com que deparamos nos evangelhos. Aliás, é verossímil que, no decorrer da história, alguns desses materiais já tivessem recebido uma forma escrita: por exemplo, certas formulações litúrgicas como as profissões de fé, coletâneas de palavras de Yaohushua ou o relato da Paixão de Yaohushua que, sem dúvida, bem cedo constituiu um ciclo de narrações claramente estruturado.

            Os evangelistas trabalharam a partir desses dados tradicionais que, na vida movediça das primeiras comunidades, já tinham adquirido formas diversas, à medida que a Boa Nova, antes de passar a texto estabelecido, era uma palavra viva, que, simultaneamente, nutria a fé dos remanescentes, ensinava os fiéis, adaptava-se aos diversos ambientes, respondia às necessidades das Igrejas, animava sua liturgia, exprimia uma reflexão sobre a Escritura, corrigia os erros e, ocasionalmente, replicava aos argumentos dos adversários.

            Destarte, os evangelistas recolheram e puseram por escrito, cada um segundo sua perspectiva, o que lhes era fornecido pelas tradições orais. Mas não se contentaram com isto. Tinham também consciência de estarem anunciando a Boa Nova para os homens de seu tempo, com a preocupação de ensinar e responder aos problemas das comunidades para as quais (escreviam). Mais adiante se verá qual foi à perspectiva peculiar de cada evangelista. Ressaltemos, por enquanto, um fato capital, que agora quase não é mais contestado, depois das pesquisas das últimas gerações sobre a história da tradição e da formação dos evangelhos: os evangelhos nos remetem, por numerosos pormenores característicos, à fé e à vida das primeiras comunidades remanescentes. Dentre muitas ilustrações possíveis, os textos que nos contam a última ceia de Yaohushua são um exemplo disso. Deles, possuímos quatro versões (Mt, Mc, Lc, 1Co), que na realidade reduzem a dois tipos:  por um lado, um testemunho por Mateus e Marcos, por outro, o que nos é fornecido por Lucas e Paulo. Ora, esses dois tipos, que diferem em vários (pontos), apresentam-se ambos como textos que reproduzem fórmulas tradicionais já fixadas pelo uso litúrgico. Paulo transmite o que recebeu. Ao invés de narrar a última ceia de Yaohushua em todos os seus pormenores, os evangelistas centram sua narrativa nos gestos e palavras do Mestre, que se repetem na celebração eucarística. Assim, a fórmula tendo abençoado, que é a de Mateus e Marcos, denota provavelmente um uso palestino (conforme à bênção judaica), ao passo que o uso por Lucas e Paulo do termo dar graças (em grego eukharistéô) evoca de preferência um ambiente helênico. Outros exemplos de duas versões diferentes de uma mesma tradição, como o pai-nosso (Mt 6,9-15; Lc 11,2-4), ou as bem-aventuranças (Mt 5,3-12; Lc 6,20-26), nos permitem acercar-nos tanto da natureza das tradições recolhidas como do pensamento particular de cada evangelista.

            A passagem pela tradição oral também explica por que numerosas perícopes se apresentam como pequenas unidades literárias centradas numa palavra ou num ato de Yaohushua, sem enquadramento cronológico ou geográfico preciso; indicam-no as fórmulas introdutórias, vagas por si sós: naqueles dias (Mt 3,1; Mc 8,1), naquele tempo (Mt 11,25), depois disso (Lc 10,1), ora (Lc 8,22; 9,18.27.51; 11,27). Cada uma dessas narrativas teve de início uma existência independente das outras, e sua acomodação é muitas vezes obra dos evangelistas. No emprego que as primeiras gerações fizeram dessas traduções, as recordações narradas foram vazadas em certas formas literárias de relativa fixidez; é o que sucedem em relatos, episódios que enquadram e situam um dito de Yaohushua, cenas de controvérsia, de cura ou de milagre. Uma estrutura peculiar a cada um destes gêneros é muitas vezes fácil de descobrir.

            Então, como se devem considerar essas tradições, se estão a tal ponto marcadas pelo uso que se fez delas antes de serem fixadas nos evangelhos? Qual o crédito que se lhes pode conceder? Qual a sua relação com a realidade da história de Yaohushua? A essas perguntas pode-se responder que, sendo os nossos documentos testemunhos da fé em Yaohushua, O UNGIDO, é este O UNGIDO reconhecido pela fé que eles nos querem fazer encontrar. Contudo, afirmar que os evangelhos são uma pregação, que seus autores – mesmo Lucas, cioso da (história) – pretenderam antes de mais nada ser testemunhas da Boa Nova, não significa serem eles indiferentes à realidade (histórica) dos fatos que referem; mas o seu interesse maior é fazer sobressair o seu sentido, mais do que reproduzir exatamente o teor literal das palavras de Yaohushua (cf. as diferentes formas das bem-aventuranças, do pai-nosso, da fórmula eucarística) ou as circunstâncias e pormenores dos seus atos. Apresentam uma tradição que já é uma interpretação. É pelo estudo minucioso dos textos que tais (palavras) ou tais (relatos) hão de surgir como sólidos pontos de referência para a história do ministério de Yaohushua; não poucos métodos acham-se ao alcance dos historiadores para tentar estabelecê-los.

            Aqui, dois pontos há que devem ser especificados:

            - É certo que, através da tradição, e apesar de não se poder verificar historicamente todo o conteúdo do evangelho, numerosos indícios – que, aliás, esclarecem os demais textos – nos permitem saber que a fé em O UNGIDO ressuscitado se enraíza na vida e nas ações de Yaohushua.

            - Só temos acesso às palavras e ações de Yaohushua através das “traduções” que delas nos fornecem as tradições antigas e redações dos evangelistas. A transcrição em grego daquilo que primordialmente foi vivenciado em aramaico é apenas o aspecto mais aparente desse fenômeno de transmissão. Pode-se tentar reconstituir o que Yaohushua falou em língua materna, bem como se pode tentar reconstituir as circunstâncias exatas em que pronunciou tal parábola ou operou tal cura. Todavia, essas tentativas ficam afetadas em seus pormenores por uma probabilidade maior ou menor. Essas limitações da verificação histórica decorrem da própria natureza dos evangelhos. A fé em O UNGIDO vivo iluminava as recordações referentes a Yaohushua e se exprimia por um testemunho vivo, com tudo o que este comporta de relatos fragmentários, repetições, ajustes, intervenções da testemunha ou do narrador. A função e a virtude própria desses textos são, todavia, atrair o leitor à fé.

            O estudo crítico dos evangelhos permite assim ultrapassar uma leitura ingênua e inserir-se na perspectiva própria do Novo Testamento. Por mais longe que se possa remontar na pesquisa, a pergunta fica de pé: quem é Yaohushua? Ao invés de se sentir desprovido e incerto, o leitor que se dispuser a ler os evangelhos nesta perspectiva, notadamente, fazendo um estudo comparado dos (textos), sempre encontrará mais do que de início suspeitava. Pois, com seus múltiplos elementos de resposta e seu modo de compreender os dados da tradição, cada um dos evangelhos fornecer-lhe-á o meio de verificar e enriquecer seu conhecimento de Yaohushua, fazendo-o participar do movimento que, sem cessar, vai do passado de Yaohushua à fé atual da comunidade remanescente e da convicção das testemunhas, àquele que é sua fonte.

 

 

            Os evangelhos e suas relações mútuas. O evangelho chegou até nós sob a forma de quatro livretes. À primeira leitura, percebe-se que o quarto evangelho possui características que o situam à parte, embora não deixe de ter ligações com os três primeiros (cf. Introdução ao Evangelho de João). Estes três são testemunhos cuja redação é anterior à do evangelho de João. O evangelho segundo Marcos, cuja origem é, com toda a verossimilhança, romana, pode ser datado dos anos 65-70. Os evangelhos segundo Mateus e Lucas, redigidos quinze a vinte anos mais tarde, não refletem os mesmos ambientes e têm destinatários bem diferentes. Contudo, suas características são tão semelhantes que puderam ser denominados “sinóticos”, nome proveniente de uma obra publicada no fim do século XVIII com o título de Sinopsis (ou seja: visão simultânea), que trazia os textos de Mateus, Marcos, Lucas em três colunas paralelas, de forma a facilitar a comparação entre eles. Esse fato cria um problema particular.

            a) O fato sinótico. As semelhanças e diferenças entre os sinóticos referem-se: ao material empregado, à disposição em que se apresenta e à sua formulação.

            - Quanto ao material, eis um levantamento aproximativo do número de versículos comuns a dois ou três evangelhos:

 

                                                            Mt                      Mc                     Lc

            Comuns aos três                      330                    330                    330

            Comuns a Mt-Mc                    178                    178

            Comuns a Mc-Lc                                               100                    100

            Comuns a Mt- Lc                    230                                               230

            Peculiares a cada um               330                    53                      500

 

            Ao lado das partes comuns, existem fontes próprias para cada evangelho.

            - Quanto à disposição, as perícopes agrupam-se em quatro grandes partes:

            A. A preparação do ministério de Yaohushua.

            B. O ministério da Galiléia.

            C. A subida para Jerusalém.

            D. Ministério em Jerusalém. Paixão Ressurreição.

            Dentro dessas quatro partes, Mateus distribui as suas perícopes numa ordem que lhe é peculiar até o cap. 14; a partir daí, apresenta perícopes comuns a ele e a Marcos, na mesma ordem que este. Lucas intercala as perícopes que lhe são próprias no meio de um quadro geral que é idêntico ao de Marcos (assim, Lc 6,20 – 8,3 ou 9,51 – 18,14). Deve-se, contudo, notar que, no interior desta concordância de conjunto, há discrepâncias, por vezes, no próprio seio de passagens comuns (assim, em Lucas, o chamamento dos discípulos ou a visita a Nazaré).

            - Quanto à formulação, verifica-se igualmente um estreito parentesco entre os textos: assim, um mesmo termo raro (afientai) encontra-se em Mt 9,6 = Mc 2,10 = Lc 5,24; ou ainda, somente duas palavras diferem, entre 63, em Mt 3,7b-10 = Lc 3,7b-9. Por outro lado, uma discordância surge bruscamente em passagens que no conjunto são parecidas: numa estrutura fixa, as palavras são diferentes, ou então com palavras idênticas, a estrutura é diferente.

            b) Interpretação do fato sinótico. O problema criado pelo fato sinótico estará resolvido quando se tiverem explicado juntamente as semelhanças e as divergências.

            Reina um acordo entre os críticos a respeito de certos pontos. Primeiro, quanto à origem dos evangelhos. Dois fatores determinaram o estado atual dos textos: a função da comunidade que criou a tradição, quer oral quer escrita, e a função do escritor que manejou as diversas tradições. As variações nas hipóteses dependem essencialmente da importância relativa atribuída pelos críticos a estes dois fatores: poderiam as discordâncias explicarem-se todas pela atividade redatorial do escritor ou exigiriam o recurso a contatos havidos em nível pré-sinótico?

            Quanto ao método a seguir, reina certo acordo. As omissões ou acréscimos de matérias e as modificações na formulação podem ser explicadas mais ou menos adequadamente pelas “intenções” dos diversos redatores; mas por causa da arbitrariedade que ameaça as interpretações que se podem dar das mesmas, a solução do problema não pode ser fornecida no nível dos materiais ou da formulação. Só o exame da disposição autoriza uma resposta firme. Para explicar as concordâncias entre longas seqüências de texto, impõe-se a hipótese de uma dependência literária (e não somente oral), quer imediata (interdependência), quer mediata (dependência de uma fonte comum). Para explicar as discordâncias, uns acentuam a influência da comunidade durante a fase pré-sinótica, outros, a dos redatores. Mais exatamente, os críticos concordam geralmente em afirmar dois princípios. Marcos depende de Mateus e de Lucas, Mateus e Lucas são entre si independentes; com efeito, estes últimos entram em desacordo quando um deles deixa de concordar com a ordem de Marcos, e ambos têm passagem comum com Marcos que o outro não repetiu (Mt: 178 vv.; Lc: 100 vv.).

            O desacordo entre os críticos subsiste quanto à interpretação da relação de Marcos com os outros dois sinóticos. Teria havido contatos, entre Mateus e Marcos e entre Lucas e Marcos, sob a forma de dependência imediata do evangelho de Marcos ou sob a forma de dependência relativamente a um texto pré-sinótico comum? Eis, em resumo, as duas modalidades de hipóteses que hoje são sustentadas:

            1. Certos críticos, mais sensíveis às diferenças do que às concordâncias, preferem renunciar à interdependência imediata dos sinóticos.

            a) Uns evocam uma documentação múltipla: os evangelistas teriam utilizado coleções mais ou menos extensas, agrupando desde o início (provavelmente com visitas à pregação missionária da Igreja) pequenas compilações de fatos e sentenças (agrupamentos de milagres, reunião de sentenças...); assim se explicariam as concordâncias menores entre Mateus e Lucas contra Marcos, que contradizem a dependência deste; assim se justificariam também as variantes que dificilmente podem ser atribuídas ao trabalho redatorial ou a perspectivas teológicas diferentes.

            b) Outros críticos, embora se mantenham fiéis  à flexibilidade da hipótese precedente, estimam descobrir na origem da tradição sinótica dois documentos principais, além das tradições singulares. Impõe-se uma constatação: a disposição difere, conforme se trate da parte central (pregação na Galiléia: Mt 4,13 – 13,58 par.) ou das duas seções que a enquadram (Mt 3,1 – 4,12 par.; Mt 14,1 – 24,51 par.). A estreita concordância que domina essas duas seções envolventes sugere a existência de um documento da base idêntico para os três evangelhos; pelo contrário, a discordância que caracteriza a parte central (ministério na Galiléia) revela um estado menos adiantado da organização das tradições. Destarte, na origem dos três sinóticos, haveria, além das tradições singulares, dois documentos principais: um já fortemente estruturado, outro em estado ainda fluido, no momento em que foram empregados pelos evangelistas, embora seu estado de fusão estivesse então mais ou menos adiantado.

            2. Todavia, a maioria dos críticos aderem à hipótese das Duas Fontes. Conforme esta, Mateus e Lucas dependem imediatamente de Marcos, bem como de uma fonte comum independente desta (muitas vezes chamada Q. do alemão Quelle). Marcos e esta documentação seriam as duas fontes principais de Mateus e Lucas. O esquema seguinte resume esta hipótese:

 

                                                            Mc                     Doc. Comum

                                                              .                         .

                                                              .                         .

            Mt próprio =                           Mt           =         Lc = Lc próprio.

 

            Hoje em dia esta hipótese é apresentada com muito mais nuanças do que inicialmente. Ela tem a grande vantagem de facilitar o estudo do trabalho redacional de Mateus e Lucas. Assim explicar-se-iam pelo trabalho de redação literária as adições, omissões e transposições verificadas no fato sinótico. Convém observar que, em nossos dias, não se ousa mais resolver categoricamente a questão de saber se o documento comum a Mateus e Lucas é um documento escrito ou uma fonte (oral), nem de saber se o texto de Marcos usado por Mateus e Lucas é o que nós possuímos ou algum outro.

            No entanto, seja qual for a hipótese crítica adotada para abordar o problema sinótico, só um trabalho minucioso permite determinar a natureza das perspectivas de cada evangelista. Acrescente-se que o exame das fontes literárias não é nem o único, nem talvez o mais importante para compreender melhor os evangelhos sinóticos. Fontes documentais, tradição oral, influência do ambiente de origem e utilização de material diverso pelos redatores finais são elementos que se devem levar simultaneamente em consideração, ao se querer dar conta do fenômeno original que é a literatura evangélica.

            Este rápido apanhado da questão sinótica talvez ajude o leitor a melhor penetrar as perspectivas de cada um dos evangelistas que serão indicadas nas introduções particulares a Mateus, Marcos e Lucas.

            (Livro): Foi Justino quem, por volta de 150, usou primeiro esta palavra para designar o evangelho como livro (I Apologia, 663).

 

            (Escreviam): Tentou-se indicar nas notas de tradução as tendências que caracterizam cada evangelista, toda vez que isto foi possível, e sempre com prudência. As indicações que foram encontradas, p. ex., na anotação a parábolas, só intentam assinalar uma tendência de interpretação. Os títulos das perícopes esforçam-se também por salientar o sentido dominante do texto. Assim, p. ex., a parábola tradicionalmente intitulada: O Filho pródigo é aqui intitulada: O Filho reencontrado.

 

            (Pontos): Abençoar/dar graças – meu corpo/meu corpo que é dado a vós – meu sangue da Aliança/a nova Aliança em meu sangue – ausência em Mt e Mc da ordem: “Fazei isto em minha memória”.

 

            (História): Cf. Lc 1,1-4.

 

            (Palavras): Por ex., Mc 1,15: o anúncio da proximidade do Reino não é reflexo da pregação dos cristãos; pois estes, depois da Páscoa, anunciavam, não o Reino, mas a Ressurreição. Cf. também Mc 13,32, a palavra referente ao dia e à hora.

 

            (Relatos): Por ex., Mc 6,8-9: o envio dos Doze sem nenhum recurso material supõe decerto uma missão muito limitada no tempo e no espaço, não as missões longínquas que a primeira geração cristã presenciaria.

 

            (Textos): Os tradutores esforçaram-se, às vezes à custa de certas proezas de estilo, por salientar as semelhanças e diferenças entre os textos paralelos dos evangelhos. Dessa forma, o leitor poderá fazer comparações por si mesmo, embora nenhuma nota lhe chame a atenção a respeito.

 

            (Oral): Para este documento, só 50% do vocabulário é comum a Mt e Lc. De 23 perícopes, apenas 13 se encontram na mesma ordem em Mt e Lc.

 

           

 

            O Novo Testamento é constituído por 27 Livros: EVANGELHOS: Mateus; Marcos; Lucas; João; Atos dos Apóstolos. (05).

           

            EPÍSTOLAS DE PAULO: [SENDO, 13 CARTAS]: {Aos Romanos; Aos Corintios – 1 e 2; Aos Gálatas; Aos Efésios; Aos Filipenses; Aos Colossenses; Aos Tessalonicenses – 1 e 2; A Timóteo 1 e 2; A Tito; A Filemom.}.

 

            EPÍSTOLAS GERAIS: [escritas para o “público em geral – 08 cartas”]: Epístola aos Hebreus; Epístola de Tiago; Primeira Epístola de Pedro; Segunda Epístola de Pedro; Primeira Epístola de João; Segunda Epístola de João; Terceira Epístola de João; Epístola de Judas. [Totalizando – 21 cartas: 13 de Paulo + 08 cartas gerais].

           

            E, finalizando, o livro da “Revelação de João” – Apocalipse de João. (01).

 

 

 

            Relembrando: O Antigo Testamento: é constituído por 39 Livros:

 

            PENTATEUCO: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio. (05).

           

            LIVROS HISTÓRICOS: Josué, Juízes, Rute, 1Samuel, 2Samuel, 1Reis, 2Reis, 1Crônicas, 2Crônicas, Esdras, Neemias, Ester. (12).

 

            LIVROS POÉTICOS: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico. (05).

 

            LIVROS PROFÉTICOS: Isaías, Jeremias, Lamentação de Jeremias, Ezequiel, Daniel, Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias. (17).

 

 

            Bem, como conhecemos, totalizando 66 Livros da nossa Bíblia – Sagradas Escrituras! AMÉM. Anselmo Estevan.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O EVANGELHO SEGUNDO

 

MATEUS

 

 

 

            INTRODUÇÃO

 

 

 

            Visão geral

            Autor: Mateus (Levi).

            Propósito: Inspirar os remanescentes ao serviço grato e fiel de promover o reino de Yaohu ao apresentar Yaohushua como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o cumprimento do plano de redenção de Yaohu.

            Data: 60-70 d.C.

            Verdades fundamentais:

            Yaohushua cumpriu as Escrituras do Antigo Testamento.

            Yaohushua é o Rei prometido (o Messias).

            Enquanto esteve aqui na terra, Yaohushua inaugurou o reino de Yaohu.

            Os seguidores de Yaohushua devem espalhar o reino a todas as nações.

            Os seguidores de Yaohushua sofrerão, mas Yaohushua está sempre com eles.

            Quando retornar, Yaohushua completará o reino de Yaohu.

 

 

            Propósito e característica

            O propósito do Evangelho de Mateus é transmitir o ensinamento autorizado de Yaohushua e sobre ele, cuja vinda marcou o cumprimento das promessas de Yaohu. Não se trata meramente de uma história ou biografia, uma teologia ou uma confissão, um catecismo ou um conjunto de ensinamentos; é uma combinação de todas essas coisas. Mateus não permite separação entre a narrativa e a teologia ou entre a teoria e a prática. A História é a única base autêntica para a teologia, e a teologia dá o único significado correto para a História; o mesmo vale, também, para a teoria e a prática.

           

 

            MATEUS. O prólogo e o final. Em vez de antepor, como Lucas, um prefácio ao seu evangelho, Mateus indica o sentido da sua obra no prólogo que abre a narrativa da vida pública de Yaohushua (1 – 2) e no final que encerra o evangelho (28,16-20), por ocasião da única aparição do Ressuscitado: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Ide, pois; de todas as nações fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai – (YAOHU), do Filho – (YAOHUSHUA) e do Espírito Santo – (“RÚKHA hol – RODSHUA”), ensinando-as a guardar tudo o que vos ordeno. Quanto a mim, eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos!” {AQUI, ENCONTRAMOS O “MAIS FORTE” – SIGNIFICADO PARA “IRMÃOS”. E, MUITA GENTE, NÃO ENTENDE, E, DESPREZA O QUE ESTÁ AO SEU LADO E, SÓ POR ESTAR EM UMA CONGREGAÇÃO.... ETC. JÁ ACHA ESTAR SALVO!? SENDO ASSIM, TEMOS QUE OLHAR UNS PELOS OUTROS – QUE YAOHUSHUA É POR NÓS. ANSELMO ESTEVAN}.

            Neste “manifesto” do Ressuscitado, dois pontos mais salientes são sublinhados: a autoridade de O UNGIDO e a função de seus discípulos.

            1. Como os outros evangelhos, o de Mateus relata a vida e o ensinamento de Yaohushua; e, a seu modo, porém mais do que eles, explicita a “cristologia primitiva”. O Emanuel anunciado a José (1,23), isto é, “Deus conosco”, ficará presente aos que crêem até o fim dos tempos (28,20), como o “mestre e docente” (didata) que ele foi na terra e continua sendo, por intermédio de seus discípulos, com uma autoridade plena que recebeu de Yaohue não de Satanás (4,8-10) –, já que o Pai tudo lhe entregou (11,27). É isto que confere ao evangelho de Mateus a perspectiva ética que o caracteriza.

            Em conformidade com as Escrituras, este Yaohushua foi rejeitado pelos judeus, de sorte que a Boa Nova possa ser comunicada aos pagãos. Eis o que mostra, em resumo, o prólogo. De fato, este tem a função, mais que de narrar os acontecimentos da infância de Yaohushua, de exprimir, a partir de antigas tradições, o sentido da vida terrena daquele que ressurgiu dos mortos. Ao passo que, em nome de Israel e da linhagem de David, José acolhe o Menino concebido do RÚKHA e nascido da Virgem Maria, eis que, em decorrência da visita dos magosprefigurações dos pagãos que a Boa Nova convida à salvação –, Jerusalém, os sumos sacerdotes, o rei Herodes, todos o ignoram, o rejeitam e perseguem. Em vez de adora-lo, Herodes chega a tentar mata-lo junto com as crianças de Belém; mas Yaohushua se lhe furta e se refugia na Galiléia, símbolo da terra dos gentios. Morte e ressurreição vêm assim prefiguradas nesta história trágica, que finalmente desemboca na proclamação do Evangelho aos próprios pagãos.

            Com isto, Yaohushua, o Messias, dá o remate à história de Israel. Outra maneira de Mateus manifesta-lo é a demonstração escriturística. Ele salpica o seu texto com citações, na intenção de mostrar que o modo de agir de Yaohushua se ilumina constantemente pela Escritura: “Assim devia cumprir-se o oráculo do profeta” (1,22 nota). Portanto, os que rejeitam Yaohushua enganaram-se quanto à sua pessoa: Yaohushua é verdadeiramente o Messias esperado pelos judeus.

            2. Com autoridade, este Yaohushua deu aos Onze o encargo de anunciar a Boa Nova e de fazer de todas as nações discípulos seus. Este anúncio é primeiro o do “Reino dos céus”, conforme a expressão que caracteriza o primeiro evangelho e que, aliás, se situa dentro da tradição judaica sobre o Reino de Deus. Yaohu é, de fato, o soberano que permanece presente a seu povo e que, em momentos oportunos, intervém com autoridade no curso da história. Tal modo de falar provém de certo, em parte, do regime político de Israel no decorrer dos séculos; a ocupação romana só consegue acirrar o sonho de uma intervenção soberana de Yaohu; sim, só Yaohu é nosso Rei, compraziam-se em dizer os judeus da época. Mas, se Yaohushua mantém a expressão “Reino dos céus”, não o faz no sentido de uma libertação política; ainda menos no sentir de Mateus, pois ele refere estas palavras depois da morte de Yaohushua e, por isso, não pode contar com a realização por Yaohushua de tal sonho.

            Em Mateus, a expressão tornou-se técnica, para designar a soberania de Yaohu sobre o seu povo; ela é mesmo empregada em sentido absoluto, quando Yaohushua anuncia “os mistérios do Reino” (13,11). Alhures – em Lucas ou em João – ela foi comumente reinterpretada e significa: vida eterna, céu. Eis por que, em Mateus, a expressão permaneça ambígua. Assume tanto o significado de “reinado” como, às vezes, de “reino”, quando vem introduzida por um verbo que significa “entrar no” (3,2 nota). Ela não visa simplesmente ao futuro, mas igualmente ao presente. As parábolas do Reino (13) indicam as suas características: inaugurado pelo gesto do semeador, deve frutificar até a messe final, de maneira misteriosa e a despeito dos fracassos ocasionais. Em razão desta perspectiva escatológica, o Reino de Yaohu não pode, pois, identificar-se com a Igreja, mesmo se o termo “Igreja” (16,18; 18,18) designa a comunidade dos discípulos que anunciam o Reino e lhe produzem os sinais. Esta comunidade tem por lei o serviço mútuo (18,12-14) e detém, com Pedro, as chaves do Reino (16,16; 18,19). Embora saiba que o Reino já está inaugurado, ela ora, ainda hoje e sempre: “Faze com que venha o teu reino!” (6,10).

 

 

            Composição literária. Mateus trabalhou baseado em fontes que lhe são comuns com Marcos ou Lucas; mas, dentro do quadro desta semelhança geral, oferece uma narração bem diferente da de Marcos, quer pelo número e amplidão dos elementos que lhe são próprias (p. ex., 1 – 1; 5 – 7; 11,1-30; 13,24-30.36.52; 18,10-35; 28,9-20), quer pela liberdade com que utiliza certas matérias que lhe são comuns com Marcos (compare-se, p. ex., Mt 4,1-11 com Mc 1,12-13; Mt 8,23-27 com Mc 4,35-41; Mt 9,9-13; com Mc 2,13-17; Mt 14,13-21 com Mc 6,32-44; Mt 16,13-20 com Mc 8,27-30; Mt 21,18-19 com Mc 11,12-14; Mt 21,3-46 com Mc 12,2-12; Mt 24,1-36 com Mc 13,1-37), quer finalmente por um conjunto de elementos que ele hauria com toda a verossimilhança de uma coletânea de palavras de Yaohushua que também Lucas deve ter empregado (p. ex., 3,7-10; 7,7-11; 11,4-6; 12,43-45). É difícil precisar até que ponto essas fontes já foram anteriormente inseridas em agrupamentos mais amplos, mas pode-se, pelo confronto com Marcos e Lucas, constatar o modo de Mateus compor.

            1. As suturas cronológicas, exceto em 4,17 e 16,21, normalmente carecem de valor (cf. 3,1 nota). As indicações topográficas costumam ser bastante vagas e não autorizam a composição de um itinerário minucioso; graças a elas, entretanto, o leitor se vê colocado ante uma trajetória histórica e não ante uma mera sucessão de cenas. Mateus gosta de engastar uma narrativa ou uma sentença dentro da repetição de uma mesma palavra, procedendo assim a uma “inclusão” (6,19 e 6,21; 7,16 e 7,20; 16,6 e 16,12); emprega o paralelismo sinonímico ou antitético, por exemplo, sob a forma de quiasmo (16,25); não receia repetir as mesmas fórmulas (8,12; 22,13; 25,30), o mesmo fraseado para designar igual realidade (8,2 e 9,18; 9,4 e 12,25) ou a mesma palavra na boca de locutores diferentes (3,2; 4,17; 10,7). Suas narrações se caracterizam comumente pela brevidade: o anedótico de Marcos desaparece para dar lugar a uma apresentação catequética, que é sóbria e até hierática (comparem-se as narrativas de cura da sogra de Pedro em Mt 8,14-15 e Mc 1,29-31).

            Mateus gosta de compor conjuntos por agrupamentos numéricos (assim são privilegiados os números 7, 3 ou 2) ou por meio de encadeamentos (assim 18,4-6). Ao passo que Marcos e Lucas se contentam com justapor as suas fontes. Mateus colige palavras e narrativas (assim 8,5-13 comparado com Lc 7,1-10 e 13,28-29), visando a um sentido mais profundo. Gosta de combinar ensinamentos analógicos: assim, insere o “Pai-nosso” num conjunto que já formava uma composição acabada (6,7-15 em 6,1-18) e compõe “discursos” conferindo-lhes caráter exaustivo (assim 10,17-42; 13,35-53; 25). Ao conjunto de milagres que constitui 8,1-17, Mateus acrescenta outras séries de milagres (8,23 – 9,8 e 9,18-34); aos três anúncios do destino do Filho do Homem, acrescenta desenvolvimentos que amplificam o ensinamento de Yaohushua (assim 18,5-35; 19,1 – 20,16).

            Finalmente e sobretudo, sempre na ordem da composição literária, são de notar os cinco grupos que se denominam, por falta de termo melhor, os “discursos” de Yaohushua. São conglomerados de palavras de Yaohushua que constituem a trama do evangelho e são pontuados pela cláusula aposta a cada um deles: “Ora, tendo Yaohushua concluído essas instruções” (cf. 7,28 nota). Esses “discursos” apresentam sucessivamente a “justiça do Reino” (5 – 7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18), a vigilância e fidelidade requeridas na espera da manifestação final do Reino (24 – 25).

            2. A partir dessas evidentes características de estilo, o leitor tenta realizar agrupamentos mais vastos. Mas então, já não é Mateus que o exige; é o leitor que o propõe. Por isso, a presente tradução não quis impor grandes divisões ao texto do evangelho. Aqui, todavia, julgamos útil assinalar três tipos de divisão, três “planos” de Mateus propostos pelos críticos.

            a) O mais simples, aparentemente, é o plano geográfico, análogo ao que se julga descobrir em Marcos; ministério de Yaohushua na Galiléia (4,12 – 13,58); atividade de Yaohushua nas regiões limítrofes da Galiléia, seguida da viagem a Jerusalém (14,1 – 20,34); finalmente, ensinamento, padecimentos, morte e ressurreição de Yaohushua em Jerusalém (21,1 – 29,20). A dificuldade provém do fato de ninguém conseguir mostrar que Mateus tinha alguma intenção teológica específica ao mencionar esses vários lugares; assim, a divisão geográfica talvez não passe de uma moldura dentro da qual foram agrupadas as diversas matérias.

            b) Outros autores estabelecem o plano de acordo com os “cinco discursos” destacados por Mateus graças às cláusulas anteriormente indicadas. De fato, há aí cinco conjuntos em que se encontra compendiado o ensino de Yaohushua; mas será que eles permitem distribuir os assuntos dentro de uma alternância narração-discurso? Tal correspondência só é fácil de mostrar para 11 – 12 e 13; mas, nesta hipótese, será realmente possível qualificar 11 – 12 de narrativa, já que estes capítulos formam uma série de pequenos discursos apenas situados no espaço e no tempo? Quanto aos outros conjuntos, não se pode estabelecer uma relação estreita entre 3 – 4 e 5 – 7, nem entre 14 – 17 e 18; e unir 8 – 9 com 10 ou 19 – 23 com 24 – 25 é forçar o texto. O Evangelho de Mateus não é um catecismo ilustrado com exemplos; narra uma existência histórica que tem alcance doutrinal.

            c) Outros pensaram que Mateus quis reproduzir, sobre uma trama histórica, o drama da existência de Yaohushua. Tendo-se em conta os “sumários” (4,12-17; 12,15-21...), os encadeamentos (12,15-21 e 3,13-17; 11,1 – 12,50 e 8,1 – 9,34) as anotações topográficas dominantes (8,1 – 9,34; 14,1 – 16,20; 20,29 – 28,20) ou recessivas (11,1 – 12,50; 16,21 – 20,28), a variedade dos auditórios – predominância da multidão (8,1 – 9,34), dos inimigos (11,1 – 12,50; 21,23 – 23,46) –, pode-se distribuir o conjunto em duas grandes partes.

            Na primeira (3,1 – 13,58), Yaohushua se apresenta, mas o povo judeu se recusa a crer nele. Todo-poderoso em obras e palavras (4,12 – 9,34), envia seus discípulos a anunciarem a Boa Nova (9,35 – 10,42); efetua-se então a opção pró ou contra Yaohushua: os ouvintes são convidados a discernir o evento que se realiza, nos milagres anteriormente narrados (11 – 12) ou no novo ensinamento em parábolas (13). No fim, Yaohushua é rejeitado pelos seus (13,53-58).

            Na segunda parte (14 – 28), Yaohushua percorre o caminho que o leva pela cruz à glória da Ressurreição. Dois movimentos animam esta narrativa: um, com base geográfica (14,1 – 16,20), depois com base doutrinal (16,21 – 20,34), permite que Yaohushua  ministre à sua comunidade um ensinamento particular. O outro sucede em Jerusalém, onde Yaohushua faz uma entrada majestosa e toma posse do Templo (21,1-22); depois disto, ele enfrenta seus inimigos: manifesta em três parábolas o desígnio de Yaohu (21,18 – 22,14), sai vitorioso das controvérsias e ciladas que lhe armam (22,15-46) e denuncia a hipocrisia dos escribas e fariseus (23). Depois, Yaohushua  anuncia o julgamento do mundo inteiro (24 – 25); deixa-se julgar e condenar pelos homens (26 – 27). Finalmente, Yaohu o ressuscita (28).

            De sorte que Mateus relata um drama. Yaohushua exigia do povo judeu uma adesão incondicional à sua pessoa; proclamava a admissão dos pagãos no Reino dos céus. Este encontro deveria ter sido o arremate do destino do povo de Yaohu; mas em conseqüência da recusa de Israel, tornou-se separação, arrancamento. Desde então, a comunidade dos discípulos, fiel ao ensinamento de Yaohushua ressuscitado, é o verdadeiro povo de Yaohu que, subtraído à prepotência dos arrendatários rebeldes, deve produzir os frutos esperados por Yaohu (21,43).

 

 

            A comunidade de Mateus. Pela escolha do seu material, bem como pela ordenação do mesmo, o Evangelho de Mateus desvenda as preocupações do ambiente em que foi dado à luz. Indiquemos três aspectos do mesmo.

            1. Mateus é o evangelista que mais insiste na lei, na Escritura, nos costumes judaicos; por exemplo, introduz por conta própria referência às três grandes práticas de piedade judaicas (esmola, oração, jejum); à diferença de Marcos (7,3-4), não sente necessidade de explicar tais usos; finalmente, Yaohushua se dirige com prioridade ao seu povo (10,6; 15,24). Mas esta insistência na lei é corrigida por outra, sobre a plenificação que a lei deve receber e que a Escritura aponta na própria  pessoa de Yaohushua; e, por fim sobre os abusos gerados pelas tradições farisaicas. Tudo é submetido a uma reinterpretação radical, como mostram as “antíteses” do Sermão da Montanha, no cap. 5. Mateus insiste na passagem da Boa Nova aos pagãos; o que lhe interessa é, portanto, a explosão do evangelho no âmbito do mundo inteiro; todos os homens serão chamados a juízo pelo Filho do Homem (25,31-46), todas as nações serão convidadas a receber o ensinamento de Yaohushua (28,19).

            2. Em Mateus, diversamente de Marcos, os discípulos ocupam um lugar único na economia da Revelação; são profetas, sábios e escribas da nova lei (13,52; cf. 23,34), mas, ao atenuar seus traços fisionômicos históricos, Mateus aplicou-se em fazer deles tipos duradouros: assim, eles prefiguram o comportamento de qualquer discípulo do porvir, até mesmo quando se mostram homens de pouca fé (8,26; 14,31; 16,8; 17,20).

            3. Finalmente, o retrato de O UNGIDO é influenciado pela comunidade remanescente de Mateus. Já indicamos como Yaohushua cumpre as Escrituras, justificando com isto o desígnio de Yaohu e fundamentando a apologética remanescente. Além disto, Mateus, com uma insistência que lhe é peculiar, apresenta Yaohushua como Mestre, o Docente por excelência (5,2.19; 7,29; 21,23; 22,16; 4,23; 9,35; etc.). Em Marcos, este termo tem o sentido geral que lhe é comum no mundo antigo; em Lucas, vê-se Yaohushua a ensinar os seus discípulos a orar (Lc 11,1); em João, o seu ensinamento refere-se sobretudo à sua própria pessoa (Jo 8,20.28). Em Mateus, o Mestre ensina principalmente a nova “justiça”, ou seja, uma fidelidade nova à lei de Yaohu (5,19-20; 7,29; 15,9; 28,20); dela é o intérprete “escatológico”, revestido da “autoridade” suprema de Yaohu, a fim de apartar seus ouvintes das “tradições humanas” cujos guardiães são os escribas (15,9) e ensinar-lhes uma nova perfeição (5,48; 19,21).

            Desde o início do evangelho, Yaohushua é O UNGIDO, filho de David, Filho do próprio Yaohu. Na sua qualidade de Filho de Yaohu e UNGIDO - CHRISTÓS, Yaohushua é o “didata”, o intérprete decisivo da vontade de Yaohu. Daí se compreende como o discípulo já o chame, da mesma forma que um remanescente, YHWHYAOHUO ETERNO [esta é a minha forma de entender de um verdadeiro remanescente. Pois, veja como o livro chamaria o Filho de Deus depois dos parênteses]: Livro: (Daí se compreende como o discípulo já o chame, da mesma forma que um cristão, “Senhor”). {O QUE DISCORDO TOTALMENTE DA FORMA “SENHOR” – COMO JÁ EXPLICADO NAS APOSTILAS ANTERIORES E PELO FATO DO “CRISTÃO”, DA FORMA ERRÔNEA DA PALAVRA “CRISTO” – JÁ EXPLICADA, TAMBÉM, NAS APOSTILAS ANTERIORES DO TERMO = “PAGÃO”...!!}. ANSELMO ESTEVAN. , e que Mateus omita os traços que em Marcos descrevem a cólera de Yaohushua, sua irritação ou ternura; O UNGIDO ostenta uma dignidade muito mais consistente do que em Marcos (compare-se Mt 13,35 e Mc 6,3; Mt 15,33 e Mc 8,4...).

 

 

            Destinatário, data, autor. Para os antigos Pais da Igreja, a coisa era simples: o primeiro evangelho fora escrito pelo apóstolo Mateus “para os fiéis provenientes do judaísmo” (Orígenes). Muita gente ainda pensa assim, embora a crítica moderna atente mais à complexidade do problema. Diversos fatores permitem localizar o primeiro evangelho. Parece evidente que o texto atual reflete tradições aramaicas ou hebraicas: vocabulário tipicamente palestino (ligar e desligar: 16,19; jugo a carregar, reino dos céus...), expressões estas que Mateus julga inútil, explicar a seus leitores, diversos usos judaicos (5,23; 12,5; 23,5.15.23). Por outra parte, parece evidente que este evangelho não é uma simples tradução de um original aramaico, mas revela uma redação grega. Embora tipicamente impregnado de tradições judaicas, não se pode afirmar que sua proveniência seja palestina. Comumente, estima-se que tenha sido escrito em Antioquia (Inácio refere-se a ele pelos inícios do século II) ou na Fenícia, pois nestas regiões vivia um grande número de judeus. Finalmente, pode-se entrever uma polêmica contra o judaísmo sinagogal ortodoxo dos fariseus, tal como se manifesta na assembléia sinagogal de Jâmnia pelos anos 80. Em tais condições, numerosos são os autores que datam o primeiro evangelho dos anos 80-90, quiçá um pouco mais cedo; não se pode obter total certeza a tal respeito.

            Do seu autor, nada diz o evangelho. A mais antiga tradição eclesiástica (Pápias, bispo de Hierápolis, primeira metade do século II) o atribui ao apóstolo Mateus-Levi. Grande número de Padres (Orígenes, Jerônimo, Epifânio) seguem-lhe a opinião, e certos autores quiseram deduzir daí que se pode atribuir ao apóstolo uma primeira forma, aramaica ou hebraica, do nosso Mateus grego. Mas o estudo do evangelho não confirma essas hipóteses, sem todavia invalidá-los radicalmente. Por isso, na falta de conhecer com precisão o nome do autor, convém contentar-se com alguns traços delineados no evangelho mesmo: o autor se reconhece na sua obra. Versado nas Escrituras e tradições judaicas, conhecendo, respeitando, mas interpelando rudemente os chefes religiosos do seu povo, perito na arte de ensinar e fazer “compreender” Yaohushua a seus ouvintes, insistindo sempre nas conseqüências práticas do seu ensinamento, ele corresponderia bastante aos traços característicos de um letrado judeu feito remanescente, um “dono de casa que tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (13,52).

 

 

            Atualidade do primeiro evangelho. Desde o século II, o Evangelho de Mateus foi considerado como “o evangelho da Igreja”, talvez devido às tradições que refere acerca da “Igreja” (16,18 e 18,18) ou, mais provavelmente, devido à riqueza e ordenação de sua documentação. Ainda hoje pode sê-lo, sob condição de não se lhe pedir o que não quer nem nos pode dar. Ao interpelar a sua Igreja, Mateus pouco se importa com reproduzir ao pé da letra a linguagem do tempo de Yaohushua; identifica-se tão bem com a voz de sua Igreja, da qual é intérprete, que dificilmente se consegue ouvir a “testemunha ocular”. Por isso, em vez de recorrer a ele primeiramente para reconstituir uma história do tempo de outrora, é mister ler nele o evangelho da atual comunidade de Mateus. A melhor maneira de escuta-lo será assumir a atitude do crente tal como Mateus o descreve. Outrossim, o leitor não se deve incomodar com o caráter semitizante do seu estilo, por exemplo lastimando que ele se ache jungido a um pesado aparato de citações escriturísticas. Tomadas essas precauções, Mateus fala muito adequadamente ao REMANESCENTE de hoje.

            Evangelho da plenificação de Israel por Yaohushua, Mateus manifesta o enraizamento da Igreja em sua  tradição original. A Igreja não é um “novo Israel”, mas o “verdadeiro Israel”; ela não sucede a Israel, mas indica a direção em que o Israel não convertido a Yaohushua deve avançar para alcançar sua culminação e, em sentido oposto, ela deve descobrir neste Israel as suas próprias raízes.

            Ao omitir a identificação da Igreja com o Reino dos céus, Mateus recorda à Igreja de hoje sua verdadeira fisionomia. Sem dúvida, a instituição é necessária para que a comunidade de Yaohushua sobreviva, mas ela é provisória: o Reino de Yaohu é, por si só, o que dá sentido à Igreja, situando-a no seu lugar próprio com referência a Yaohu e a Yaohushua – O UNGIDO, que agem na história dos homens.

            O REMANESCENTE hodierno é convidado por Mateus a assumir a atitude dos discípulos do tempo de Yaohushua. Com eles, pode reconhecer o seu YHVH todo-poderoso, e ouvir que se lhe lance em rosto a própria incredulidade, mas também receber a missão de anunciar a Boa Nova até os confins do mundo. Assim, atualiza-se a relação do crente com o seu YHVH – ETERNO – Yaohushua.

            Num mundo em devir, o Ressuscitado manifesta a sua presença e convida os crentes a voltarem incessantemente aos ensinamentos que ele ministrou durante sua vida terrestre: a identidade entre O UNGIDO ressuscitado e Yaohushua de Nazaré tornado presente pelo evangelho, tal é o núcleo do testemunho de Mateus.

 

 

 

 

AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE:

 

MATEUS

 

 

 

            JOSÉ

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Era um homem integro.

            Era um descendente do rei Davi.

            Exerceu a função do pai terreno e legal de Yaohushua.

            Era uma pessoa sensível à direção de Yaohu e disposta a fazer-lhe à vontade, a despeito das conseqüências.

 

            Lições de vida:

            Yaohu honra a integridade.

            A posição social pouco importa quando Yaohu escolhe alguém.

            Ser obediente à direção de Yaohu nos leva a receber ainda mais diretrizes da parte dEle.

            Os sentimentos não são medidas precisas do certo ou do errado para executar um plano.

 

            Informações essenciais:

            Locais: Nazaré e Belém.

            Ocupação: carpinteiro.

            Familiares: Esposa – Maria; filhos – Yaohushua (O UNGIDO), Tiago, José, Judas, Simão e as filhas [com nomes não são mencionados].

            Contemporâneos: Herodes, o Grande; João Batista; Simeão; Ana.

 

            Versículos-chave:

            “Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixa-la secretamente. E, projetando ele isso, ele que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Yaohu, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Rúkha hol – RODSHUA” (Mt 1,19.20).

 

            A história de José é contada em Mateus 1,16 – 2,23 e Lucas 1,26 – 2,52.

 

 

 

            HERODES

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Recebeu dos romanos o título de “rei dos judeus”.

            Manteve-se no poder por mais de 30 anos.

            Foi um governante eficiente, embora cruel.

            Patrocinou enorme variedade de projetos para grandes construções.

 

            Fraquezas e erros:

            Tinha a tendência de tratar os que estavam a seu redor com terror, suspeitas e ciúmes.

            Mandou matar vários de seus filhos e, pelo menos, uma esposa.

            Ordenou a matança dos meninos de Belém.

            Embora reivindicasse ser um adorador de Yaohu, estava envolvido com muitos cultos pagãos.

 

            Lições de vida:

            Muito poder não traz a paz nem a segurança.

            Ninguém pode impedir que os planos de Yaohu se cumpram.

            A falta de serenidade e lealdade não impressiona as pessoas, nem tampouco a Yaohu.

 

            Informações essenciais:

            Ocupação: Rei da Judéia, entre 37 e 4 a.C.

            Familiares: Pai – Antipater; filhos – Arquelau, Antipater, Antipas, Felipe e outros; esposas – Dóris, Mariane e outras.

            Contemporâneos: Zacarias, Isabel, Maria, José, Marco Antônio, Augusto.

 

            Versículo-chave:

            “Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos” (Mt 2,16).

 

            Herodes, o Grande, é mencionado em Mateus 2,1-22 e Lucas 1,5.

 

 

 

            MATEUS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Era um dos doze discípulos de Yaohushua.

            Respondeu imediatamente ao chamado de Yaohushua.

            Convidou muitos amigos à sua casa, para conhecerem Yaohushua.

            Escreveu o Evangelho de Mateus.

            Esclareceu aos judeus o cumprimento das profecias do Antigo Testamento em Yaohushua.

 

            Lições de vida:

            Yaohushua aceitou pessoas de todas as classes sociais.

            Além da habilidade que recebeu de Yaohu para cuidar dos registros, atentando para os detalhes, Mateus recebeu uma nova vida e um novo propósito.

            Tendo sido aceito por Yaohushua, Mateus imediatamente procurou colocar outras pessoas em contato com o Mestre.

 

            Informações essenciais:

            Local: Cafarnaum.

            Ocupações: cobrador de impostos, discípulo de Yaohushua.

            Familiar: Pai – Alfeu.

            Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos, Herodes, os outros apóstolos.

 

            Versículo-chave:

            “E Yaohushua, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Siga-me. E ele, levantando-se, o seguiu” (Mt 9,9).

 

            A história de Mateus é contada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 1,13.

 

 

 

            MARIA (Irmã de Lazaro)

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Talvez tenha sido a única pessoa próxima que compreendeu e aceitou a morte expiatória de Yaohushua. Ela dedicou tempo para ungir o corpo do Mestre, antes da crucificação.

            Aprendeu o momento propício para ouvir e para agir.

 

            Lições de vida:

            A missão de servir a Yaohu pode tornar-se uma barreira para conhece-lo pessoalmente.

            Os pequenos atos de obediência e serviço têm grandes efeitos.

 

            Informações essenciais:

            Local: Betânia.

            Familiares: Irmãos – Marta e Lazaro.

 

            Versículos- chave:

            “Ora, derramando ela este ungüento sobre o corpo , fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26,12.13).

 

A história de Maria é contada em Mateus 26,6-13; Marcos 14,3-9; Lucas 10,38-42 e João 11,17-45; 12,1-11.

 

 

 

 

            PEDRO

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Tornou-se um líder reconhecido entre os discípulos de Yaohushua, estava entre os três mais próximos do Mestre.

            Foi a primeira grande expressão do evangelho, durante e depois do Pentecostes.

            Provavelmente, conheceu Marcos e deu-lhe informações que foram registradas no Evangelho deste.

            Escreveu duas epístolas: 1 e 2 Pedro.

 

            Fraquezas e erros:

            Muitas vezes, falava sem pensar, mostrando-se impulsivo e impetuoso.

            Durante o julgamento de Yaohushua, negou três vezes que o conhecia.

            Mais tarde, Pedro considerou muito difícil tratar com igualdade gentios e judeus convertidos ao cristianismo – OS REMANESCENTES. (messiânicos).

 

            Lições de vida:

            O entusiasmo deve unir-se a fé e ao conhecimento, para não se extinguir.

            A fidelidade de Yaohu pode compensar nossas maiores infidelidades.

            É melhor ser um seguidor que erra às vezes do que alguém que não segue a Yaohu!

 

            Informações essenciais:

            Ocupações: Pescador, discípulo.

            Familiares: Pai – João; irmão – André.

            Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos, Herodes.

 

            Versículo-chave:

            “Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).

 

            A história de Pedro é contada nos Evangelhos e no livro de Atos. O apóstolo também é mencionado em Gálatas 1,18 e 2,7-14. Ele escreveu as duas epístolas que levam o seu nome: 1 e 2 Pedro.

           

 

           

           

 

 

 

 

           

 

 

 

 

 

 

O EVANGELHO SEGUNDO

 

MARCOS

 

 

 

            INTRODUÇÃO

 

 

 

            Visão geral

            Autor: João Marcos.

            Propósito: Apresentar as boas-novas de Yaohushua a um público essencialmente gentio por meio da narração do testemunho dos discípulos a respeito dos fatos notáveis sobre a vida, a morte e a ressurreição de O UNGIDO.

            Data: 62-69 d.C., ou um pouco antes.

            Verdades fundamentais:

            Yaohushua era o aguardado Messias de Israel.

            Yaohushua se revelou de modo especial aos seus doze discípulos.

            Yaohushua demonstrou que era o Filho divino de Yaohu.

            Yaohushua resistiu ao reconhecimento público para sofrer e morrer em favor do seu povo.

            Yaohushua mostrou-se muito interessado em estender a salvação aos gentios.

            A expansão das boas-novas acerca de Yaohushua exerce poder sobre o mal.

 

 

            Propósito e características

            O propósito principal de Marcos era fornecer por escrito um testemunho dos doze apóstolos quanto aos fatos da vida, morte e ressurreição de Yaohushua. Marcos considerava isso como a essência do evangelho (1,1). Ele não planejou escrever uma biografia ou um relato completo do ministério público de Yaohushua, mas simplificou o relato histórico a uma estrutura mínima, dividida em três partes: (1) a inauguração do ministério com João Batista, (2) o ministério público de Yaohushua na “Galiléia dos gentios” (Mt 4,15) e regiões circunvizinhas, e (3) a jornada final em direção a judeia dos judeus e a Jerusalém, para o sacrifício definitivo na cruz.

 

 

            MARCOS. Ordem e temas principais. O segundo evangelho apresenta-se sob a forma de uma seqüência de narrativas geralmente breves e sem conexões muito precisas. Seu quadro mais característico é constituído por indicações geográficas. A atividade de Yaohushua decorre na Galiléia (1,14) e arredores desta região, estendendo-se até as terras pagãs (7,24.31; 8,27). A seguir, passando pela Peréia e Jericó (cap. 10), Yaohushua sobe a Jerusalém (11,1).

            Este quadro não revela a disposição interna do livro, dominado antes pelo desenvolvimento de alguns temas fundamentais.

 

 

            A. O Evangelho. Logo as primeiras palavras, o livro declara o interesse atribuído ao “Evangelho de Yaohushua O UNGIDO, Filho de Yaohu” (1,1), denominado também, pouco adiante, “Evangelho de Yaohu” (1,14), ou “Evangelho” sem mais (1,15). Para Marcos, bem como para Paulo, esta palavra designa a Boa Nova, destinada a todos os homens e cuja aceitação define a fé Remanescente: por meio de Yaohushua, Yaohu realizou suas promessas em favor deles (cf. 1,1, nota). Por isso, o Evangelho deve ser proclamado a todas as nações (13,10; 14,9). Este empreendimento define a atualidade à qual Marcos não receia adaptar certas palavras de Yaohushua: desaparecido este, renunciar a si mesmo e tudo abandonar por ele é faze-lo em prol do Evangelho (8,35 nota; 10,29). Porque a ação de Yaohu que se manifestou pela vida, morte e ressurreição de Yaohushua, prolonga-se neste mundo por meio da palavra confiada aos discípulos. Mais do que uma mensagem provinda de Yaohu e referente a Yaohushua O UNGIDO, o Evangelho é esta ação divina em meio aos homens. Eis o presente, a partir do qual Marcos se volta para o passado, a fim de falar do seu “começo” (1,1) e para caracterizar, a esta luz, a existência Remanescente.

 

 

            B. Yaohushua O UNGIDO, Filho de Yaohu. As promessas divinas começaram a cumprir-se com a pregação de João Batista, que abriu o caminho para Yaohushua de Nazaré (1,2-8). Este, designado por Yaohu como seu Filho e vitorioso sobe Satanás no deserto, inaugura a pregação do Evangelho na Galiléia (1,14-15). Daí por diante, começa um verdadeiro drama, o da manifestação de O UNGIDO, Filho de Yaohu, em duas fases distintas.

            1. O poder do ensinamento e dos atos de Yaohushua contra as forças do mal é reconhecido por um vasto público (1,21-45; 3,7-10...). Mas o ser Yaohushua Filho de Yaohu é um fato que deve manter-se secreto (1,25; 3,12). A oposição dos observantes da lei mosaica, orgulhosos e impertinentes, manifesta-se (2-3,6) e chega a ponto de apresentar Yaohushua como instrumento do príncipe dos demônios (3,22-30). Entretanto, os discípulos distinguem-se nitidamente da multidão (4,10.33-34). E, entre eles, a pergunta dos primeiros que aparecem: “Que é isto?” (1,27), reveza-se com esta outra: “Quem é este?” (4,41). As respostas divergem (6,14-16; 8,27-28). E, não obstante a sua profunda incompreensão da missão de Yaohushua (6,52; 8,14-21), os discípulos chegam a reconhecer, pela boca de Pedro, que ele é O UNGIDO (8,29). Mas recebem ordem de se calar (8,30). [Veja que interessante: “Pelo zelo do Nome próprio de “Deus”, deixando as “consoantes”, mas, não pronunciando as “vogais para não pronunciar o nome verdadeiro e próprio de Deus – um Ser Sagrado e Santíssimo...” Esquecendo da pureza e da verdadeira razão de seu nome em hebraico..., esqueceram-se também, é claro, não podiam ver, enxergar que o Filho – revelou o Pai – pois o Filho e o Pai são UM! Pelo simples motivo de adulterarem as “vogais masoréticas e deixando as consoantes formando uma forma híbrida como um “deus” exclusivamente pagão!” E, isso está registrado agora nos Evangelhos...!”.Anselmo Estevan.].

            2. A partir de então, começa um ensinamento novo: o Filho do homem deve passar pelo sofrimento, a morte e a ressurreição. Este ensinamento, repetido três vezes (8,31-33; 9,30-32; 10,32-34), conduz o leitor ao confronto de Yaohushua com seus adversários em Jerusalém (caps. 11-13). Aí, o drama culmina: o segredo de Yaohushua é desvendado no decurso da Paixão (caps. 14 e 15), Sua declaração perante o Sinédrio, que o condena à morte (14,61-62), e a palavra do centurião na hora de sua morte (15,39) condenam-se com as revelações de Yaohushua por ocasião do batismo e da Transfiguração (1,11; 9,7) e justificam o título do livro: Yaohushua é O UNGIDO, o Filho de Yaohu (1,1, notas). Entrementes, as indiscrições malévolas dos demônios (1,24.34; 3,11) e a fé messiânica dos discípulos (8,29) foram reduzidas ao silêncio: de fato, o sentido das mesmas não se poderia manifestar antes da paixão e morte de Yaohushua.

            O relato da paixão constitui o ápice do livro. Ele é preparado não só pelos conflitos em Jerusalém, pelo tríplice anúncio que segue a profissão de fé de Pedro, e por uma observação já feita em 3,6; ele responde à pergunta feita desde o primeiro ato público de Yaohushua, segundo Marcos (1,27), e permite compreender a insistência do livro sobre o que se denominou segredo messiânico (cf. 1,34, nota; 1,44, notas; 8,30, nota). Esta insistência corresponde, sem dúvida, ao fato de Yaohushua não ter sido RECONHECIDO, ao tempo de sua vida terrena, como o foi depois da Páscoa. Mas, já que o segredo incide exatamente nos títulos sob os quais se exprime a fé cristã (1,1; 3,11; 8,29), {aí, está a suprema importância de ser um REMANESCENTE. Para poder ver o “certo” do ‘Errado’ – o erro cometido pelo “homem, o ser humano” – que por muitas vezes se põe no lugar do “Diabo” sendo um “semideus!”. Anselmo Estevan}, Marcos parece querer indicar que eles eram prematuros, e permaneceram equívocos para os judeus e para os pagãos, enquanto sua verdade não fosse reconhecida na humilhação do Crucificado.

 

 

            C. Yaohushua e seus discípulos. No “começo” do Evangelho de Marcos, Yaohushua não aparece só, mas acompanhado dos discípulos que deveriam dar prosseguimento à obra começada. Desde o início da atividade na Galiléia, Marcos narra, sem a menor preocupação de verossimilhança cronológica e psicológica, o chamamento de quatro pescadores para seguirem a Yaohushua (1,16-29). A seguir, o Mestre anda sempre acompanhado pelos discípulos, exceto quando os manda pregar (6,7-30). Só no momento da Paixão, depois da fuga deles, é que fica só. Mas o livro não termina sem ter anunciado por duas vezes o seu reagrupamento na Galiléia em volta do O UNGIDO ressuscitado (14,28; 16,7). A posição que lhes é assinalada no decurso da narrativa permite aliás distinguir várias seções.

            1. Na primeira fase da manifestação de Yaohushua, três cenas ilustram uma associação cada vez mais íntima entre ele e seus discípulos: chamamento dos quatro em vista da pescaria de homens (1,16-20), a escolha dos Doze para viverem com ele e em vista da missão (3,13-19), finalmente a própria missão (6,7-13). Essas três narrativas vêm acompanhadas de visões de conjunto sobre a sua atividade ou as reações que ele provocava (1,14-15; 3,7-12; 6,14-16), como se o narrador sentisse a necessidade de se dar conta da situação, antes de prosseguir.

            Na primeira seção (1,16 – 3,6) os discípulos se mantêm inativos junto a Yaohushua; mas este se mostra solidário com eles, em face das críticas despertadas por sua atitude referente às observâncias judaicas (2,13-28). A segunda seção (3,7 – 6,6) os contrapõe aos adversários de Yaohushua, bem como a sua parentela carnal (3,20-35), e as distingue da multidão como beneficiário de um ensinamento particular (4,10-25.33-34) e testemunhas privilegiadas de milagres maravilhosos (4,35 – 5,43). A ruptura com Nazaré prepara a terceira seção (6,7 – 8,30), na qual os Doze, enviados em missão, aparecem na qualidade de “apóstolos” (6,30), encarregados de alimentar a multidão (6,34-44; 8,6). Entretanto, os discípulos recebem revelações que os desconcertam (6,45-52; 7,17-23). Sua incompreensão, já manifestada por ocasião das parábolas (4,13), agrava-se ainda mais (6,52; 8,14-21). A cura de um cego no final desta seção (8,22-26) tem para eles valor exemplar (cf. 8,22 nota).

            2. depois da confissão messiânica de Pedro, cada um dos três anúncios da Paixão e da Ressurreição esbarra na incompreensão dos discípulos e provocar declarações de rude franqueza acerca da condição pessoal (8,34-38) e comunitária (9,33-50; 10,35-45) dos que devem seguir Yaohushua, tomando a sua cruz. Caso suceda entrarem em cena a multidão ou pessoas outras que os discípulos e a estes últimos que Yaohushua se dirige principalmente ou explica em particular suas exigências (9,28-29; 10,10-16; 10,23-31). Continuamente se passa do Mestre ao discípulo e, em relação a ambos, do rebaixamento voluntário à glória prometida. Neste caso, porém, enquanto Yaohushua quer associa-los ao seu destino, eles permanecem obtusos. Esta seção conclui-se novamente com a cura de um cego, que se põe a seguir Yaohushua (10,46-52).

            As duas seções seguintes (caps. 11 – 13 e 14 – 16) mostram Yaohushua com as multidões, com seus adversários, com seus juízes. Os colóquios com os discípulos são freqüentes e importantes. Yaohushua os inicia no poder da fé e da oração (11,20-25), previne-os do comportamento a adotar em vista da chegada do Filho do homem (13,1-37), os instrui sobre o sentido da sua morte na expectativa do Reino de Yaohu (14,22-25), previne-os da defecção deles (14,26-31), previne-os contra a tentação (14,37-40). Mas a fuga deles no Getsemâni e as negações de Pedro atestam seu fracasso no seguimento de Yaohushua. Entretanto, nem tudo está acabado: depois da Ressurreição, Yaohushua os precederá na Galiléia (14,28; 16,7).

            A insistência na lentidão dos apóstolos em crer, sua contínua falta de compreensão, sua deficiência no momento em que se cumpre na verdade a revelação de O UNGIDO, Filho de Yaohu, responde certamente a um plano premeditado. [Essa parte, me lembra de “passagens” do AT. E, também, do NT. Em que: sempre que “alguém importante” era citado, se falavam da “família” – citando o nome do pai etc. Bem, como Deus – Yaohu – formou o ser humano e intervém com ele – é justo que têm que ter essa relação conosco a Salvação. E, por isso, repito a importância de conhecer seu Nome. O nome de Um Rei ETERNO, DIVINO, SALVADOR, AMOROSO, QUE QUER RESGATAR SEU POVO... No NT., vamos ver passagens como: Mas que Deus é esse? Qual seu nome? Pois nas cartas de Paulo, havia deuses e deusas com seus nomes respectivos... e reis, queriam saber o nome de nosso Deus Salvador... REFLITAM SOBRE ISSO E VEJAM QUANDO CHEGAR ESSAS PASSAGENS.. .OK! Anselmo Estevan]. A função de continuadores do Evangelho que lhes é atribuída impede que pensemos numa polêmica dirigida diretamente contra os primeiros discípulos de Yaohushua. Como a fé em Yaohushua só se desenvolveu depois da Páscoa, a sua vida terrestre podia parecer a Marcos um tempo de manifestação real, mas contida pela necessidade do segredo e limitada pela incompreensão dos discípulos. Esta, paradoxalmente, valoriza o mistério de Yaohushua, indecifrável fora da fé pascal.

            Ela assume, outrossim, o sentido de protótipo para a fé dos Remanescentes, sempre sujeita, como a deles, a ficar em descompasso com relação à revelação divina. {“NADA PODERIA SER FEITO OU ENTENDIDO POR MAIS CLARO QUE FOSSE, SEM A VINDA DO RÚKHA hol – RODSHUA – O ELO PRINCIPAL DA CADEIA DO AMOR DO NOSSO YAOHU – PARA NOSSA SALVAÇÃO”}. Anselmo Estevan. A cruz sempre há de ser um escândalo. Para ser proclamado e acolhido em sua verdade, o Evangelho não só exige fidelidade aos termos da confissão da fé, mas sobretudo a autenticidade de uma vida em seguimento de Yaohushua. A compreensão do seu mistério é inseparável de uma lenta e difícil iniciação à condição de discípulo.

 

 

            O modo de escrever de Marcos. Aprouve a alguns louvar em Marcos sua arte de narrador. Se o seu vocabulário é pobre (exceto quando fala de coisas concretas e das reações provocadas por Yaohushua), as suas frases mal concatenadas, seus verbos conjugados sem preocupação com a concordância de tempo, suas próprias deficiências contribuem para dar vida a uma narrativa muito próxima do estilo oral. Contudo, por sob o pormenor “colhido ao vivo”, vislumbra-se muitas vezes a trama de um esquematismo que trai elementos já tradicionais ou modelados para o uso das comunidades. Quando o narrador faz reviver a cena, não apresenta o relato singelo de uma testemunha ocular. Aliás, a ausência de qualquer seqüência cronológica, por elementar que seja, a indiferença pela psicologia dos personagens, a imagem estereotipada da multidão impedem que se leia este evangelho como uma simples vida de Yaohushua. Mas, sem visos de literatura, Marcos prima por sugerir o retrato vivo de um homem que, com suas reações imprevisíveis, sua compaixão ou rudeza, com a surpresa que causa e com a determinação de sua palavra, contradiz as imagens pré-fabricadas. Toda a alma se lhe traduz num olhar, que pode vir prenhe de cólera ou pleno de bondade (3,5.34), de interrogação ou diligente atenção (5,32; 11,11), de afeição (10,21), de gravidade contristada ou serena (10,23.27). Perante esse homem todas as atitudes são possíveis, da estupefação ao maravilhamento, da desconfiança à decisão de matar e, para os discípulos, da adesão irrefletida à incompreensão e ao abandono.

 

 

            Origem do livro. Por volta do ano 150, Pápias, bispo de Hierápolix, atesta a atribuição do segundo evangelho a Marcos, “intérprete” de Pedro em Roma. O livro teria sido composto em Roma, depois da morte de Pedro (prólogo antimarcionista de século II, Irineu) ou ainda durante sua vida (segundo Clemente de Alexandria). Quanto a Marcos, foi identificado com João Marcos, originário de Jerusalém (At 12,12), companheiro de Paulo e Barnabé (At 12,25; 13,5.13; 15,37-39; Cl 4,10) e, a seguir, de Pedro em “Babilônia” (isto é, provavelmente, em Roma), segundo 1Pe 5,13.

            Admite-se comumente a origem romana do livro, depois da perseguição de Nero em 64. Disto podem servir de indício certas palavras latinas grecizadas, várias construções de frases tipicamente latinas. Quando menos, o cuidado de explicar os costumes judaicos (7,3-4; 14,12; 15,42) de traduzir as palavras aramaicas, de frisar o alcance do Evangelho para os pagãos (7,27; 10,12; 11,17; 13,10) supõem que o livro se destina a não-judaicos, fora da Palestina. Quanto á insistência na necessidade de seguir Yaohushua carregando a própria cruz, poderia ser de particular atualidade numa comunidade abalada pela perseguição de Nero. Por outro lado, visto ser a ruína do Templo anunciada em Marcos sem nenhuma alusão clara ao modo como se efetuaram esses acontecimentos em 70 (ao contrário de Mt 22,7 e Lc 21,20), ainda impede que se dote a composição do segundo evangelho entre 65 e 70.

            A relação do livro com o ensinamento de Pedro é mais difícil de determinar. A expressão de Pápias, “interprete de Pedro”, não é clara. Contudo, mais do que aos pormenores descritivos e a feição de testemunho ocular, o lugar nele ocupado por Pedro testemunha em favor de uma tradição petrina. Dentre o grupo dos Doze, só se destacam Tiago e João, como fiadores, ao que parece, do testemunho de Pedro. Este nem por isso é lisonjeado. Mas, se nem sempre desempenha um papel agradável, não há nisto sinal de oposição contra ele.

            Fica, portanto, intacto o problema das fontes de Marcos. Os estudiosos diversamente, conforme a comparação com Mateus e Lucas os leve a ressaltar a importância de Marcos na origem destes ou a supor a existência, anterior a Marcos, de uma síntese de tradições referentes a Yaohushua. Seja qual for a hipótese, a composição do Evangelho de Marcos leva a pensar em uma etapa anterior da tradição, na qual os gestos e palavras de Yaohushua eram transmitidos independentemente de qualquer visão de conjunto da sua vida ou pregação. A narrativa da Paixão deve ter-se apresentado na origem sob a forma de uma seqüência com vários episódios. Conjuntos elementares, como “o dia de Cafarnaum” (1,21-38) ou as controvérsias de 2 – 3,6 puderam constituir-se bastante cedo e já existir nas fontes de Marcos.

            Outra questão que não recebeu resposta: como terminava o livro? Geralmente se admite que a conclusão atual (16,9-20) foi acrescentada para corrigir o final abrupto do livro no v. 8 (cf. 16,9 nota). Mas nunca saberemos se a conclusão original do livro foi perdida ou se Marcos julgou que a referência à tradição das aparições na Galiléia no v. 7 bastava para encerrar sua narrativa.

 

 

            Importância do livro. Marcos é para nós a primeiro exemplo conhecido do gênero literário chamado evangelho. No uso da Igreja, foi muitas vezes preterido em favor das sínteses posteriores e mais amplas de Mateus e Lucas. Ele tornou a ser valorizado pelos estudiosos literários e históricos dos séculos XIX e XX. Hoje, renuncia-se elaborar uma biografia de Yaohushua baseada unicamente nas seqüências de Marcos. Todavia, a sua rudeza, a ausência de afetação, a abundância de semitismos, o caráter elementar da reflexão teológica revelam um estágio antigo dos materiais utilizados. Os personagens e os lugares nomeados provêm de tradições arcaicas. Os ensinamentos de Yaohushua, a insistência na proximidade do Reino de Yaohu, as parábolas, as controvérsias, os exorcismos só encontram sua posição histórica de origem na vida de Yaohushua na Palestina. As recordações não provêm diretamente de uma memória individual. Formuladas primeiro em visto das necessidades da pregação, da catequese, da polêmica ou da liturgia das Igrejas, elas têm suas raízes no testemunho dos primeiros discípulos.

            O mérito de Marcos consiste em tê-las fixado no momento em que a vida das Igrejas disseminadas fora da Palestina e a reflexão teológica atiçada pelo choque com as culturas estrangeiras estavam sujeitas a perder o contato com as origens do Evangelho. Ele conseguiu manter viva, inapagável, a visão de uma existência movimentada, difícil de compreender. Afinal, quem é este HOMEM? A tal pergunta, Marcos traz a resposta dos primeiros crentes, que foram as testemunhas primeiras. Mas, para quem se contentasse com repetir esta resposta, ele reaviva a questão e lembra que a fé se comprova pelo engajamento incondicional no seguimento de Yaohushua, sempre em ação, pelo Evangelho, no meio dos homens.

 

 

 

 

AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE:

 

MARCOS

 

 

 

            HERODES ANTIPAS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Construiu a cidade de Tiberíades e supervisionou outros projetos arquitetônicos.

            Governou a região da Galiléia para os romanos.

 

            Fraquezas e erros:

            Consumia-se em sua ambição pelo poder.

            Adiava decisões ou tomava decisões erradas quando pressionado.

            Divorciou-se de sua mulher para casar-se com a mulher de seu meio-irmão, Filipe.

            Prendeu João Batista e, mais tarde, ordenou sua execução.

            Teve uma pequena participação na execução de Yaohushua.

 

            Lições de vida:

            Uma vida motivada pela ambição geralmente se caracteriza pela autodestruição.

            As oportunidades para fazer o bem geralmente se apresentam sob a forma das escolhas que devem ser feitas.

 

            Informações essenciais:

            Local: Jerusalém.

            Ocupação: Governador da região da Galiléia e Peréia.

            Familiares: Pai – Herodes, o Grande; mãe – Maltace, primeira esposa – a filha de Aretas IV, segunda esposa – Heródias.

            Contemporâneos: João Batista, Yaohushua e Pilatos.

 

            Versículo-chave:

            “Porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo, e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia” (Mc 6,20).

 

            A história de Herodes Antipas é contada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 4,27; 13,1.

 

 

 

 

            JUDAS ISCARIOTES

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi escolhido como um doa doze discípulos, o único que não era galileu.     

            Era o tesoureiro de Yaohu e de seus discípulos.

            Foi capaz de reconhecer o mal que fez ao trair Yaohushua.

 

            Fraquezas e erros:

            Era ambicioso (Jo 12,6).

            Traiu Yaohushua.

            Cometeu suicídio em vez de buscar o perdão de Yaohu.

 

            Lições de vida:

            Planos e motivos malignos deixam a pessoa à mercê de Satanás, portanto ser usado por ele em planos ainda piores.

            As conseqüências de atitudes malignas são tão devastadoras que mesmo “pequenas mentiras” e “pequenos desvios de conduta” têm sérios resultados.

            O plano de Yaohu e seus propósitos são cumpridos por meio até dos piores eventos possíveis.

 

            Informações essenciais:

            Local: Possivelmente da cidade de Queriote.

            Ocupação: Discípulo de Yaohushua.

            Familiares: Pai – Simão.

            Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos, Herodes e os outros onze discípulos.

 

            Versículos-chave:

            “Entrou, porém, Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, o qual era do número dos doze. E foi e falou com os principais dos sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria” (Lc 22,3.4).

 

            A história de Judas Iscariotes é contada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 1,18.19.

 

 

 

 

            PILATOS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Governador romano da Judéia.

 

            Fraquezas e erros:

            Falhou em sua tentativa de governar um povo que militarmente estava vencido, mas nunca se submeteu a Roma.

            As constantes lutas políticas fizeram dele uma pessoa cínica, negligente, suscetível a pressões e que fazia concessões contrárias ao direito e à moral.

            Embora entendesse que Yaohushua era inocente, curvou-se perante o povo, que exigia a execução do Messias.

 

            Lições de vida:

            Grandes males acontecem quando a verdade está à mercê de pressões políticas.

            Resistir à verdade leva a pessoa a perder seu propósito e sua orientação.

 

            Informações essenciais:

            Local: Judéia.

            Ocupação: Governador romano da Judéia.

            Familiares: Esposa – nome desconhecido.

            Contemporâneos: Yaohushua, Caifás e Herodes.

 

            Versículos-chave:

            “Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isto, voltou até os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum. Mas vos tendes por costume que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa. Quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus?” (Jo 18,38.39).

 

            A história de Pilatos é relatada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 3,13; 4,27; 13,28; 1Tm 6,13.

O EVANGELHO SEGUNDO

 

LUCAS

 

 

 

            INTRODUÇÃO

 

 

 

            Visão geral

            Autor: Lucas.

            Propósito: Apresentar um relato fiel e organizado visando estabelecer os fatos a respeito do ministério de Yaohushua e sua importância para a história da salvação, além de fornecer parâmetros para a Igreja em sua pregação de arrependimento e perdão em NOME de YAOHUSHUA para todas AS NAÇÕES!

            Data: c. 60-63 d.C.

            Verdades fundamentais:

            Yaohushua era o Messias de Israel.

            Yaohushua trouxe o reino de Yaohu.

            Yaohushua controlou conscientemente os acontecimentos de sua vida com o objetivo de cumprir o seu ministério e entregar a si mesmo como oferta pelo pecado, por meio da crucificação.

            Os fatos do evangelho são verificáveis historicamente. Yaohushua O UNGIDO nasceu, foi crucificado e sepultado, ressuscitou da morte e ascendeu aos céus.

            A Salvação está disponível a todas as pessoas, inclusive aos menos privilegiados socialmente. Portanto, os Remanescentes devem receber e honrar todos aqueles que se entregam a “O UNGIDO”.

            A ORAÇÃO é uma parte muito importante na vida de todos os REMANESCENTES. {Essa oportunidade, não perco mesmo: “Aqui, estão três motivos do porque: conhecer o seu nome verdadeiro. Quem se deu por todos em sacrifício para nos Salvar de nós mesmos – de nossos pecados e da nossa fragilidade em ignorância, que agora acaba de acabar, pois, se temos a condição o por quê não glorificar o SEU NOME? É o mínimo que podemos fazer para retribuir tamanho esforço e olha que Ele não precisa de nós mas nós precisamos em tudo DELE YAOHUSHUA – O UNGIDO. AMÉM”.}. Anselmo Estevan.

           

            Propósito e características

            O prefácio ao Evangelho de Lucas esclarece que ele escreveu principalmente com o objetivo de fornecer “uma exposição em ordem” (1,3) para que Teófilo pudesse ter “plena certeza” (1,4) daquilo que ouviu; em outras palavras, Lucas quis relatar a verdade sobre o que Yaohushua realizou. No entanto, a sua preocupação principal não era simplesmente registrar fatos históricos: ele estava interessado em explicar a história da salvação. Lucas apresentou o seu relato com o objetivo de mostrar o que Yaohu havia feito, por meio de Yaohushua, para implementar o estágio final da salvação. Nesse sentido, apresentou Yaohushua como o MESSIAS que trouxe o reino de Yaohu (12,35-48; 17,22-37; 21,25-26).

 

 

            LUCAS. O Prólogo do primeiro livro de Lucas. Dos quatro evangelhos, o de Lucas é o único a se iniciar, como numerosos escritos gregos da época, com um prólogo. Este é dirigido a um certo Teófilo, que parece ser um personagem importante. O livro dos Atos começa também com um prólogo que se dirige ao mesmo personagem e que remete ao livro anterior, em que o autor falou de “tudo o que Yaohushua fez e ensinou” (At 1,1-2). Desde a Igreja antiga, o evangelho de Lucas e os Atos têm sido atribuídos a um mesmo autor. A crítica moderna confirmou este juízo, fundando-o na homogeneidade da linguagem e do pensamento dos dois livros, bem como na simetria do seu objetivo; o evangelho sublinha a subida de Yaohushua rumo a Jerusalém, onde se realiza o evento pascal: a paixão e ressurreição de O UNGIDO; os Atos relatam a pregação deste evento a partir de Jerusalém até as extremidades da terra (At 1,8).

            No prólogo do evangelho, Lucas anuncia o assunto, o método e a finalidade da sua obra. Ele vai apresentar “os acontecimentos” que se situam no ponto de partida da pregação da Igreja. Informou-se com cuidado da tradição das primeiras testemunhas e vai expô-la “em ordem”. Assim, Teófilo achará aí uma narração sólida dos fatos de que lhe falaram.

            Lucas se apresenta, assim, à maneira de um historiador. Ele segue os métodos dos historiógrafos do seu tempo (cf. a cronologia de 3,1-2). Mas a história que ele quer apresentar é uma história sagrada. O seu propósito essencial é mostra a significação dos acontecimentos para a fé: uma fé iluminada pelo evento da Páscoa e pela vida da Igreja. Este livro é um evangelho.

 

 

            A história da salvação na construção do Evangelho. O terceiro evangelho apresenta o mesmo esquema geral que os evangelhos de Mateus e de Marcos: uma introdução, a pregação de Yaohushua na Galiléia, a sua subida a Jerusalém, o cumprimento final, nesta cidade, da sua missão, pela Paixão e Ressurreição. Mas a construção de Lucas é elaborada com esmero; ela visa fazer sobressair nessa história os tempos e lugares da historiada salvação.

            1. A introdução (1,5 – 4,13) comporta duas seções bem diferentes.

            As narrações da infância (1,5 – 2,52) são próprias a Lucas. De maneira sistemática, elas põem em paralelo as vidas de João Batista e de Yaohushua, enfatizando a subordinação do primeiro ao segundo. Elas apresentam sobretudo o mistério de Yaohushua em uma seqüência de mensagens sobrenaturais que o proclamam concebido do RÚKHA hol – RODSHUA, Filho de Yaohu (1,35), SALVADOR e CHRISTÓS YHVH (2,11), SALVAÇÃO DE YAOHU e luz dos pagãos (2,30.32) e, no entanto, votado à rejeição da massa de seu povo (2,34). No limiar do evangelho, antes da lenta manifestação do mistério que a continuação do livro vai relatar, essas revelações constituem um prólogo (cristológico) comparável ao do evangelho de João (Jo 1,1-18).

            O prelúdio da missão (3,1 – 4,13) comporta, como em Mateus e em Marcos, a missão de João Batista, o batismo de Yaohushua e sua vitória inicial sobre o tentador. Mas, neste conjunto, Lucas distingue nitidamente o tempo de João, que pertence ainda ao Antigo Testamento, e o de Yaohushua (3,20, nota); ele insiste na investidura messiânica que o Pai confere ao Filho após o batismo (3,22, nota); insere aqui a genealogia de Yaohushua, fazendo-a  remontar a Adão, para ressaltar o seu vínculo com a humanidade inteira (3,23-38); enfim, as últimas palavras da narrativa da tentação anunciam já o combate decisivo da Paixão (4,13).

            2. A primeira parte da missão de Yaohushua (4,14 – 9,50) é toda situada na Galiléia (cf.23,5; At 10,37), diversamente de Mt 15,21; 16,13 e Mc 7,24.31; 8,27. Lucas abre-a com a cena da pregação do Mestre na sinagoga de Nazaré (4,16-30), que prefigura toda a seqüência do evangelho: o anúncio da salvação fundado na Escritura e inspirado pelo RÚKHA, a alusão à salvação dos pagãos, a rejeição de Yaohushua por seus compatriotas e a tentativa assassina por eles empreendida. A narração da missão relata, em seguida os atos (sobretudo milagres) e as palavras de Yaohushua. Ele conduz os discípulos a um primeiro conhecimento aproximativo da sua pessoa.

 

            CAROS IRMÃOS E IRMÃS: LEIAM ISTO COM ATENÇÃO.:

 

            A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Christós e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Yaohu, que criou todas as coisas, para que, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Yaohu se torne conhecida, agora, dos principados e postetades nos lugares celestiais.

 

            A ELES FOI REVELADO QUE, NÃO PARA SI MESMOS, MAS PARA VÓS OUTROS, MINISTRAVAM AS COISAS QUE, AGORA, VOS FORAM ANUNCIADAS POR AQUELES QUE, PELO RÚKHA hol – RODSHUA ENVIADO DO CÉU, VOS PREGARAM O EVANGELHO, COISAS ESSAS QUE ANJOS ANELAM PERSCRUTAR.

 

            Fazes a teus anjos ventos e a teus ministros, labaredas de fogo.

 

            Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste [e o constituíste sobre as obras das tuas mãos].

 

 

            Muitas pessoas podem se perguntar: “Para que, ou para  quem, foi feita a “Bíblia”. Para que serve?”. Teriam várias interrogações, mas somente esta pergunta serve para ilustração do que quero falar nesse momento.:

            - O Antigo Testamento, falando simplesmente, é uma aliança com o povo judeu que acreditava em um “Deus” – único. Não tendo vários deuses nem idolatria...! Então, o AT., é a obra de Yaohu para libertar (seu povo) juntamente com o povo “gentio” que é idolatra! Sendo desta forma a Bíblia ou Escrituras Sagradas – se dividem em dois termos: O AT. – Que representa a história do povo e seu libertamento parcial (...). E, o NT. – Que foi feita uma nova aliança por Yaohu e, em nome do Filho, através de Yaohushua – somente com o poder do RÚKHA – YAOHU ESTENDENDO ASSIM O DOM DA LIBERTAÇÃO E PRINCIPALMENTE DA SALVAÇÃO PARA OS DE FORA, OU SEJA, OS NÃO JUDEUS – OS GENTIOS!

            Bem, desta forma já sabemos o que é o AT. Agora, vamos para o Novo Testamento, bem onde estamos: Nas Boas Novas – o EVANGELHO. Que nada mais é do que a Salvação – mas que primeiramente, veio para o seu povo... Que desprezando temporariamente quem a trouxe; essa Salvação foi direcionada há nós os gentios. Sendo nos dada através das epistolas de Saulo de Tarso – Paulo!

            É para essas duas coisas que as Escrituras Sagradas, querem nos mostrar, a nós, e a “anjos” que, convivendo com o Eterno Yaohu não conheceram a sua Santidade e o seu AMOR infinitos... O Antigo Testamento nos revela os erros, as maldades, as coisas que devemos saber mas nunca imitar. Somente houve salvação para os que se arrependeram puramente de coração – mas, sofreram as conseqüências do PECADO – mesmo estando mais pertos do que nós de Yaohu!

            Agora, é chegada a SALVAÇÃO – AS BOAS NOVAS – O EVANGELHO. TENHAM ISTO EM MENTE CAROS IRMÃOS E IRMÃS. A SALVAÇÃO JÁ NOS É E, FOI DADA ANTES MESMO ATÉ DE NASCERMOS... POR ISSO É IMPORTANTE ESTUDARMOS AS ESCRITURAS SAGRADAS E, ESTE, É O INTUITO DESTA APOSTILA. Seja humilde, sincero, limpo de coração. Faça o bem sempre, nunca pague o mau com mau. Faça aos outros o que você gostaria que lhe fizessem a você mesmo.... e, desta forma, você, estará seguindo as Escrituras Sagradas sem temer ou cair! {Ef 3,9-11; 1Pe 1,12; Sl 104,4;Hb 2,7}.

            EVANGELHO. A mensagem de salvação anunciada por Yaohushua Christós e pelos apóstolos (Rm 1,15). “Evangelho” em grego quer dizer “boa notícia”. Nome dado a cada um dos quatro primeiros livros do NT: MATEUS, MARCOS, LUCAS e JOÃO. Esses livros apresentam a vida e os ensinos de Yaohushua Christós.

            EVANGELISTA. Pregador que vai de lugar em lugar anunciando a boa-nova de Yaohushua Christós (At 21,8). O escrito de cada um dos quatro EVANGELHOS.

            EVANGELIZAR. Anunciar o EVANGELHO (Lc 4,18).

 

            Veja que interessante: O NT. Começa com a SALVAÇÃO! Primeiro vem a “história do seu povo”, depois o SALVAMENTO EM PRIMEIRO LUGAR! Então, aproveite isto. Nada é preciso para ser Salvo! Somente confiar no sacrifício que foi feito perfeitamente uma única vez por todos nós. A única coisa precisa é observar o ENSINAMENTO QUE NOS FOI DEIXADO PARA QUE ANDEMOS CONFORME A VONTADE DE YAOHU SOMENTE ISSO. [1Co 10,1-13]. Anselmo Estevan.

 

 

            Uma primeira seção (4,31 – 6,11), que segue bastante de perto a ordem de Marcos (1,16 – 3,6), apresenta Yaohushua em face da multidão, dos primeiros discípulos, dos adversários, nos milagres e nas controvérsias.

            A segunda seção (6,12 – 7,52), que não existe em Marcos, mas para a qual Mateus oferece paralelos dispersos, começa com o chamamento dos Doze e comporta, antes de tudo, o ensinamento de Yaohushua aos seus discípulos no discurso das Bem-aventuranças.

            A terceira seção (8,1 – 9,50), onde Lucas torna a emparelhar com a narrativa de Mc 4,1 – 9,40 (mas sem apresentar paralelo com Mc 6,45 – 8,26), associa estreitamente os Doze à missão de Yaohushua. Ela os menciona desde 8,1. O discurso em parábolas distingue, em seguida, entre os ouvintes de Yaohushua, aqueles que só merecem parábolas e aqueles aos quais “é dado conhecer os mistérios do REINO DE YAOHU” (8,10). Novos milagres, reservados aos discípulos, levam-nos a fazer a pergunta: “QUEM É ESTE?” (8,25). É então que os Doze são enviados a proclamar o Reino de Yaohu (9,1-6) {no meu entender, este fato volta a acontecer hoje em dia com a “adulteração do texto das Escrituras Sagradas”, pelo motivo de terem trocado seu nome verdadeiro[...]. Quem é este? Igual a um Deus que não tem nome? Ou sendo usado um substituto e nem sendo um título sagrado só alterando para “LETRAS MAIÚSCULAS” SEU TÍTULO ERRÔNEO = SENHOR =  Quem é este? Anselmo Estevan.} e participam ativamente da multiplicação dos pães (9,12). Enfim, Yaohushua pode intimá-los a se pronunciarem a seu respeito, e Pedro reconhece nele “o Christós (O UNGIDO) de Yaohu” (9,20). Esta primeira expressão do mistério de Yaohushua é imediatamente completada: pelo Mestre, que se define como o Messias votado à morte (9,22), e pelo próprio Pai, que proclama, na glória da Transfiguração, a filiação misteriosa de Yaohushua (9,35).

            3. A subida a Jerusalém (9,51 – 19,28) é a parte mais original da construção de Lucas. Boa parte do seu material se encontra, aqui e ali, em Mateus; há algo também em Marcos, mas Lucas é o único a apresenta-lo na moldura de uma viagem.

            Esta é introduzida por uma frase solene, que orienta a marcha de Yaohushua rumo ao acontecimento pascal, cujo cumprimento está próximo (9,51). O Mestre toma a estrada de Jerusalém, a cidade santa, onde se deve realizar a salvação. Duas outras menções à cidade por Lucas, em 13,22 e 17,11, podem delimitar três seções nesta parte; mas este seccionamento é apenas formal, pois as três seções não oferecem, entre si, nem continuidade geográfica, nem progressão doutrinal. A viagem não obedece à topografia (10,13-15 e 13,31-33 parecem ainda situadas na Galiléia; 13,34-35 supõe que Yaohushua já pregou em Jerusalém); não passa de um quadro literário artificial, que permite a Lucas reunir o seu material, colocando-o sob a luz da consumação pascal.

            Ao longo dessa parte, a palavra de Yaohushua prevalece sobre os milagres e a exortação sobre a apresentação do ministério de Christós (salvo, todavia, em 10,21-24; 12,49-50; 18,31-33 e 19,12-15). O Mestre se dirige sempre a Israel: o seu afrontamento com os fariseus e os doutores é severo (11,37-52); ele chama o seu povo a se converter (12,51 – 13,9) e arrosta a sua recusa (13,23-35; 14,16-24). Volta-se sobretudo para os seus discípulos, a fim de lhes definir a missão (9,52 – 10,20), para convida-los à oração (11,1-3) e à renúncia (12,22-34.51.53; 14,26-33; 16,1-13; 18,28-30). Uma grande parte desses ensinamentos aos discípulos refere-se a uma situação em que Yaohushua não estará mais presente no meio deles, e isso corresponde à perspectiva da viagem, ordenada pelo “arrebatamento” de Yaohushua (9,51): aproxima-se o tempo em que os discípulos terão de pedir o RÚKHA hol – RODSHUA (11,13), confessar o seu Mestre diante dos homens (12,1-12), esperar a sua volta (12,35-40; 17,22 – 18,8; 19,11-27), cuidar dos seus irmãos nas comunidades (12,41-48).

            Em 18,15, a narração de Lucas torna a encontrar o fio do de Mateus (19,15) e da de Marcos (10,13). Mas Lucas ajunta-lhe, no final, a narrativa da salvação de Zaqueu e sobretudo a parábola das minas (19,1-10.11-27). Na redação de Lucas, esta parábola prepara o trágico afrontamento entre Jerusalém e o rei que ela vai recusar-se a reconhecer (cf. 19,11 nota).

            4. A terceira parte da missão de Yaohushua (19,29 – 24,53) narra a realização da salvação em Jerusalém e faz da cidade a representante de Israel perante Yaohushua no drama da cruz. Lucas salienta isto fortemente na cena inicial da entrada de Yaohushua (19,29-48): o Mestre se apresenta como rei (vv. 35-38); chora sobre a cidade que vai recusar a sua vinda régia (vv. 41-44); manifesta a sua autoridade no Templo, do qual expulsa os negociantes e onde ensina todos os dias (vv. 45-48).

            A revelação de Yaohushua a Jerusalém comporta as mesmas três seções que há em Mateus e Marcos, mas Lucas introduz matizes que lhe são próprios.

            O ensinamento no Templo (20 – 21) se conclui com o anúncio do julgamento de Jerusalém e da vinda do Filho do homem. Lucas dirige esses anúncios a todo o povo de Israel (cf. 2,15 nota. 20 nota).

            A narrativa da Paixão (22 – 23) segue o mesmo esquema que os outros evangelhos; mas o relato da Ceia se prolonga com ensinamentos aos Doze a respeito do seu papel de servos, sobre a sua grandeza no Reino futuro e sobre a nova situação que passarão a viver, {[Vê: ESTOU BATENDO À PORTA. Se alguém escuta meu chamado a abre a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo.]. O “EVANGELHO”, nada mais é do que a CEIA COM YAOHUSHUA – a mesa está posta. A entrada em seu Reino. Ceie, você, também, com Yaohu. A ceia nada mais é do que a observação, e, o entendimento correto das Escrituras Sagradas – A entrada em seu Reino. Não fique de fora pois o chamado já foi feito!}. Anselmo Estevan. (Ap 3,20; abra seu coração à Yaohushua – através de seu RÚKHA – YAOHUSHUA!), quando o Mestre se for (22,24-38). Os sofrimentos suportados por Yaohushua fazem sobressair a sua justiça e o valor exemplar do seu martírio. Na humilhação do Messias, afirmou-se a sua Realeza já presente (cf. 22,69 nota; 23,37 nota).

            As narrativas da Páscoa (24) são todas localizadas em Jerusalém. Elas não mencionam a antiga tradição das aparições na Galiléia (Mt 26,32; 28,7.10.16-20; Mc 14,28; 16,7; Jo 21), sem dúvida para guardar melhor a simetria com o livro dos Atos. Essas narrativas interpretam a Paixão como caminho querido por Yaohu, para conduzir o Christós à sua glória (v. 26), e mostram esta vontade divina anunciada por Yaohushua – O UNGIDO (v. 7) e inscrita nas ESCRITURAS SAGRADAS (vv. 25-27.44-46).

           

            {Bem, aqui quero deixar o termo “ESCRITURAS SAGRADAS”; e o termo “BÍBLIA” suas conotações}:

 

            {BÍBLIA – a coleção de escritos considerados pela Igreja cristã como inspirados por Deus Yaohu. O termo “Bíblia” é de origem grega e quer dizer “livrinhos”. A Bíblia tem 66 livros e se divide em duas partes: ANTIGO TESTAMENTO (39 livros) e NOVO TESTAMENTO (27 livros). O AT foi escrito em HEBRAICO, com exceção de alguns trechos escritos em ARAMAICO. O NT foi escrito em GREGO.}.

 

            {ESCRITURA: ESCRITA (Êx 32,16). Documento de registro de um contrato (Jr 32,10, RA). Aquilo que está escrito (Dn 5,8). Parte do texto inspirado (Mc 12,10)}.

           

            {ESCRITURAS, ESCRITURAS SAGRADAS: NOMES dados ao conjunto dos livros SAGRADOS JUDEUS (Mt 22,29). Esses livros são conhecidos entre os cristãos pelo nome de Antigo Testamento}. [Anselmo Estevan.].

 

            Yaohushua, finalmente, aparece aos Onze para triunfar sobre as dúvidas deles (vv. 36-43) e investi-los da missão de testemunhas (vv. 47-49). O livro termina com uma primeira narração da Ascensão (v. 51), que manifesta a Glória do Ressuscitado (cf. At 2,36 [IGUAL A YAOHU]) Anselmo Estevan.

            Assim, todo o evangelho mostra a revelação progressiva do ministério de YHVH – YAOHUSHUA, E O GRADUAL CONHECIMENTO DESSE MINISTÉRIO POR PARTE DAQUELES QUE TERÃO DE PREGAR A MENSAGEM DO EVANGELHO!

 

 

            O termo de Yaohushua e o tempo da Igreja. 1. Como Lucas pretende consagrar um segundo livro à pregação dos apóstolos, ele pode patentear, mais nitidamente que Mateus e Marcos, as diferenças entre o tempo de Yaohushua e o tempo da Igreja.

            O seu evangelho mostra a ação de Yaohushua, consagrada somente a Israel. Ele indica, por certo, a perspectiva universalista da mensagem da salvação, mas sempre em anúncios sobre o futuro (2,32; 3,6; 13,29; 14,16-24) ou em prefigurações tipológicas (3,23-38; 4,25-27; 7,9; 8,39; 10,1; 17,11-19). É somente o Ressuscitado que ordena a missão aos pagãos (24,47-48).

            Esta missão, os portadores da mensagem a realizarão graças ao dom do “RÚKHA” (24,29; cf. 12,12). Mas no evangelho, Yaohushua, que é concebido do RÚKHA (1,35), é o único a agir com a potência desse “RÚKHA” (3,22; 4,1.14.18; 10,21).

            Nas narrações da infância, Simão anuncia a rejeição de Yaohushua por “muitos em Israel” (2,34-35). Esta rejeição se opera, pouco a pouco, no decurso do evangelho, mas não é inteiramente consumada pela cruz (cf. 23,34), visto que, após Pentecostes, os apóstolos chamarão ainda os judeus de Jerusalém à conversão e à salvação.

            2. Mostrando tão claramente a distinção entre o tempo de Yaohushua  e o tempo da Igreja, Lucas quer pôr em plena luz as etapas da obra de YAOHU na história. Mas tal apresentação dos acontecimentos nunca o faz esquecer que a salvação é dada de uma vez por todas em YAOHUSHUA CHRISTÓS – O UNGIDO. Desde o começo do evangelho, ele insiste no hoje da salvação (2,11; 3,22; 4,21; cf. 5,26; 19,9; 23,43). Pois, desde o primeiro instante de sua existência, Yaohushua é o Filho de Yaohu (1,35), O SALVADOR (2,11; cf. 1,69.71.77; 2,30; 3,6), o Yaohu (2,11. cf. 7,13 nota sobre a insistência de Lucas em dar este título a Yaohushua); [deixando, aqui, bem claro que: o Filho – têm o Nome do Pai! Anselmo Estevan]; e a sua pregação se inicia com a mensagem da salvação dirigida aos pobres e aos pequenos, que são os seus destinatários privilegiados (4,18; cf. 7,22; 10,21).

            Ao descrever o tempo de Yaohushua,Lucas já pensa na Igreja. Mais freqüentemente do que Mateus e Marcos, ele dá aos Doze o título de apóstolos [veja que aqui, entra Judas – o traidor...! Anselmo Estevan] (cf. 6,13 nota). Pensa em suas responsabilidades nas comunidades (9,12; 12,41-38) e nos auxiliares da sua missão (10,1; cf. 8,2-3.39).

            Mais ainda, ele se preocupa em mostrar, no ensinamento de Yaohushua, a regra de vida dos discípulos para “cada dia” (9,23; 11,3; 17,4). Insiste sobre a conversão inicial (5,32; 13,1-5; 15,4-32, e sobretudo as cenas de 7,36-50; 19,1-10; 23,39-43), sobre a fé (1,20.45; 7,50; 8,12-13; 17,5-6; 18,8; 22,32; 24,25), que deverá se exprimir pela confissão do Yaohu (12,2-12; 21,12-19), sobre a oração (11,1-13; 18,1-8; 21,36; 22,40.46), segundo o exemplo reiterado de Yaohushua (cf. 3,21 nota), sobre a caridade, que apresenta como o ensinamento essencial do discurso aos discípulos (6,27-42; cf. 10,25-37; 17,3-4); propõe freqüentemente que esta caridade se manifeste pela esmola (cf. 11,41 nota), que realiza, ao mesmo tempo, o seu ideal de renúncia ao dinheiro (cf. 5,11 nota, 14,33 nota). [pode ser que muitos não concordem com o que vou falar mas eu não vejo hoje em dia uma “igreja” – “RENUNCIAR AO DINHEIRO...?”] Anselmo Estevan. Essas exigências são rigorosas, e, no entanto, a alegria explode neste evangelho mais do que em todos os outros: Perante os anúncios de SALVAÇÃO (1,14.28.41.44; 6,23; 8,13), as suas manifestações no advento de Yaohushua (1,47; 2,10), os milagres (10,17; 13,17; 19,37), o acolhimento da mensagem (10,21) e a conversão dos pecadores (15; 19,6), a Ressurreição (24,52): a SALVAÇÃO de Yaohu é CHAMAMENTO À ALEGRIA!

            3. Yaohushua anunciava a sua vinda no fim dos tempos, e Lucas mantém essa perspectiva no término do tempo da Igreja (12,35-48; 17,22-37; 18,8; 19,11-27; 21,5-36); mas a sua insistência na salvação presente, no UNGIDO (YHVH) pascal de Yaohushua, na ação do RÚKHA sobre a Igreja atenua nele a tensão orientada para a parusia iminente (cf. 17,23 nota). A sua esperança é toda banhada na alegria do hoje da salvação. A ruína de Jerusalém, que ele anuncia repetidas vezes em seu evangelho (cf. 19,27 nota). Perde em Lucas o seu caráter escatológico; ela nada mais é do que um acontecimento histórico, o castigo dos responsáveis pela morte de Yaohushua.

 

 

            A obra literária de Lucas. Lucas utiliza em seu evangelho boa quantidade de material que lhe é comum com Mateus e Marcos, mas também muitos elementos que lhe são próprios (cf. Introd. aos Sinóticos). Estes elementos são muito variados. São narrações como as da infância (1 – 2), alguns milagres (7,1-17; 13,10-17; 14,1-6; 17,12-19), cenas de conversão (7,36-50; 19,1-10; 23,40-43), intervenções de Herodes (13,31-33; 23,8-12; cf . 8,3 nota), as aparições pascais (24,13-35.36-53)..., ensinamentos e, sobretudo, uma série de parábolas: o bom samaritano (10,30-37), o amigo que é preciso acordar (11,5-8), o rico insensato (12,16-21), a figueira estéril (13,6-9), o construtor, e o rei que parte para a guerra (14,28-33), a moeda e o filho reencarnado (15,8-10.11-32), o gerente astuto (16,1-8), o rico e Lázaro (16,19-31), o servo que não faz mais o seu dever (17,7-10), o juiz que se faz de rogado (18,1-8), o fariseu e o coletor de impostos (18,9-14).

            Têm-se notado, muitas vezes, as semelhanças entre os evangelhos de Lucas e de João. Trata-se aqui menos de textos seguidos do que de todo um conjunto de traços comuns (eles são apontados nas notas de Lucas): o perfil do apóstolo Judas, de Marta e Maria, do Sumo Sacerdote Anãs, a aproximação entre a pesca milagrosa e a investidura de Pedro, a traição de Judas atribuída a Satanás, o colóquio de Yaohushua com os Doze na última Ceia, a declaração messiânica de Yaohushua às autoridades judaicas, o reconhecimento da inocência de Yaohushua por Pilatos, a aparição de Yaohushua ressuscitado a seus discípulos em Jerusalém, a Ressurreição concebida como exaltação e fonte de como do RÚKHA... Essas semelhanças explicam-se melhor por contatos no nível da tradição pré-evangélica do que por dependência literária.

            O trabalho redacional de Lucas é considerável, em relação a todo o material da tradição. Isto já se percebeu na “ordem” que Lucas lhe impôs, ao construir o seu livro. Pode-se ainda percebe-lo , comparando as suas composições com os paralelos em Mateus e Marcos: o vocabulário de Lucas aparece muito mais variado, o mais rico de todos os livros do Novo Testamento: a sua linguagem se adapta com plasticidade aos diversos assuntos: o seu grego é geralmente mais correto do que o de Marcos nas narrações em que Lucas coincide com ele, como em muitas outras passagens particularmente esmeradas (1,1-4; 24,13-35); no entanto, ele tem muitos semitismos em vários textos que lhe são próprios, sobretudo nas palavras de Yaohushua; escolhe com predileção as expressões do Antigo Testamento grego, muito especialmente nas narrações da infância, que vários consideram um pastiche literário.

            O seu gosto de clareza aparece na preocupação em situar as suas perícopes por meio de introduções (3,15; 4,1; 5,1.12.17.36...) ou em marcar o fim das mesmas por meio de uma conclusão (3,18,20; 3,15-16; 9,36.43...). Ele agrupa muitas vezes as parábolas aos pares (13,18-21; 14,28-32; 15,4-10); também as sentenças (4,25-27; 11,31-32, 13,1-5; 17,26-30.34-35); mas esses grupamentos podem, em muitos casos, remontar às suas fontes.

            A arte de Lucas se manifesta sobretudo na sobriedade de suas observações, que indicam com uma só palavra o patético de uma situação (2,7; 7,12; 8,42; 9,38...), na tensão dramática das narrações como as de Naim (7,11-17), da pecadora (7,36-50), do “bom ladrão” (23,40-43), ou do encontro de Emaús (24,13-35), de parábolas como as do bom Samaritano (10,30-37) ou do filho reencontrado (15,11-32: “o filho pródigo”). A sua delicadeza é constante, sobretudo quando se aproxima da pessoa de Yaohushua: ele evita as expressões por vezes rudes de Marcos (Lc 4,1; 8,24.28.45...) e reserva aos discípulos uma fórmula particular para se dirigirem ao Mestre (cf. 5,5 e nota).

            A elaboração de Lucas sobre os dados da tradição põe muitas vezes ao seu leitor o problema do valor histórico da sua narração. A questão é complexa e só pode ser tratada completamente estudando-se também o método de Lucas no livro dos Atos (cf. Introd. Atos). Restringindo-se ao exame do evangelho, pode-se constatar primeiramente que Lucas declara a sua intenção de apresentar os acontecimentos com esmero, a partir de informações sólidas (1,1-4); podem se também reconhecer as qualidades de um grande número dos seus dados. Mas, de uma parte, Lucas considera o fato de Yaohushua com toda a sua fé, na qual um historiador vê uma interpretação pessoal, um além da história. Por outro lado, quando apresenta as palavras e os atos de Yaohushua, Lucas se interessa, antes de tudo, pelo sentido; ele manifesta, por vezes, uma indiferença profunda pela cronologia (4,16-30; 5,1-11; 24,51) ou pela localização topográfica (10,13-15; 13,34-35; 24,36-49); ele não teme compor livremente cenas significantes (1 – 2; 4,16-30; 5,1-11...). A sua preocupação primordial não é descrever os fatos em sua exatidão material, mas proclamar a história de Yaohushua enquanto história de salvação. Ele se sente como a liberdade e mesmo com o dever de decifrar os acontecimentos. E o faz à luz da tradição da Igreja.

 

 

            Dados sobre a origem do terceiro Evangelho. Não é possível pronunciar-se acerca da origem deste evangelho sem examinar os dados do livro dos Atos, que lhe está estreitamente ligado. Aqui, contudo, limitamo-nos a recolher os elementos fornecidos pelo primeiro livro de Lucas.

            Para fixar a data da composição deste, os críticos fazem muitas vezes alusão à ruína de Jerusalém (cf. 19,27 nota) e sobretudo à maneira com que esse acontecimento está desvinculado da perspectiva escatológica em que o situam Mateus e Marcos. Parece que Lucas conheceu o cerco e a ruína da cidade, tais como os efetuaram as legiões de Tito no ano 70 (cf. 19,43-44; 21,20.24). O evangelho seria, portanto, posterior a essa data. Os críticos atuais situam muitas vezes a sua redação por volta dos anos 80 ou 90, mas vários lhe atribuem uma data mais remota.

            Embora o livro seja dedicado a Teófilo, parece dirigir-se sobretudo, além desse personagem, os  “cristãos” de cultura grega. Disto se podem relevar vários indícios; a sua linguagem, as suas explicações sobre a geografia da Palestina (1,26; 2,4; 4,31; 23,51; 24,13) e sobre os costumes judaicos (1,9; 2,23-24.41-42; 22,1.7), o pouco interesse pelas discussões a respeito da lei (ele não oferece nenhum equivalente aos dados de Mt 5,20-38; 15,1-20; 23,15-22), a preocupação com os pagãos, a insistência na realidade corporal do Ressuscitado (24,39-43), tão difícil de admitir para os gregos (At 17,32; 1Co 15).

            O próprio autor parece pertencer ao mundo helenístico, tanto por sua linguagem, como por vários traços que acabamos de mostrar. Tem sido muitas vezes notada a sua falta de familiaridade com a geografia da Palestina (cf. 4,29 nota), e também com diversos costumes desta terra (cf. 1,59 nota; 5,19 nota; 6,48 nota; 9,12 nota; 14,5 nota).

            Uma tradição cuja mais antiga testemunha é Irineu (Adv. Haer. III, 1,1 e 14,1), no fim do século II, o identificou com o médico Lucas, mencionado por Paulo em Cl 4,14; Fm 24; 2Tm 4,11. Muitos encontraram a confirmação do fato de Lucas ser médico na precisão das suas descrições das doenças; mas esse traço não é decisivo, pois o vocabulário que ele emprega é o de todo homem culto de seu tempo. Quanto às suas relações com Paulo, o evangelho não oferece para as discernir senão alguns termos (cf. 8,12 nota; 8,15 nota; 18,1 nota; 18,14 nota; 21,28 nota; 22,19-20 e as notas...). Para se pronunciar a respeito deste ponto é indispensável examinar os dados do livro dos Atos.

 

 

            Atualidades de Lucas. Lucas apresenta-se como o intérprete do Evangelho talvez mais acessível que qualquer outro para o homem ocidental hoje. Com efeito, ele lhe está mais próximo, por sua mentalidade e cultura gregas, por seu gosto pela clareza e sua preocupação de explicar, por sua sensibilidade e arte. Sobretudo, Lucas pode ajudar o leitor moderno a ter acesso ao mistério de Yaohushua: ele mostra o Filho de Yaohu como SALVADOR de todos os homens, particularmente atento aos pequenos, aos pecadores e aos pagãos; como Mestre de vida, com todas as suas exigências, mas também com o seu acolhimento e a sua GRAÇA.

 

 

 

 

 

AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE:

 

LUCAS

 

 

            ZACARIAS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Era conhecido como um homem justo.

            Era um sacerdote de Yaohu.

            Foi uma das poucas pessoas abordadas diretamente por um anjo.

            Foi o pai de João Batista.

 

            Fraquezas e erros:

            Momentaneamente, por causa de sua idade, duvidou da promessa, transmitida por um anjo, de que teria um filho.

 

            Lições de vida:

            Nossas limitações físicas e biológicas não limitam a Yaohu.

            Yaohu realiza a sua vontade, às vezes de maneiras inesperadas.

 

            Informações essenciais:

            Ocupação: Sacerdote.

            Familiares: Esposa – Isabel; filho – João Batista.

 

            Versículos-chave:

            “E eram ambos justos perante Yaohu, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos de YHVH. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e embora eram avançados em idade” (Lc 1,6.7).

 

            A história de Zacarias é contada em Lucas 1.

 

 

 

 

            ISABEL

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Era conhecida como uma mulher muito espiritual.

            Não mostrou dúvida alguma sobre a capacidade que Yaohu tem de cumprir as suas promessas.

            Foi a mãe de João Batista.

            Foi a primeira mulher, além de Maria, a ouvir falar sobre a vinda do SALVADOR.

 

            Lições de vida:

            Yaohu não se esquece daqueles que lhe são fiéis. (Lindo!).

            O tempo e os métodos de Yaohu não têm de ajustar-se ao que esperamos.

 

            Informações essenciais:

            Ocupação: Dona de casa.

            Familiares: Marido – Zacarias; filho – João Batista, prima – Maria.

            Contemporâneos: José, Herodes o Grande.

 

            Versículos-chave:

            “E de onde me provém isso a mim, que venha visitar-me a mãe do meu (YHVH) – Yaohu? Pois eis que, ao chegar aos ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre (reconhecendo a “vinda do Messias!”). Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte de YHVH – YAOHU – lhe foram ditas!” (Lc 1,43-45).

 

            A história de Isabel é contada em Lucas 1,5-80.

 

 

 

 

            MARIA

           

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi a mãe de Yaohushua, CHRISTÓS – O UNGIDO – O MESSIAS.

            Foi a única pessoa que esteve com Yaohushua em seu nascimento e em sua morte.

            Estava a disposição de Yaohu.

            Conhecia e aplicava as verdades do Antigo Testamento.

 

            Lições de vida:

            Os melhores servos de Yaohu são pessoas comuns, que se colocam prontamente à disposição dEle. (Hoje, em dia, não somos mais “servos!”. E, sim -, coerdeiros – nos sacrifícios que o Filho fez em favor da nossa salvação...! E, tem outro engano que quero falar brevemente: De que muita gente fala que quando o mundo foi criado estávamos ao lado do Criador e citam passagens de Jó – para afirmar o que dizem.... sendo um erro. Pois se estávamos com ELE na criação.... Por que tivemos que cair para depois sermos salvos...? E, por que, ficamos “servos” para depois do sacrifício sermos “filhos novamente...??”. Então esta tese é errônea! Quem estava com ELE na criação do mundo – foi os anjos que foram criados primeiro depois nós. “Nós, não somos anjos. Pois fomos criados do pó da terra e recebemos o sopro de vida de Yaohu!”.). Anselmo Estevan.

 

            Os planos de Yaohu envolvem acontecimentos extraordinários na vida de pessoas comuns.

            O caráter de uma pessoa é revelado por sua resposta a situação e a acontecimentos inesperados.

 

            Informações essenciais:

            Locais: Nazaré, Belém.

            Ocupação: Dona de casa.

            Familiares: Marido – Josué; parentes – Zacarias e Isabel, filhos – Yaohushua. Tiago, José, Judas, Simão, e filhas cujos nomes não são mencionados.

 

            Versículo-chave:

            “Disse, então, Maria: Eis aqui a serva do YHVH, cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela” (Lc 1,38).

 

            A história de Maria é contada nos Evangelhos. A mãe de Yaohushua também foi mencionada em Atos 1,14.

 

 

 

 

            TIAGO

           

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi um dos 12 discípulos.

            Foi um dos três discípulos do círculo intimo de Yaohushua, juntamente com Pedro e João.

            Foi o primeiro dos doze discípulos a ser morto por causa de sua fé.

 

            Fraquezas e erros:

            Duas explosões de ira de Tiago indicam um temperamento instável (Lc 9,54) e egoísmo (Mc 10,37). Em ambas às vezes, tanto Tiago como seu irmão João falaram como se fossem um só.

 

            Lições de vida:

            A perda desta vida não é um preço muito alto a pagar por seguir Yaohushua.

 

            Informações essenciais:

            Local: Galiléia.

            Ocupações: Pescador, discípulo.

            Familiares: Pai- Zebedeu; mãe – Salomé; irmão – João.

            Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos e Herodes Agripa.

 

            Versículos-chave:

            “E aproximaram-se dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos faças o que lhe pedimos. E ele lhes disse: Que quereis que vos faça? E eles, lhe disseram: concede-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda” (Mc 10,35-37).

 

            A história de Tiago é contada nos Evangelhos. O discípulo também foi mencionado em Atos 1,13; 12,2.

            MARTA

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Era conhecida como uma dona-de-casa hospitaleira.

            Creu em Yaohushua e demonstrou uma fé crescente.

            Tinha um forte desejo de fazer tudo corretamente, com precisão.

 

            Fraquezas e erros:

            Esperava que os outros concordassem com as prioridades dela.

            Preocupava-se excessivamente com os detalhes.

            Tendia a lamentar-se quando seus esforços não eram reconhecidos.

            Limitou o poder de Yaohushua a esta vida.

 

            Lições de vida:

            O apego aos detalhes pode fazer-nos esquecer as principais razões de nossas ações.

            Há um tempo certo para ouvir Yaohushua e um tempo certo para trabalhar para Ele.

 

            Informações essenciais:

            Local: Betânia.

            Familiares: Irmãos – Maria e Lázaro.

 

            Versículo-chave:

            “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Yaohushua, não te importas de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude” (Lc 10,40). [É exatamente o que está acontecendo hoje em dia... Veja você, também, de não cair nesse mesmo erro – leia, aprenda, se surgir à oportunidade – agarre com todas as suas forças.....!!!!]. Anselmo Estevan.

 

            A história de Marta é contada em Lucas 10,38-42 e João 11,17-45.

 

 

 

 

 

 

 

O EVANGELHO SEGUNDO

 

JOÃO

 

 

 

 

            *Vamos entrar no “Evangelho que mais admiro”. Mas lembrando que para nós “os gentios” – o “Evangelho que nos foi dado é o de: “Paulo!”. Mas, o Evangelho de João vem bem a calhar do que falei até agora nas outras apostilas podendo mostrar nas Escrituras Sagradas a minha tese”:

 

            1ª Seja você, também, um REMANESCENTE! Procure a verdade nas Escrituras Sagradas: (Sf 2,1-3; Is 49,6; [4,3]; Jr 50,20; Rm 9,27; 11,4-5; 9,29; Jr 6,9; Mq 2,12; 5,3; 5,6ss; Ez 6,8-10; 9,4-8; 11,13; 12,26; 14,22.23; 11,7; Dn 12,1; 12,2-3 – 1º PROMESSA DA RESSURREIÇÃO INDIVIDUAL. Não fique de fora. Creia em Yaohu! Venha seja mais um – o Rebanho de Yaohu...!).

 

            2ª Veja o que diz a “Escritura Sagrada”.:

            - Um só será o seu Nome (Zc 14,9; Dt 6,4).

            - Todo aquele que invocar SEU NOME será salvo (Jl 2,32).

            - VINDICAREI A SANTIDADE DO MEU GRANDE NOME... (Ez 36,21-23).

            - (YHVH) – O YAOHU, o Deus dos exércitos, Yaohu é o seu Nome. (Os 12,5).

            - Etc.

 

            Já que estamos no assunto: “SALVAÇÃO” – E O PAI (Yaohu), nos deu a Salvação – através de seu único Filho – o SALVADOR (Yaohushua). EXATAMENTE NESTE EVANGELHO. NÃO PODERIA TER MELHOR EXPLICAÇÃO PARA TAL SALVAÇÃO – SENDO UMA VEZ QUE ESSE PRÓPRIO EVANGELHO NOS DIZ QUE: “O PAI É (DEUS). QUE O FILHO É (DEUS). E QUE O ESPÍRITO SANTO TAMBÉM É (DEUS). AGORA NÃO NO PLURAL QUE TOMA A FORMA ERRÔNEA COMO {‘ELOHIM} – O PLURAL PARA [DEUS] – TOMANDO A FORMA DE [deuses] = a qualquer ídolo feito por mãos humanas. É ERRADO FALAR... BEM, SENDO DESTA FORMA, SE SÓ EXISTE UM ÚNICO DEUS E SE TODOS SÃO “DEUS” – ENTÃO O PAI, O FILHO, E O ESPÍRITO SANTO CORRESPONDEM A UM ÚNICO NOME QUE SALVA!!! E, NÃO O PAI TEM UM NOME OU TÍTULO, O FILHO TEM UM TÍTULO OU UM NOME DIFERENTE DO PAI E O ESPÍRITO SANTO SÓ CONHECEMOS COM ESSE NOME. ISSO DISTORCERIA E DISTORCE O EVANGELHO DE JOÃO. ENTÃO TODOS TEM UM ÚNICO NOME QUE SALVA COMO DIZ AS PRÓPRIAS ESCRITURAS SAGRADAS – UM NOME QUE NÃO FOI DADO POR MÃOS HUMANAS... VEJA VOCÊ MESMO!”.

 

            O PAI – YAOHU!

            O FILHO – YAOHUSHUA!

            O ESPÍRITO SANTO – RÚKHA hol – RODSHUA!

 

            E, TODOS TÊM O MESMO ESPÍRITO DE “SALVAÇÃO”:

 

            RÚKHA – YAOHU (ESPÍRITO DE YAOHU.).

            RÚKHA – YAOHUSHUA (ESPÍRITO DE YAOHUSHUA.).

 

            Veja você mesmo que isso é uma REGRA da Sagrada Escritura. Como será demonstrado no Evangelho de João e em Toda a Escritura Sagrada! Pois os Evangelhos são AS BOAS NOVAS DE SALVAÇÃO. E EXISTE UM ÚNICO SALVADOR E NÃO VÁRIOS SALVADORES COM NOMES DIFERENTES... POR ISSO TOME CUIDADO, APRENDA E SOMENTE CONHECENDO A “VERDADE” POIS SÓ ELA O LIBERTARÁ. OK. ANSELMO ESTEVAN.

 

            ULHIM = ETERNO: (ZC 4,6; AP 3,20). Anselmo Estevan.

 

 

            INTRODUÇÃO

 

 

 

            Visão geral

            Autor: O apostolo João.

            Propósito: Apresentar a vida de Yaohushua de tal modo que os incrédulos possam ir a ele pela fé e os Remanescentes possam desenvolver sua fé em Christós como o Messias e o Filho de Yaohu que desceu do céu.

            Data: 85-90 d.C.

            Verdades fundamentais:

            Yaohushua é o Verbo divino que veio do céu e se tornou carne. {Como o próprio Evangelho nos fala – e o Filho é o Verbo! E, se pode perdoar “pecados” – somente o que o Pai pode fazer... Não pode ter outro nome senão o que o Pai também o têm pois o Filho é o Pai encarnado... Sendo o Evangelho = a Salvação (...)}. Anselmo Estevan.

            Yaohushua veio para os judeus, mas apenas uns poucos o receberam. {Mais um ponto que confirma a minha tese... Por isso Ele não pode ter um Nome Português como muitos o querem distorcendo as Escrituras Sagradas nas “BÌBLIAS”}. Anselmo Estevan.

            Yaohushua realizou muitos milagres públicos, demonstrando que era o MESSIAS, o Filho de Yaohu!

            Yaohushua ensinou que a SALVAÇÃO está exclusivamente NELE! {E não em outro nome como o querem muitos para distorcer a Palavra somente....!!!!}. Anselmo Estevan.

 

 

 

            Propósito e características

            A interação de Yaohushua com o seu povo, “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (1,11), complementa o foco central do autor. Yaohushua foi muitas vezes a Jerusalém para várias festas judaicas e isso tomou uma importância especial por causa da maneira na qual ele relacionou a sua obra ao significado dessas festas (p. ex. especialmente 7,37-39). Apesar desse ministério, o seu próprio povo não o recebeu, um fato que João explica como sintomático do pecado humano, Yaohushua não foi rejeitado porque era um estranho, mas porque as pessoas amavam mais as trevas do que a luz.

 

 

            JOÃO. UM EVANGELHO. Fiel a uma grande tradição das origens, o quarto evangelho relata o que aconteceu desde os dias de João Batista até o dia em que YHVH – Yaohushua passou para a glória do Pai. (At 1,21-22). A obra se apresenta como um testemunho, e é certo que João, [designamos assim o conjunto do livro e aquele que o redigiu], quis compor um verdadeiro evangelho. Após o solene prólogo teológico (1,1-18), ele se aplica, numa primeira parte, a narrar diversos acontecimentos e ensinamentos ligados a estes (1,19 – 12,50); a segunda parte refere longamente os acontecimentos da Paixão e as manifestações do Christós ressuscitado (13,1 – 21,25). Como afirma explicitamente em uma breve conclusão (20,30-31), João escolheu certos sinais, dos quais ele traz à luz o significado e o alcance, a fim de levar os Remanescentes a quem se dirige a melhor aprofundarem a sua fé em Yaohushua Messias e Filho de Yaohu. Para consegui-lo, ele é levado a tomar posição contra diversos desvios doutrinais que ameaçaram o “cristianismo” do seu tempo.

 

 

 

            A estrutura do evangelho. Não é fácil esmiuçar o plano adotado pelo autor: Por certo, os episódios são, na maioria, nitidamente circunscritos, mas não se percebem claramente os critérios em função dos quais estes episódios foram organizados. A questão é mais delicada ainda porque a hipótese do deslocamento de certas seções, por ocasião da edição, permanece aberta. É-se tentado, por exemplo, a inserir o cap. 5 entre 7,15 e 7,16; a disposição geográfica dos elementos seria assim unificada, e uma longa atividade em Jerusalém daria seguimento a uma estada na Galiléia (4,43-54 e 6,1 – 7,13). Estendendo ainda mais a hipótese, alguns estudiosos acreditaram poder detectar numerosos deslocamentos de textos e propuseram reconstituições ousadas de algum plano que possivelmente tenha existido.

            É preciso reconhecer, no entanto, que essas teorias não têm nenhum ponto de apoio na transmissão do texto; além disso, elas não levam em conta as leis muito flexíveis da tradição oral e da composição hebraica, que nem sempre se conformam às regras da nossa lógica.

            Para os que aceitam a seqüência do texto tal como ele se apresenta, as soluções são numerosas. Todos, ou quase todos, reconhecem que o evangelho se divide em duas partes, precedidas por um prólogo. Alem disso, é fácil distinguir um certo número de seções, em função das indicações geográficas ou cronológicas e do recurso a certos esquemas literários (narrativa-discurso). Mas como se articulam essas seções umas com as outras? Certos autores optam por um plano lógico e frisam as etapas do desenvolvimento metódico de grandes noções teológicas (luz, vida, glória). Outros acreditam discernir as etapas de um afrontamento progressivo de Christós com o “mundo” e lêem o Evangelho de João como um drama ou um processo que termina no grande julgamento que se opera no decurso dos acontecimentos da Páscoa. Dois planos temáticos foram propostos: os seus partidários renunciam aos rigores de uma síntese racional e encaram um tipo de composição que lembra as variações de um tema musical. Enfatizou-se o emprego de certos procedimentos literários semíticos, como, por exemplo a inclusão. Muitos estudiosos sublinharam a importância do místico dos números. Eles julgaram perceber planos fundados sobre os números três e sete. Enfim, pretendeu-se reconhecer um desenrolar dos fatos correspondentes ao enredo do Êxodo e alguns sugeriram a hipótese de uma transposição das leituras litúrgicas da antiga sinagoga.

            Tudo isso é sugestivo e, por vezes, muito sutil, mas é raro que uma teoria de conjunto seja plenamente satisfatória: não é certo que João tenha obedecido sempre às mesmas regras de composição, nem mesmo que tenha concluído definitivamente a composição de sua obra. Pelo que nos concerne, contentamo-nos em ver no quarto evangelho uma sucessão de episódios compostos sem rigor, mas, no entanto, organizados em função de certa evolução do afrontamento de Yaohushua com o “mundo” de uma parte, e, da outra, do custoso progresso dos crentes no conhecimento, primeiro na Galiléia, depois sobretudo em Jerusalém. {Veja, que interessante. O que? “O rumo que o autor dá para a Introdução deste Evangelho [...]. Veja que, os “Evangelhos” -, são: As “Boas Novas” – de um “Criador” – sendo conhecido através de seu “Filho” – EM AMOR, nos trazendo a SALVAÇÃO... E o que aconteceu? Por não conhecermos, ou melhor, não o recebermos no SEU NOME – SALVADOR! Simplesmente fizemos oposição a Ele tratando como um qualquer. Dando mais importância a imagens a pura idolatria do que ao PRÓPRIO SALVADOR. Sendo tão bem colocados em passagens da própria Escritura, essas passagens, em: Isaías, Jeremias, todos os profetas – o Antigo Testamento que testifica dEle... E, principalmente nas Epístolas de Paulo! Por isso volto a dizer-lhes: É de suma importância saber o seu Nome (estude as Escrituras Sagradas) e você, caro leitor, verá com seus próprios olhos e ouvidos que estou certo do que falo. Procure a Verdade e a Verdade vos libertará. 2Tm 3,16-17”} Anselmo Estevan. [P.S. 2Tm 3,15!].- Christós – Yaohushua.

 

            * Eu, falo a Palavra de Yaohu! E, falo com autoridade: “Veja como é linda a PALAVRA – quando você (irmão, irmã) –, vai a “fundo” e descobre a verdade! E se liberta”.:

OUTRO! SALVAÇÃO!

 

Duas palavras das Escrituras Sagradas, que vamos estudar bem de perto:

 

            Outro: Atos 4,12 Em nenhum OUTRO salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

 

            Estudo: OUTRO. Heteros. Diferente, distinção genética, de outro tipo, de natureza, forma ou classe diferente. Aqui, heteros denota uma distinção e exclusividade sem segundas escolhas, opiniões ou opções. “Yaohushua, tu és Único. Tu és o Único. Não há heteros, nenhum outro!” {Sendo assim, não há e nem pode haver mais de um nome ou títulos... e, sim um só Nome!}. Anselmo Estevan.

 

            Estudo: O único caminho para a salvação: O chamado para levar o evangelho às nações está fundamentado em duas suposições básicas: 1) que a humanidade sem Christós (O UNGIDO) está perdida, tratando-se de toda a raça humana ou do indivíduo; 2) que “debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”; isto é, que nenhuma outra autoridade, nenhuma outra personalidade, nenhum outro sistema ou filosofia pode afetar o resgate da alma humana. Enquanto alguns propõem possibilidades para a esperança humana além da confiança pessoal em YAOHUSHUA Christós, a Palavra de YAOHU se apropria antecipadamente de tais preposições. Em 2Co 5,17, estar “em Christós” é a única forma de entrar na “nova criação” da promessa atual de Yaohu e na sua salvação eterna. (At 1,8/Rm 3,23). {E, você, ainda quer ficar de fora? E em não conhecer o seu verdadeiro Nome... ??!! Isso é o EVANGELHO PROPRIAMENTE DITO A SALVAÇÃO EM SEU VERDADEIRO E ÚNICO NOME...}. Anselmo Estevan.

 

            Salvação: Lucas 19,9 E disse-lhe Yaohushua: Hoje, veio a SALVAÇÃO a esta casa, pois também este é filho de Abraão.

 

            Estudo: Salvação. Soteria. Comparar com “soteriologia”. Libertação, preservação, integridade, prosperidade, alegria, resgate, bem-estar geral. A palavra é usada tanto em sentido material, temporal quanto em sentido espiritual, eterno. O NT usa especialmente a palavra para bem-estar espiritual. A salvação é uma possessão presente (1,77; 2Co 1,6; 7,10) com uma realização mais completa no futuro (Rm 13,11; 1Ts 5,8-9).

 

            Estudo: Filho de Abraão: Anteriormente, ele pode ter sido um filho de Abraão, no sentido físico, mas, por  seu arrependimento, tornou-se filho espiritual, E TODA A FAMÍLIA COMPARTILHA DESSA BÊNÇÃO! {Rm 11,11-16}. Anselmo. Estevan.

 

 

 

            Relações com os evangelhos sinóticos. Se João é fiel à concepção de conjunto de um evangelho, ele se distingue dos evangelhos sinóticos sob muitos pontos de vista. O leitor fica logo impressionado pelas diferenças de ordem geográfica e cronológica: enquanto os sinóticos evocavam uma longa estada na Galiléia, seguida de uma caminhada mais ou menos prolongada rumo à Judéia, concluída por uma breve presença em Jerusalém, João, ao contrário, narra freqüentes deslocamentos de uma região à outra e encara uma presença de longa duração na Judéia, e sobretudo em Jerusalém (1,19-51; 2,13 – 3,36; 5,1-47; 7,14 – 20,31). Ele menciona várias celebrações pascais (2,13; 5,1; 6,4; 11,55) e sugere assim um ministério de mais dois anos.

            As diferenças manifestam-se igualmente no plano do estilo e dos processos de composição: enquanto os sinóticos oferecem, o mais das vezes, seções breves, coletâneas de sentenças ou de narrações de milagres, contendo breves declarações, João propõe uma seleção limitada de acontecimentos ou sinais que são, em sua maioria, longamente elucidados em colóquios ou discursos. Desta sorte, ele atinge em certos momentos grande intensidade dramática.

            João se singulariza outrossim pela escolha e originalidade do material empregado. Ele evoca, sem dúvida, muitos acontecimentos mencionados pelas tradições sinóticas: a atividade do Batismo, o batismo de Yaohushua no Jordão e a vocação dos primeiros discípulos (1,19-51); o episódio dos vendedores expulsos do Templo (2,13-21); a cura do filho de um oficial régio (4,43-54); a cura de um paralítico (5,1-15) e de um cego (9,1-41); a multiplicação dos pães à beira do lago e o caminhar sobre as águas (6,1-21), controvérsias em Jerusalém (7 – 8 e 10); a unção de Betânia e o desenrolar dos acontecimentos da Páscoa (12 – 21). Mas outros elementos da tradição sinótica parecem ausentes, tais como a tentação no deserto, a transfiguração, a narração da instituição da Eucaristia, a agonia no Getsemâni, numerosas narrações de milagres e muitos ensinamentos (desde o sermão da montanha e a maioria das parábolas até o discurso escatológico). [Não é difícil encontrar a transposição destes elementos no conjunto do evangelho: a tentação vem do mundo, a transfiguração acontece em todos os momentos e singularmente na Ressurreição; para a agonia, cf. 12,27; para a Eucaristia, cf 6,51]. Igualmente a linguagem é muito diferente: “Reino de Yaohu” só aparece em uma passagem (3,3-5); João prefere falar de vida e de vida eterna. Ele gosta dos temas: mundo, luz-trevas, verdade-mentira, glória de Yaohu-glória que vem dos homens.

            Se faltam no quarto evangelho elementos da tradição sinótica, encontram-se, em compensação, dados novos: o sinal de Caná (2,1-11), a conversa com Nicodemos (3,1-11), o diálogo com a Samaritana (4,5-42), a ressurreição de Lázaro e suas conseqüências (11,1-57), o lava-pés (13,1-19) e diversas indicações na narrativa da Paixão e da Ressurreição. Devemos notar ainda a extensão dos discursos e dos colóquios que esclarecem os acontecimentos narrados; assim as derradeiras palestras após a última ceia (13,31 – 17,26) preparam o tempo da Igreja.

            Até que ponto terá João conhecido os evangelhos sinóticos? Vários comentadores pensaram que ele os ignorava; ele só teria conhecido tradições que concerniam ao YHVH , à quais os sinóticos, por sua vez, se teriam referido. Existem, no entanto, alguns contatos literários tão evidentes que é preciso considerar como altamente provável o conhecimento de Mc e sobretudo de Lc; a evidência é menor em se tratando de Mt [Jo 5,8 e Mc 2,11; Jo 6,7 e Mc 6,37; Jo 12,3 e Mc 14,3; Jo 12,3-4 e Lc 7,36-44; Jo 13,2.27 e Lc 22,3; Jo 13,38 e Lc 22,34; Jo 15,20 e Mt 10,24-25; Jo 18,10 e Lc 22,30; Jo 18,11 e Mt 26,52; Jo 20,23 e Mt 18,18.]. Em todo caso, pode-se afirmar que João supõe, em seus destinatários, o conhecimento das grandes tradições sinóticas.

            João se aplica a reelaborar essas tradições, fazendo-o com muito mais segurança e liberdade do que os seus antecessores. Para ele, a fidelidade consiste em captar e exprimir em profundidade o alcance dos acontecimentos da salvação que se opera em Yaohushua: Uma fidelidade, por assim dizer, criadora.

 

 

            Os problemas de composição. Será que essa independência em relação às tradições sinóticas resulta da utilização de outras fontes? Será que apresenta uma real unidade literária, ou deixa transparecer o recurso a documentos diversos?

            E, antes de mais, qual foi a língua da primeira redação? Os freqüentes aramaísmos levaram não poucos pesquisadores a sustentar a hipótese de um original aramaico que teria sido traduzido para o grego; outros supõem que a autor grego valeu-se de certos trechos redigidos em aramaico. Exames mais minuciosos levaram, ao que parece, a abandonar essas hipóteses. O evangelho, do ponto de vista literário, tem uma feitura única; ele foi redigido diretamente no grego pobre, mas correto – intensamente evocador, no entanto –, que  o caracteriza. Contém notadamente vocábulos e jogos de palavras que não têm equivalente em aramaico e possui um estilo e traços literários que permitem concluir pela unidade de composição. Muitas coisas se explicam, sem dúvida, pela origem semítica deste autor que escreve em grego, ou pela influência que teria exercido sobre ele a versão grega do AT (Septuaginta). [Só que a Septuaginta é uma cópia e não temos o original dessa cópia e as “Escrituras Sagradas” – foram Inspiradas e Reveladas por Yaohu – não sendo de “vontade humana o que foi escrito...”. Sendo este o fator principal de todas as minhas três apostilas! Conhecereis a Verdade. E a Verdade vos libertará!]. {Anselmo Estevan.}. É provável que tenha lançado mão de fontes particulares, notadamente, de uma coletânea de narrativas de milagres, a qual, aliás, tratou com a mesma liberdade com que tratou o material dos sinóticos. Convém lembrar que o autor depende sobretudo do meio “cristão” [ou seja, os “católicos”]. {Anselmo Estevan.} e recorrer ocasionalmente a fórmulas litúrgicas ou fragmentos de homilias: assim, a camada mais arcaica do prólogo parece ser formada de um hino que lembra os hinos das epístolas do cativeiro de Paulo, ou das pastorais; e o discurso sobre o pão da vida é construído segundo as regras da homilia rabínica.

 

 

            O ambiente cultural. Todo pensamento exprime-se por meio de uma linguagem e relaciona-se com um ambiente cultural; emprega vocábulos e categorias que refletem as preocupações e concepções deste. Se o pensamento é original, opera novas conexões e diz coisas novas por meio de material tomado de empréstimo. A Bíblia não foge a essas regras: Importa, portanto, procurar as raízes da linguagem joanina nas diferentes culturas que coexistiam nas regiões orientais do Império romano, onde o evangelho foi composto.

 

            {Ok. As Bíblias – até podem ser desse mesmo jeito. Mas o “homem” não pode interferir no que foi Revelado e Inspirado por Yaohu! É aí, que começou todos os problemas com os Nomes principalmente do Criador... Por esses motivos citados a cima... As Escrituras Sagradas não contém nenhum erro! Tudo é e foi como YHVH assim o determinou... mostrando aqui, que as minhas três apostilas se referem: A Introdução ao AT e ao NT. Somente sendo o relato de duas-Salvação em duas alianças trazendo assim a perfeição ao homem imperfeito mas tudo pelo seu Amor de YAOHU...!}. Anselmo Estevan.

 

            A diversidade dos pontos de contato coligidos pelos estudiosos é muito grande. Reconheceram primeiro a influência do helenismo, depois sublinharam cada vez mais as relações com o AT e diversos meios judaicos, detectaram mesmo certos vínculos com as correntes gnósticas.

           

 

            {Veja o quê este termo significa: Gnosticismo – Termo derivado do grego gnosis, conhecimento, e que designa um tipo de filosofia religiosa do segundo século da era cristã. No NT já há sinais de certos desvios doutrinários dos gnósticos. O gnosticismo era uma mistura de elementos judaicos, cristãos e pagãos com vistas a responder a duas perguntas: a) Como reconciliar a presença do mal num mundo criado por um (Deus) – Yaohu perfeito e bom? b) Como se prendeu o espírito à matéria, que é má, e como libertá-lo? A primeira questão era resolvida assim: Yaohu criou uma série de seres que foram se tornando imperfeitos (DEMIURGOS), e um deles criou o mundo com seus males. A segunda questão era resolvida ou por uma vida ASCÉTICA (Cl 2,21-23; 1Tm 4,3) ou por uma vida de LIBERTINAGEM (2Tm 3,2-7; Tt 1,16; 2Pe 2,12-22; Jd 4,8). Para os gnósticos o corpo de Yaohushua não era real: era um fantasma (1Jo 2,23; 4,2-3). E a salvação não era pela fé, mas pelo conhecimento (1Co 13,2; 1Tm 6,20). Sem dúvida alguma esse ensinamento não entrou e nem está nas Bíblias ou na Escritura Sagrada. Somente afetaram os nomes de pessoas, lugares etc. Como o Nome do próprio Criador. [Porque Christós enviou-me não para batizar, mas para evangelizar; não em sabedoria de palavras, para que a cruz de Christós se não faça vã. (1Co 1,17). As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o RÚKHA hol – RODSHUA ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais! (1Co 2,13). Porque a nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que, com simplicidade e sinceridade de Yaohu, não com sabedoria carnal, mas na graça de Yaohu, temos vivido no mundo e maiormente convosco. (2Co 1,12). Por isso, insisto: Seja você um Remanescente – que procura se libertar do conhecimento carnal e somente adquirir o “conhecimento espiritual o que vem do RÚKHA hol – RODSHUA”.]}. Anselmo Estevan.

           

            a) O helenismo. É certo que João, mais do que os sinóticos, apresenta afinidades com o pensamento helenístico. O interesse marcante por tudo o que concerne ao conhecimento e à verdade, o uso do título Logos, em particular o emprego da alegoria, orientavam as pesquisas neste sentido. Pensava-se mais especialmente em Filon de Alexandria que, no começo do século I, tentara uma vasta obra de helenização da herança religiosa do judaísmo: o lugar de destaque que ocupa nesta obra a noção – bastante confusa – de Logos contribuía para corroborar o fato da influência helenística.

           

Helenismo. Influência da língua, das idéias e dos costumes gregos que se espalharam pelo Mundo Mediterrâneo, incluindo o Oriente Médio, onde ficava Israel. Isso aconteceu como resultado das conquistas de Alexandre Magno (334-325 a.C.) e durou três séculos e meio.

 

            Logos. Palavra. Transmissão de um pensamento, comunicação, palavra de explicação, elocução, discurso, revelação divina, conversa, declaração, instrução, oráculo, promessa divina, doutrina divina, declaração divina. Yaohushua é o logos vivo (Jo 1,1); a Bíblia é o logos escrito (Hb 4,12); e o RÚKHA hol – RODSHUA emite o logos falado (1Co 2,13).

            Assim, a PALAVRA de Yaohu crescia poderosamente e prevalecia (At 19,20). Nunca se esqueças disso! Anselmo Estevan. (Yaohu é seu Nome!).

 

 

É verossímil que o pensamento filoniano se haja espalhado por diversos meios judaicos fora da Palestina – a Diáspora –, suscitando um estilo de pesquisas e de vida. João certamente conheceu um ou outro desses círculos. Mas a visão de conjunto é nitidamente diferente: em João não se trata de uma ascensão do conhecimento, partindo das ciências e das reflexões filosóficas em direção à contemplação do Ser; o essencial, para ele, é o conhecimento na fé do Filho encarnado. Mesmo quando se utilizam os mesmos vocábulos, as significações variam: assim, o Logos joanino não aparece como uma criatura intermediária entre Yaohu e o universo, mas como o Filho preexistente, perfeitamente associado à ação do Pai.

            No começo deste século, o conhecimento das formas populares e bastante sincretistas da vida filosófica e religiosa do século I permitia que outras semelhanças na expressão fossem percebidas. Alguns concluíram que o quarto evangelho não passava de uma vasta adaptação do cristianismo, expurgado de suas concepções apocalípticas e judaicas e transformado numa mística individualista.

            b) Influências judaicas. Mas as raízes veterotestamentárias e judaicas do quarto evangelho não tardariam a ser postas em evidência. Notou-se-lhe no estilo a presença de numerosas expressões semíticas, o que deu origem à hipótese de um original aramaico. Sublinhou-se, por outro lado, a importância das reminiscências do AT. Se João cita raramente o AT de maneira explícita e tem suas preocupações voltadas a separar nitidamente a antiga economia da nova, ele não deixa de usar numerosas fórmulas do AT e, em particular, temas da literatura sapiencial: a água, o alimento celeste e o maná, o pastor, a vinha. O Templo. Tudo se passa como se João tivesse um conhecimento dos temas e de suas diversas variações, mas quisesse emprega-los de modo pessoal e original.

            Reconheceram-se, por outro lado, numerosos pontos de contato entre o judaísmo contemporâneo (tipos de raciocínio, processos de composição e elementos de vocabulário em uso nos meios rabínicos). Houve mesmo quem chegasse a detectar alusões ou influências concretas da liturgia judaica. O certo é que João conhece perfeitamente os usos e costumes do judaísmo palestinense do século I. Mas ele também sabe das profundas diferenças que separam este último do “cristianismo”. A ruptura está consumada (cf. 9,22; 12,42), e João, muito afastado do legalismo e do ritualismo judaico, pôr em evidência a novidade e transcendências do mundo da Encarnação.

            Os documentos de Qumran, descobertos faz alguns decênios, permitiram conhecer um outro meio judaico que, da mesma sorte, apresentava afinidades com o quarto evangelho. De uma parte e de outra, notou-se um dualismo muito acentuado nos domínios religioso e moral, tais como exprimem as oposições luz-trevas e verdade-mentira. De ambos os lados, os adeptos consideram que a sua comunidade inaugura os últimos tempos e se empenham em decifrar o sentido oculto das indicações do AT. Cá e lá, atribuí-se grande importância a um Mestre de Doutrina e se sublinha o papel do Rúkha de verdade ou do Paráclito.

            Mas ao lado desses traços comuns, há, entre as duas comunidades, numerosas diferenças: o clima é outro. João acha-se não distante da mentalidade apocaplitica de certos textos de Qumran quanto do legalismo exacerbado que neles se observa. O papel de Yaohushua difere muito do papel do Mestre de Justiça ou dos dois Messias da seita. Por certo, podem-se apontar correspondências de fórmulas e preocupações, mas a tendência de conjunto é radicalmente diferente.

            c) O gnosticismo. Finalmente, há dois séculos que se procura situar o evangelho com relação às correntes gnósticas. Sabe-se que a gnose se apresentava geralmente como um ensinamento esotérico, que conduzia os seus iniciados, após certas purificações, a se abrirem à salvação pelo conhecimento das grandes verdades religiosas ou pelo êxtase. Essas doutrinas inspiravam uma verdadeira aversão às realidades materiais ou carnais, identificadas com o Mal. Nós conhecemos as tendências gnósticas por textos posteriores ao século I, escritos tanto num contexto helenístico, mais ou menos marcado por influências orientais, como no contexto “cristão”. Pode-se pensar que certas tradições gnósticas remontem a épocas um pouco anteriores, não se podendo, por conseguinte, excluir uma interferência no quarto evangelho.

            A questão é tanto mais delicada, porquanto as fontes são pouco numerosas e relativamente tardias. Se nos recusarmos a dar largas à imaginação e levar em conta, baseados em escritos muito tardios, um vasto sistema gnóstico que envolveu a maior parte dos meios religiosos do século I, é preciso restringir-nos aos tratados característicos do Corpus hermeticum. Dois deles (I e XIII) propõem um sistema bastante puro: um divino Ánthropos, ou Homem primordial, decaiu e se atolou na matéria: descrevem-se depois as condições e etapas de seu retorno para os céus através de esferas maléficas controladas pelos planetas. Yaohu aparece e como Ser misterioso, fonte de Luz e de Vida, e a verdadeira vida consiste para os homens em alcança-lo num conhecimento imediato e beatificante.

            É difícil estabelecer dependência literária entre João e esses tratados (e, no caso de dependência, qual seria a fonte?),{Uma influência de João sobre certas passagens do tratado XIII é muito verossímil}, mas devemos reconhecer preocupações e certas formulações comuns. [Bem, aqui, quero repetir o estudo do “gnosticismo”: Nada contra em o “homem” – obter “conhecimento”! Mas, sim, o de NÃO FAZER ISSO POR SI SOMENTE – SE TORNANDO INDEPENDENTE DE YAOHU(...). É aí que o “erro” prevalece! O que nunca pode acontecer. Pois na sua total “DEPENDÊNCIA” – É QUE SOMOS INSTRUÍDOS!”. Afinal de contas, falando simplesmente, foi pra isso que Ele nos resgatou das “trevas” e nos trouxe para sua maravilhosa LUZ, em seu AMOR – fomos salvos. E o gnosticismo quer descobrir e fazer tudo sem Yaohu – sem Deus. Ou melhor – sendo eles mesmos “deuses!”. Por isso volto a reafirmar: Ter conhecimento sim! Mas sempre em dependência do Criador e buscando primeiro o seu Reino. O resto virá a seu tempo de Yaohu...]. Anselmo Estevan. Formando num meio complexo, em que se encontravam e se enfrentavam muitas tendências, João pode ter sido estimulado e impelido a pôr mais em evidência a relação entre o conhecimento e a vida divina com a qual os homens podem ser gratificados; mas ele reagiu de modo original, pois a sua fé na criação de todas as coisas por Yaohu excluía o pessimismo metafísico, e o fato da Encarnação do Filho eterno dava à carne e à condição humana um sentido muito diferente das especulações GNÓSTICAS.

            d) Originalidade de João. Tantos cotejos minuciosos e delicados não permitiram designar, portanto, uma corrente de pensamento cujas opções fundamentais João teria adotado. Ele parece ter vivido na confluência das grandes tendências filosófico-religiosas do seu tempo, sem dúvida em uma das metrópoles onde coexistiam o pensamento grego e o MISTICISMO ORIENTAL e onde o próprio judaísmo se alterava e se abria às influências externas. Mas nem por isso se deve minimizar a profunda originalidade do seu pensamento. Este deriva sobretudo da vida e das palavras das comunidades cristãs às quais ele pertence. Ele se refere antes de tudo aos acontecimentos primordiais e vale-se das numerosas buscas da expressão das primeiras elaborações teológicas cristãs: podemos encontrar vários pontos de contato com Paulo, em particular com as Epístolas do Cativeiro e os documentos que a tradição relaciona com Éfeso. João conhece também vários textos litúrgicos.

            Entretanto, esse enraizamento no meio cristão da época não impediu o evangelista de fazer uma obra profundamente original, longamente amadurecida, soberanamente livre com relação às diversas correntes que ele encontrou e avaliou. Tudo é refundido, assimilado, em função de uma visão completa e, todavia, simples, da realidade e do papel de Yaohushua, o Christós (O UNGIDO), o Filho de Yaohu [20,30]. {Sendo, assim, um verdadeiro REMANESCENTE – não se deixando envolver-se com o disse me disse e costumes, tradições, etc. simplesmente – buscando somente o ensinamento que vem do alto – de YAOHU!}. Anselmo Estevan.

 

 

            O quarto evangelho e a história. A questão da historicidade do quarto evangelho foi aventada a partir do começo do século XIX. Impressionados pelas numerosas particularidades que, segundo já vimos, distinguem a obra de João dos sinóticos, numerosos comentadores se perguntaram se o seu caráter teológico não correspondia a outras preocupações, alheias à história. Será que o emprego do simbolismo não visa orientar o leitor para um além dos fatos concretos, dos atos e das palavras tais como são percebidos à primeira vista? É assim que muitos críticos resolveram a questão, recusando-se reconhecer o valor documentário do quarto evangelho; eles apenas viam no quarto evangelho uma meditação, ou mesmo, um “teorema teológico” (A. Loisy).

            Mas o exame mais minucioso dos processos de composição e das intenções dos sinóticos, a renovação das reflexões sobre o método histórico e um estudo mais sereno dos dados joaninos conduzem os leitores de hoje a abandonar a alternativa antiga. A solução é mais complexa.

            Convém primeiramente observar que João relata muitos fatos que os sinóticos também referem: a atividade de João Batista e o batismo no Jordão, a purificação do Templo e vários milagres, em particular, a multiplicação dos pães (1,19-51; 2,13-21; 6,1-21); há também o conjunto de narrativas da Paixão e da Ressurreição (12-21). Uma comparação dessas passagens permite concluir que João pretende relatar fatos conhecidos da Tradição e que o fez com fidelidade. Sobre vários pontos, ele fornece mesmo elementos originais, cuja historicidade pode ser levada em consideração; os dados geográficos e cronológicos, bem como as indicações relativas às instituições judaicas e romanas, tudo demonstra um conhecimento das condições de vida da Palestina no começo do século I, condições que deviam desaparecer após a guerra de 66-72 e das quais João estava, aliás, mui distanciado. Ele teve, portanto, o cuidado de se ater às condições reais da história de Yaohushua; nós não estamos em presença de um conto teológico. O evangelho fala de alguém que viveu, morreu e ressuscitou, e isso tudo em um tempo bem determinado (cf. 2,20) e cuja tradição João conhece. O autor se considera, aliás, ou ao menos era considerado como uma testemunha (19,35; 21,24), o que implica a atestação de fatos ou de verdades de que se possui em conhecimento pessoal e a propósito dos quais e toma partido. Se é verdade que a mensagem comporta essencialmente o fato de que “o Verbo se fez carne e habitou entre nós”, de tal sorte que “nós vimos a sua glória”, compreende-se a importância impar da realidade histórica dos fatos relatados. {Olha aí uma prova verídica de que se o “Verbo se fez carne”, e “habitou entre nós...!” Nunca poderia ter outro Nome! Senão o do Pai ETERNO – Yaohu – Yaohushua!!}. Anselmo Estevan. João elucida a significação do que aconteceu a Yaohushua Christós e é por isso que o seu livro se apresenta primeiramente como a relação de uma série de sinais escolhidos entre muitos outros (20,30-31; 21,25). {essa oportunidade não posso deixar passar.}:

            - {Yaohushua, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro}.

            -{ Estes, porém, foram escritos para que creiais que Yaohushua é o Christós (O UNGIDO), o Filho de Yaohu, e para que, crendo, tenhais VIDA EM SEU NOME}!

            - {Há, porém, ainda muitas outras coisas que Yaohushua fez; e, se cada uma das quais fosse escrita, cuido que nem ainda o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem. Amém!}. [Bíblia Aplicação Pessoal. CPAD. A. R.C.]. Fazendo isso, aliás, o evangelista se inscreve na grande tradição bíblica que se aplica a descrever, etapa por etapa, a relação de Yaohu com o seu povo como a narração dos atos de Yaohu em meio à história dos homens. Israel sempre admitia a prioridade do acontecimento sobre o “Logos”. (No judaísmo pós-bíblico, de fato, a história pode ser considerada como o desenrolar de um plano enunciado por uma PALAVRA). “O pensamento hebraico é um pensamento que se exprime em termos de tradições históricas, ele se move principalmente na combinação prática da interpretação teológica do que foi transmitido, de tal sorte que a conexão histórica tem sempre a prioridade sobre a reflexão teológica” (von Rad).

            Pois não basta que o evangelista relate fatos brutos, é preciso que ele ponha em destaque o seu significado (cf. 9,1-41) e perceba o seu alcance e profundidade, a fim de que os discípulos possam progredir no conhecimento e se abrir à vida eterna. Os sinais são relatados “para que creiais que Yaohushua é o Christós – O UNGIDO, o Filho de Yaohu, e para que, crendo, tenhais A VIDA EM SEU NOME” (20,31). João tem plena consciência de que essa compreensão progressiva só pôde ser obtida em função do mistério pascal. Era necessária a passagem do Christós – O UNGIDO, pela cruz, para a glória plena, a fim de que se desvendasse o sentido profundo da vida de Yaohushua e do menor de suas ações. A par dela, fazia-se necessário o dom do Rúkha de verdade, que é fruto da Páscoa (7,39; 16,7; 20,22): o Rúkha conduz os crentes ao conhecimento da verdade total, isto é, à compreensão de tudo o que constitui à realidade e a ação de Yaohushua, o Filho encarnado de Yaohu (16,5-15). Esta é a reminiscência joanina: a recuperação compreensiva da história de Yaohushua (2,21-22; 12,16; 14,26; 15,26-27).

            Essa compreensão, em conformidade com uma grande tradiçãocristã”, é obtida através do relacionamento entre os acontecimentos vividos por Yaohushua e os acontecimentos e palavras proféticas do AT, que adquirem assim o seu verdadeiro sentido (2,17; 5,37-47; 7,17; 12,16.37-41; 19,24.28.36-37). {Por isso que digo e repito: Tradições de povos, raças,línguas, etc. tudo isso é terreno! Temos que buscar o que vem do ALTO! Como alguns desses versículos dizem: “Examinais as Escrituras. Bem não às Bíblias – o que temos atualmente. As Escrituras Sagradas foram perdidas. Não às temos mais. O que temos são às Bíblias que foram compiladas por homens comuns – sujeitos a corrupção, a moral, aos costumes imperfeitos etc. Por isso mesmo digo e repito: Sejamos REMANESCENTES. PROCURAREMOS A VERDADE SÓ A VERDADE QUE VEM DE CIMA - DE YAOHU - SOMENTE...!”}. [Anselmo Estevan.]. João compreendeu, mais do que nenhum outro, a imensa novidade das realidades que se manifestam em Yaohushua, e as exprime em função de esquemas tipicamente “cristãos”.

            Estamos, portanto, em presença de uma atitude resolutamente histórica, mas que difere muito das atitudes ou exigências dos historiadores positivistas, preocupados em relatar exatamente os fatos e não em evidenciar o seu significado, situando-os no conjunto da economia da salvação. Autores modernos falariam de história “querigmática” ou de “história qualitativa”. Os antigos já falavam de “evangelho espiritual” (Clemente de Alexandria). {Palavras do autor. Mas que traduziram a palavra “CHRISTÓS” – O UNGIDO – para “Cristo” – e cristão é seguidor de Cristo. Só que a tradução foi erroneamente feita...! E, nisso, se misturou às tradições de um povo que passou do relato das “Bìblias” que temos hoje em dia sendo cópias de cópias, para a noção dos católicos. Essas tradições não têm nas Escrituras Sagradas dadas por Yaohu! Por isso, discordo do termo cristão. Que infunde uma tradição humana de simples conhecimentos humanos... É o que penso!}. Anselmo Estevan. Esta compreensão em profundidade do “Christós” (pois no livro que estou fazendo as pesquisas está escrito Cristo) e da sua ação opera-se quase sempre com a ajuda de uma simbolização da sua história. O olhar do discípulo descobre gradualmente que o sentido dos fatos ou das palavras tem diversos níveis e que estes o remetem sempre para além de si mesmos. Daí a importância da noção de “sinal”, com um pendor para a evocação dos sentidos múltiplos de um fato ou de uma palavra (3,14-15; 8,28; 12,32), e finalmente certa ironia fina perante as palavras dos adversários , suscetíveis de significar o contrário do que eles queriam dizer (7,52; 9,24-27; 11,49; 12,19; 16,30; 19,18-22). Só a experiência do Rúkha permite perceber o alcance do texto. {Aqui, quero deixar uma observação: “É certo de que nas outras apostilas, eu tratei do termo CRISTÃO. E, o relacionei com o termo: “REMANESCENTE!” Só que o que não concordo é que os “Cristãos” – sem exceção são IDOLATRAS. Nada contra Católicos. Ou outra coisa qualquer. Mas, sim pelas misturas de crenças colocadas nas “Bíblias” pelos “padres” – que fica: “Um cego guiando outro cego...!” É simplesmente essa diferença que quero fazer....! Então não adianta fazer a mistura do “erro” com o nome de Christós – O UNGIDO, com Cristo – relacionado ao termo cristão – mas se esses cristãos são seguidores de Imagens e rituais... É isso que quero cortar o elo!” Pelo motivo de que: Às vezes o termo cristão aparece somente relacionado ao nome que foi incorretamente falado [Cristo]. Só que as vezes esse termo incorreto aparece ligado ao cristão – seguidor de imagens e fiel a CHRISTÓS – O UNGIDO. E, isso acho errôneo, e, totalmente incorreto por isso esses problemas todos....!!! Anselmo Estevan.}.

 

 

            O autor. Todas essas observações levam a concluir que o Evangelho de João não é um simples testemunho ocular, exarado de uma assentada logo depois dos acontecimentos. Tudo sugere, ao contrário, uma longa maturação.

            Deve-se chamar a atenção para o fato de que a obra parece inacabada: certas suturas são canhestras, certos trechos parecem desprovidos de ligações com o contexto (3,13-21.31-36; 1,15). Tudo leva a imaginar que o autor jamais teve a sensação de ter chegado ao término. Poder-se-ia explicar assim a relativa desordem das perícopes. É provável que o evangelho, tal como o possuímos, tenha sido publicado por discípulos do autor, que lhe acrescentaram o capítulo 21 e, sem dúvida, algumas anotações (assim 4,2 e talvez 4,1; 4,44; 7,39b; 11,2; 19,35). Quanto à narrativa da mulher adúltera (7,53 – 8,11), todos reconhecem que se trata de um trecho de origem desconhecida, inserido posteriormente (mas que pertence, no entanto, à Escritura canônica).

            Quanto ao autor e à data de composição do quarto evangelho, não se encontra, na própria obra, nenhuma indicação precisa. Talvez isso seja deliberado. A atenção não se deve deter na testemunha, mas reportar-se à pessoa daquele que é anunciado e contemplado (3,29; 1,8; 4,41). Contudo, a adição de 21,24 não hesita em identificar o autor com o “discípulo que Yaohushua amava”, aquele que aparece muitas vezes no decurso dos acontecimentos da Páscoa (13,23; 19,26; 20,2). Trata-se, sem dúvida, desse “outro discípulo” que vários textos mencionam sem lhe dar um nome (1,35-39; 18,15).

            A partir do século II, as tradições eclesiásticas o chamam de João e começam a identifica-lo com um dos filhos de Zebedeu, um dos Doze. Um fragmento de uma obra de Pápias, bispo de Hierápolis da Frigia, datado de cerca de 140, dá lugar a uma hesitação: “Eu não hesitarei em fazer figurar entre as interpretações as coisas que, algum dia, eu aprendi muito bem dos antigos, e conservei muito bem na memória, tendo-me certificado da sua verdade... mesmo que chegasse alguém que tivesse segundo os antigos, eu me informava dos ditos dos antigos: o que tinham dito André, ou Pedro, ou Filipe, ou Tomé, ou Tiago, ou João, ou Mateus, ou qualquer outro dos discípulos de Yaohu ou o que dizem Aristião e João, o Antigo, discípulos do Yaohu” (Eusébio, Hist. Eccl., III. 39,3-4). Ele distinguia, portanto, um João apóstolo, um dos Doze e um outro João, o Antigo, discípulo de Yaohu; mas não se trata de escritos, já que Pápias se interessa sobretudo “pela palavra viva e durável”. No fim do século II, Irineu é explícito: “Em seguida, João, o discípulo de Yaohu, o mesmo que repousou sobre o seu peito, publicou também um evangelho, durante a sua estada em Éfeso” (Adv Haer. III, 1,1). Para Irineu, que se diz discípulo de Policarpo, “que falava de suas relações com João e os outros discípulos de Yaohu...” (Eusébio, Histo. Eccl. V, 20,6-8), trata-se do filho de Zebedeu, um dos Doze. Nessa época, não obstante certas hesitações, há uma tendência muito forte de atribuir a um dos Doze os escritos considerados canônicos. No que concerne ao quarto evangelho, constatamos um acordo quase unânime. Todos os autores (cânon de Muratori, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano) falam do papel de João, um dos Doze, como de um fato certo; somente um reduzido círculo romano, agrupado em volta do sacerdote Caius, exprime hesitações, sem para isso recorrer à tradição. A opinião tradicional foi posta em dúvida, no princípio do século XIX, pela crítica que apontou as diferenças com relação aos sinóticos e a importância da elaboração teológica. Recusando ao autor a qualidade de testemunha ocular, quase sempre negavam também à sua obra qualquer valor histórico; queriam ver nele o teólogo que compusera, em meados do século II, uma espécie de síntese das correntes petrinas e paulinas. Inicialmente surgiu viva reação nos meios eclesiásticos pois se associava estreitamente a questão da origem joanina à da autoridade do testemunho. Não estavam longe de fazer da atribuição do texto ao apóstolo João em pessoa uma questão atinente à fé. Hoje aprendemos a distinguir  melhor as questões, e os progressos da reflexão sobre a história e seus métodos permitiram furtar-nos aos antigos dilemas.

            É de se notar, logo de início, que a publicação de um fragmento do quarto evangelho (18,31.33.37-38), descoberto no Egito e que os melhores conhecedores datam dos anos de 110-130, impôs aos estudiosos o retorno a um dado tradicional: a publicação do evangelho pelo fim do século I. A localização numa igreja da Ásia helenística (Éfeso) permanece também muito verossímil. Não é possível excluir absolutamente a hipótese de uma redação pelo apóstolo João em pessoa, mas a maioria dos estudiosos não retêm a validez desta eventualidade. Alguns se recusam a dar nome ao autor, que descrevem como sendo um “cristão” que escreve em grego pelo fim do século I, em uma igreja da Ásia onde as diversas correntes de pensamento do mundo judaico e do Oriente helenizado se defrontavam; alguns lembram João, o Antigo, de que falava Pápias. Outros acreditam poder acrescentar que o autor estava ligado a uma tradição que se prendia ao apóstolo João: assim se explicaria o lugar proeminente atribuído ao “discípulo que Yaohushua amava” que parece ter sido identificado com João, filho de Zebedeu; curiosamente, este é o único dos principais apóstolos cujo nome jamais é mencionado.

 

 

            A teologia. Não se trata aqui de fornecer uma visão sintética do pensamento teológico de João. Fiel à grande tradição bíblica, este não pretende apresentar um sistema, mas uma elucidação dos acontecimentos da salvação. Ele não cogita em estabelecer um princípio fundamental em função do qual os outros dados poderiam organizar-se. Toda a atenção se concentra em Christós: Sob a condição de o conhecerem e entrarem em comunhão com ele, os crentes terão acesso à via eterna, descobrindo o Pai. Nós nos limitamos a indicar aqui algumas orientações.

            O esquema preexistência-encarnação não é por certo próprio do quarto evangelho, ele se encontra em outros lugares, notadamente no hino de Fl 2,6-11 e em Cl 1,15, em geral, porém, apondo a Paixão à Ressurreição. João tem uma visão mais ampla e, tudo bem pensado, mais tradicional: ele considera o conjunto da vida de Yaohushua (sinais e palavras) e dá uma grande importância ao seu desenrolar no tempo (o tema da “hora”). É através dos acontecimentos da vida de Yaohushua, que culminam com a Páscoa, que se opera a manifestação de Yaohu no meio do mundo (a “glória”); mas esta revelação não se torna por isso um dado do mundo: ela põe o mundo em questão. Os que crerem nascerão para uma vida nova; mas o mundo, enquanto tal, recusará o que não se lhe comensurar, e o evangelho evoca o conflito cujo desfecho será a Paixão e a Ressurreição de Yaohushua. O mundo será julgado e condenado na “hora” em que pensava triunfar sobre aquele que menosprezara radicalmente.

            João não descreve a preexistência de Christós e não relata, por exemplo, um diálogo celeste em que o Filho teria recebido a sua missão; estamos longe do mito. É na existência de Yaohushua que o Pai se manifesta para os que progridem no conhecimento, pela fé e pelo dom do RÚKHA!

 

 

 

 

 

AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE:

 

JOÃO

 

 

 

            JOÃO BATISTA

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi o mensageiro designado por Yaohu a anunciar a chegada de Yaohushua.

            Foi um pregador determinado, cujo tema de sua mensagem foi o arrependimento.

            Foi um destemido confrontador.

            Ficou conhecido por seu estilo de vida diferente.

            Inflexível.

 

            Lições de vida:

            Yaohu não garante uma vida segura ou fácil para aqueles que o servem.

            Realizar a vontade de Yaohu é o maior investimento que podemos fazer na vida.

            Permanecer na verdade é mais importante do que a própria vida.

 

            Informações essenciais:

            Local: Judéia.

            Ocupação: Profeta.

            Familiares: Pai – Zacarias; mãe – Isabel; primo – Yaohushua.

            Contemporâneos: Herodes e Heródias.

 

            Versículo-chave:

            “Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista, mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele” (Mt 11,11).

 

            A história de João é contada em todos os quatro Evangelhos. Sua vinda foi predita em Isaías 40,3 e em Malaquias 4,5; ele é mencionado em Atos 1,5.22; 10,37; 11,16; 13,24.25; 18,25; 19,3.4.

 

 

 

 

            NICODEMOS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi um dos poucos líderes religiosos que creram em Yaohushua.

            Foi um membro da poderosa suprema corte dos judeus (o Sinédrio).

            O fariseu foi atraído pelo caráter e pelos milagres de Yaohushua.

            Uniu-se a José de Arimatéia para providenciar o sepultamento de Yaohushua.     

           

            Fraquezas e erros:

            Estava limitado pelo medo de ser publicamente exposto como seguidor de Yaohushua.

 

            Lições de vida:

            A menos que nasçamos de novo, nunca poderemos fazer parte do Reino de Yaohu.

            Yaohu é capaz de transformar aqueles a quem consideramos inalcançáveis.

            Yaohu é paciente e persistente.

            Se estivermos dispostos, Yaohu poderá usar-nos.

 

            Informações essenciais:

            Local: Jerusalém.

            Ocupação: Líder religioso.

            Contemporâneos: Yaohushua, Anas, Caifás, Pilatos e José de Arimatéia.

 

            Versículo-chave:

            “Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar novamente de sua mão e nascer?” (Jo 3,4).

 

            A história de Nicodemos é contada em João 3,1-21; 7,50-52; 19,39.40.

 

 

 

 

            CAIFÁS

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi sumo sacerdote por 18 anos.

 

            Fraquezas e erros:

            Foi um dos responsáveis diretos pela morte de Yaohushua.

            Usou o seu cargo como um meio de possuir segurança e poder pessoal.

            Planejou prender Yaohushua, realizou um julgamento ilegal, pressionou Pilatos a aprovar a crucificação, tentou evitar a ressurreição e, mais tarde, tentou encobrir o fato da ressurreição de Yaohushua.

            Manteve uma aparência de religiosidade, mesmo estando comprometido com Roma.

            Mais tarde, esteve envolvido na perseguição aos cristãos.

 

            Lições de vida:

            Yaohu usa até os motivos e as ações pervertidas de seus inimigos para realizar a sua vontade.

            Mesmo que encubramos motivos egoístas com objetivos e palavras espirituais, Yaohu vê as nossas intenções.

 

            Informações essenciais:

            Local: Jerusalém.

            Ocupação: Sumo sacerdote.

            Familiares: Sogro – Anas.

            Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos e Herodes Antipas.

 

            Versículos-chave:

            “E caifás, um dentre eles, que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo e que não pereça toda a nação” (Jo 11,49.50).

 

 

 

 

            JOÃO

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Antes de seguir a Yaohushua, era um dos discípulos de João Batista.

            Foi um dos 12 discípulos e, com Pedro e Tiago, um dos discípulos mais íntimos de Yaohushua.

            Escreveu cinco livros do Novo Testamento: um Evangelho, três epístolas e o Apocalipse.

 

            Fraquezas e erros:

            Partilhou com Tiago a tendência de ter explosões de egoísmo e ira.

            Pediu uma posição especial no Reino de Yaohushua.

 

            Lições de vida:

            Aqueles que percebem que são muito amados são capazes de amar muito.

            Quando Yaohu transforma uma vida, não lança fora as características de personalidade, mas as coloca a seu serviço. {Claro. Pois se tirar às características [personalidade da pessoa], não é mais a mesma “pessoa”, e, sim outra. Por isso digo que não mudo! Corrijo meus erros isso sim. Porque ninguém pode “mudar” e ser a mesma pessoa... Só se é uma pessoa falsa!}. Anselmo Estevan.

 

            Informações essenciais:

            Ocupações: Pescador e discípulo.

            Familiares: Pai – Zebedeu; mãe – Salomé; irmão – Tiago.

            Contemporâneo: Yaohushua, Pilatos e Herodes.

 

            Versículos-chave:

            “Irmãos, não vos escrevo mandamento novo, mas o mandamento antigo, que desde o princípio tivestes. Este mandamento antigo é a palavra que desde o princípio ouvistes. Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas e já a verdadeira luz alumia” (1Jo 2,7.8).

 

            A história de João é relatada nos Evangelhos, em Atos e no Apocalipse.

 

 

 

 

            MARIA MADALENA

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Contribuiu com as necessidades de Yaohushua e dos discípulos.

            Foi uma das poucas seguidoras fiéis presentes na morte de Yaohushua.

            Foi a primeira a ver o Christós (O UNGIDO) ressuscitado.

 

            Fraquezas e erros:

            Yaohushua havia expulsado dela sete demônios.

 

            Lições de vida:

            Aqueles que são obedientes crescem em entendimento e graça.

            As mulheres são vitais no ministério de Yaohushua.

            Yaohushua se relaciona com as mulheres de acordo com o modo que Ele as criou: como seres humanos que refletem a imagem de Yaohu.

 

            Informações essenciais:

            Locais: Magdala, Jerusalém.

            Ocupação: Não se sabe, mas talvez fosse rica.

            Contemporâneos: Yaohushua, os 12 discípulos, Maria, Marta, Lázaro e a mãe de Yaohushua.

 

            Versículo-chave:

            “E Yaohushua, tendo ressuscitado na manhã do primeiro dia da semana, apareceu primeiramente a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demônios” (Mc 16,9).

 

            A história de Maria Madalena é contada em Mateus 27 – 28; Marcos 15 – 16; Lucas 23 – 24; e João 19 – 20. Também é mencionada em Lucas 8,2.

 

 

            {Você viu porque “João” fala: “em não escrever um novo mandamento.., mas sim, o mesmo mandamento (...)”. E, fala em um “novo mandamento...” Por causa de quem tinha que receber Yaohushua não o fez. Os religiosos – Sumo Sacerdotes – Doutores da Lei e etc. Mas sim uma “prostituta – possuída por demônios – Essa sim o recebeu e o ajudou (...)”. Por esse motivo João fala que as trevas já passaram... E, A VERDADEIRA LUZ É CHEGADA (...). É somente disso que precisamos! Pois não o receberam em seu nome que SALVA!}. Anselmo Estevan.

 

 

 

 

           

            TOMÉ

 

            Pontos fortes e êxitos:

            Foi um dos 12 discípulos de Yaohushua.

            Apresentava duas propensões internas : dúvida e fé.

            Era um homem leal e honesto.

 

            Fraquezas e erros:

            Com os outros discípulos, abandonou Yaohushua por ocasião da prisão dEle.

            Recusou-se a crer no testemunho daqueles que tinham visto a Christós, - O UNGIDO, e exigiu provas.

            Lutou contra uma perspectiva pessimista.

           

            Lições de vida:

            Yaohushua não rejeita as dúvidas honestas, ligadas à fé.

            É melhor duvidar em voz alta do que desacreditar em silêncio.

 

            Informações essenciais:

            Locais: Galiléia, Judéia e Samaria.

            Ocupação: Discípulo de Yaohushua.

            Contemporâneos: Yaohushua, os outros discípulos, Herodes e Pilatos.

 

            Versículos-chave:

            “Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Tomé respondeu e disse-lhe: YHVH meu, e Yaohu meu!” (Jo 20,27.28).

 

            A história de Tomé é contada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 1,13.

 

           

 

           

           

           

 

 

 

 

 

ATOS DOS APÓSTOLOS

 

 

 

 

            INTRODUÇÃO

 

 

 

            Visão geral

            Autor: Lucas, um companheiro de Paulo.

            Propósito: orientar a Igreja em sua missão permanente por meio do relato de como o Rúkha hol – RODSHUA capacitou os apóstolos para propagar o testemunho de Christós (O UNGIDO) ao mundo gentio.

            Data: 60-64 d.C.

            Verdades fundamentais:

            As testemunhas de Christós são capacitadas pelo Rúkha hol – RODSHUA.

            As testemunhas de Christós devem ir até aos confins da Terra.

            As testemunhas de Christós sofrem perseguições.

            As testemunhas de Christós estabelecem Igrejas para que a missão possa ter continuidade.

 

 

            Propósito e características

            “Atos” apresenta um registro histórico verídico do desenvolvimento da Igreja primitiva durante a metade do século 1 d.C. Tudo nesse livro – a descrição de Lucas sobre detalhes geográficos e provincianos, sobre os funcionários do governo e seus atos oficiais, sobre os atos dos imperadores e sobre a viagem marítima à Itália, o uso de termos náuticos exatos – aponta para um pesquisador cuidadoso que testemunhou muitos dos acontecimentos registrados em At 16 e nos capítulos posteriores. O grego de Lucas é excelente e fica bastante claro que ele estava familiarizado com suas fontes semíticas, uma vez que usou muitas expressões aramaicas na primeira metade de Atos.

 

 

 

            ATOS. Como o terceiro evangelho, os Atos dos Apóstolos são obra de Lucas, companheiro de Paulo, que contou neste livro acontecimentos que conhecia bem; esta obra “apostólica” faz parte das ESCRITURAS e é, a esse título, norma de verdade e de fé: tal era, por volta de 200, a convicção de toda a Igreja. Muito cedo, aliás – ao mais tardar no século IV –, os Atos já eram lidos na liturgia eucarística durante o tempo pascal. Eles iluminaram assim a fé da Igreja dos primeiros séculos, animaram e guiaram a vida dos cristãos, do batismo ao martírio, do qual “Estêvão, um dos Sete”, fora o primeiro a dar o exemplo. A imagem da primitiva comunidade cristã inspirou o monarquismo nascente e, posteriormente, quase não houve movimento reformador ou missionário em que não se encontrasse, de mistura com os apelos do Evangelho e de Paulo, a saudade da “vida apostólica”, tal como é evocada nos Atos. Desde o século XVIII, algumas das certezas que fundavam essa “leitura” multissecular foram postas em dúvida por uma crítica cujos excessos não suprimem os méritos: ela só poderá ser benéfica para a compreensão dos Atos, contanto que seja bastante rigorosa, para não transformar em dogmas as sucessivas hipóteses, e bastante clarividente, para reconhecer os próprios limites.

 

           

            O texto dos Atos. Para ler uma obra antiga, é preciso determinar o seu texto e, no caso dos Atos, essa determinação é um problema bastante complexo. A maioria das testemunhas desse texto apresenta duas formas principais: o texto chamado “sírio” ou “antioqueno”, e o texto chamado “egípcio” ou “alexandrino”. Mas pode-se reuni-los sob o nome de “texto corrente”, tal a semelhança que transparece entre um e outro, quando comparados a uma terceira forma de texto, chamada “ocidental”. Em geral essas variantes “ocidentais” não parecem reproduzir o texto primitivo dos Atos. Mas a sua antiguidade e a sua difusão, tanto no Ocidente como no Oriente, são notáveis, bem como o seu interesse histórico ou doutrinal. Por isso, as notas à tradução aqui oferecidas as mencionam de bom grado, em particular no cap. 15.

 

 

            Os Atos do ponto de vista literário. A unidade indiscutível da língua e do pensamento dos Atos não impede que comportem duas partes de aparência bastante diferente. A primeira (1 – 12 ou 15) se apresenta como um conjunto cujos elementos são antes justapostos que reunidos. As indicações cronológicas são raras. A língua é de tendência semitizante e mais de um aspecto do pensamento parece arcaico. Ao contrário, a segunda parte (13 ou 16 – 28) dá a impressão de uma trama contínua, de um conjunto mais bem organizado. Os dados cronológicos se tornam bastante numerosos. A língua é mais puramente grega. Por quatro vezes a narração cessa curiosamente de ser escrita na terceira pessoa para passar à primeira pessoa do plural: “nós...” (16,10 nota).

            As unidades literárias de certa extensão que se podem distinguir no livro são praticamente todas ou relatos de missão (2,1-41; 8,4-40; 9,32 – 11,18; 13,1 – 21,26) ou narrações de processo (4,1-31; 5,17-42; 6,8 – 8,1; 12,1-7; 21,27 – 26,32), o último dos quais se prolonga com um longo relato de viagem (26,28). As unidades literárias menores que a análise discerne nesses conjuntos, geralmente complexos, pertencem a dois gêneros principais: narrativas e discursos.

            As narrativas, com ou sem diálogos (10,25-33; 21,37-39; 23,1-5; 25,8-12; etc.), são de grande variedade (1,6-11; 2,1-13; 3,1-10; 4,1-22; 5,1-11.17-42; 8,5-25; etc.). Nelas, o maravilhoso ocupa um lugar considerável. Também de ordem narrativa são os “sumários”, ou descrições gerais, que a primeira parte do livro consagra à Igreja de Jerusalém (2,42 nota); podem-se equiparar a eles as breves afirmações de ordem geral que se disseminam a seguir no conjunto do livro (6,7; 9,31 etc., 16,5; 19,10.20; etc.). A variedade dos discursos é tão grande quanto à das narrativas. A maior parte deles são pronunciados por cristãos: discursos missionários de diversos tipos (2,14 nota; 10,36, nota; 14,15 nota); discursos de defesa perante os tribunais judaicos ou romanos (4,8-12; 5,29-32; 7,2 nota; 22,1 nota); discursos dirigidos a outros cristãos (1,16-22; 11,4-17; 15,7 nota; 15,13 nota; 20,18 nota). A esses discursos cristãos, podem-se acrescentar orações (4,24 nota) e uma carta (15,23-29). Por outro lado, alguns breves discursos (5,35-39; 19,25-27.35-40; 24,2-8; 25,14-21), bem como uma carta (23,25 nota) são atribuídos a judeus ou a PAGÃOS. [SABE O QUE ISSO PROVA? QUE OS REMANESCENTES SÃO “MINORIA”! E QUE NÃO TÊM NADA EM COMUM COM OS “PAGÃOS...!”.]. Anselmo Estevan.

            {Olha que interessante: o “termo pagão”, não existe na Bíblia! Procurei em 03 dicionários, e, em concordâncias...e, não achei esse termo. Veja o que diz o dicionário: Pagão: adj. E sm. 1. Que ou quem não foi batizado. 2. Que ou quem é adepto de qualquer das religiões em que não se adota o batismo. [Fem. : pagã. Pl.: - gãos.]. Então, os “Padres” acreditavam de um jeito....e, isso foi colocado nas Bíblias... Os “protestantes”, viram que muita coisa estava errada e fizeram mudanças... novas bìblias... Por isso insisto em que o termo correto é o REMANESCENTE – livre de tudo isso. Procurando a verdade nas Escrituras Sagradas...!!!}. Anselmo Estevan.

            O autor dos Atos certamente recorreu a fontes: os indícios nesse sentido são numerosos. Seriam essas fontes escritas ou orais? Talvez de ambos os tipos. Em todo caso, elas deviam oferecer uma consistência e uma autoridade bastante grandes, visto serem estas, muito provavelmente, as que explicam a diversidade das duas partes do livro, a despeito de um trabalho redacional cuja importância é atestada pela unidade literária do conjunto. Infelizmente, é muito difícil isolar e delimitar essas fontes com segurança, mesmo no caso do “itinerário” ou “diário de viagem”, cuja existência é postada para passagens em “nós”, sem que possamos, todavia, traçar-lhe os limites exatos.

            Em compensação, vê-se melhor onde situar, na vida da Igreja primitiva, a origem dessas fontes. Cada igreja devia conservar lembranças da sua fundação e da sua história (cf. 1Ts 1,6; 2,1; 1Co 2,1-5; 3,5-6; etc.) e conhecer certos episódios da vida do seu fundador (1Ts 2,2; 3,1-2; 2Co 11,22 – 12,10; Gl 1,15 – 3,14 etc.; Hb 13,7). Edificantes, admiráveis ou pitorescas, essas informações podiam passar de uma igreja à outra (1Ts 1,8; 2,14; 1Co 16,1; 2Co 8,5; Gl 1,13-23; cf. At 14,27; 15,3-4). E centros importantes, como Jerusalém ou Antioquia (11,19 nota) eram certamente favorecidos neste particular e deviam conservar, por escrito ou oralmente, numerosas informações desse gênero.

            É preciso, enfim, acrescentar que, se o autor do “diário de viagem” e o dos Atos são o mesmo, este personagem, companheiro de Paulo, dispunha também de lembranças pessoais.

 

 

            Os atos e a história. Sejam quais forem as suas fontes, é possível e necessário examinar o valor histórico dos Atos e, primeiramente, o do quadro em que se situam narrações e discursos. Os dados da história geral e da arqueologia, por uma parte, e os que nos fornece o resto do NT, em particular a correspondência de Paulo, por outra, permitem avaliar, por comparação, a exatidão deste quadro e de certos detalhes. Os resultados do exame são mais freqüentemente favoráveis que desfavoráveis à veracidade dos Atos, permitindo assim estabelecer os elementos de uma cronologia assaz consistente, tanto para as origens cristãs, quanto para a vida e as cartas de Paulo. Esta situação convida o historiador a fiar-se a priori nos numerosos dados do livro que, na falta de meios de verificação exterior, só podem ser rastreados pela crítica interna.

            A crítica interna pode registrar, aqui ou ali, nas narrativas, discordâncias ou tensões que parecem corresponder, que a incertezas ou lacunas nas informações do autor, quer a intenções que o levaram a modificar ou interpretar os dados que as fontes lhe forneciam. A verossimilhança das narrativas constitui outro critério, mas este é de utilização delicada, pois as considerações a que recorre não são todas de ordem histórica. O caso mais difícil é aqui o do maravilhoso, e, em particular, dos relatos de milagre. É por certo possível e, ocasionalmente, provável que o autor, ou já as suas fontes, tenham acentuado esse aspecto de certa narração. Mas a crítica não deve esquecer que os milagres no “cristianismo” primitivo desempenharam um papel incontestável (Rm 15,18s.; 2Co 12,12; Hb 2,4; cf. Mc 16,17s.). {Veja que aqui o termo cristão impera. E, veja também a incredulidade desses mesmos cristãos – é relacionado com “A CRÍTICA INTERNA” – ou seja: O HOMEM – Duvidando das Obras e Milagres do Criador em forma humana... tendo que apelar, o autor, para “Milagres e etc.” - para os cristãos acreditarem, é uma vergonha! Depois batem no peito e dizem: Eu sou Cristão...}. [Anselmo Estevan.]. Nesses casos, sem falar “do” da conversão de Paulo, os Atos nada mais fazem do que dar uma fisionomia a realidades atestadas por outra via.

            A historicidade dos discursos dos Atos suscita problemas ainda mais complexos que a das partes narrativas. Sabe-se, com efeito, que os historiadores antigos consideravam normal compor mais ou menos livremente os discursos que punham na boca de seus personagens. A brevidade da maioria dos discursos dos Atos impede de ver neles estenografias ou lembranças conservadas em extenso. Certas inverossimilhanças (15,15 nota; etc.), ou certas semelhanças de línguas ou de pensamento entre discursos e narrativas indicam uma intervenção mais ou menos acentuada do autor na composição dos discursos. Mas essas observações não autorizam a lhes denegar todo valor documentário. Há boas razões para pensar por exemplo, que a estrutura geral e certos elementos dos discursos missionários ou do dê Paulo aos anciãos de Éfeso (20,18-38) são reflexos fiéis de diversos tipos de pregação cristã. Quanto aos outros discursos, eles são geralmente verossímeis, mas a apreciação exata do seu valor histórico depende em grande parte do crédito que se conceda à informações do autor e em particular ao seu “diário de viagem”.

            Resta salientar um último aspecto dos Atos como documento histórico: seus silêncios. O livro não diz nada, por exemplo, da fundação de numerosas Igrejas que menciona (28,13 nota) e não diz uma palavra sequer sobe as dissensões de Paulo com a Igreja de Corinto (19,1 nota). Estes silêncios, e muitos outros, sejam quais forem os seus motivos, indicam que os Atos não são nem uma história geral do cristianismo primitivo, nem mesmo uma biografia completa de Paulo.

 

 

            A teologia dos Atos. Considerar os Atos tão-somente como documento histórico seria tomar um caminho errado, pois é à luz da fé que eles interpretam a história que contam. Antes de tudo os discursos “lêem”, à sua maneira, a história passada que evocam ocasionalmente, ou mesmo este ou aquele episódio atual (2,16-21.33; 4,10-12; 11,17s. etc.). Mas tal interpretação de fé se afirma também nas partes narrativas, nas quais Yaohu intervém como um dos atores da narração; ele age por seu anjo (23,8 nota), por seu Rúkha (1,8 nota); e pelos missionários remanescentes (15,4-12; 19,11 etc.); o crescimento das Igrejas é sua obra (2,47; 11,21.23) etc. De modo mais explícito que os evangelhos, os Atos mostram a integração da perspectiva histórica numa perspectiva de fé; o autor é por certo um historiador, mas um historiador que tem fé, como o foram os antigos historiadores de Israel. Para “alcança-los” é preciso considerar sua fé e o conteúdo desta, ou seja, em outros termos, sua teologia. Essa teologia está presente em toda parte no livro, mas o essencial dela é fornecido nos discursos e particularmente nos discursos missionários.

 

 

            A história da salvação. A pregação “Remanescente” é a proclamação de uma história da salvação, cujo ator principal é Yaohu, o Deus que criou o universo (17,24 etc.) e escolheu Israel (3,25; 13,17 etc.). Focalizada na história do mundo, o AT faz parte do Evangelho como uma primeira etapa (13,17-22; 7,2-50), tempo das prefigurações (7,25 nota, etc.) e sobretudo da Promessa e das profecias que já anunciavam a plano de Yaohu (2,23 nota).

            O tempo da realização (3,18 nota) começa quando Yaohu “suscita” Yaohushua (3,22.26; 13,23), ratificando sua vida, pregação e milagres (1,22; 2,22; 10,36-38). Sem que os judeus o saibam (3,13 nota), a Paixão e a morte de Yaohushua continuam a realizar o desígnio de Yaohu. Quando, por fim, Yaohu ressuscita Yaohushua, o faz “Yaohu e Christós – O UNGIDO” (2,36 nota): Vamos a nota: {Essa afirmação de Pedro salienta não apenas o fato de que Yaohushua é o Messias de Deus referido no Antigo Testamento (Is 11,1; Lc 4,18-21; At 3,18.20; 4,26; 5,42), mas também o YHVH – YAOHU exaltado (Rm 10,9; Fp 2,9-11) e Rei vencedor (1Co 15,24-25; Ap 19,16)}.Veja o que diz a: Confissão de Fé de Westminster – Capítulo VIII – Parágrafo III:

 

            O YHVH – Yaohu – Yaohushua, em sua natureza humana unida à divina, foi santificado e sem medida ungido com o Rúkha hol – RODSHUA, tendo em si todos os tesouros da sabedoria e da ciência. Aprouve ao Pai que nele habitasse toda a plenitude, a fim de que, sendo santo, inocente, incontaminado e cheio de graça e verdade, estivesse perfeitamente preparado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Este ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado pelo Pai, que lhe pôs nas mãos todo o juízo, e lhe ordenou que os exercesse.

            Referências bíblicas:

            Sl 45,5; Jo 3,14; Hb 1,8.9; Cl 2,3; Cl 1,9; Hb 7,26; Jo 1,14; At 10,38; Hb 12,24; Hb 5,4.5; Jo 5,22.27; Mt 28,18.

            {Sendo este estudo a forma irrefutável de que: Se o Pai se mostrou a sua criação através do Filho-encarnado! Como nos dizem as Escrituras Sagradas “Não as Bíblias...”; pois observe que o Filho sempre fala de que as Escrituras testificam Dele e não as “Bíblias”! Por que o Pai só teria um título? E nome do Filho tem que ser diferente do Nome do Pai que não foi revelado por vontade humana....?! Sendo que o Filho pode:curar, perdoar pecados e ser o único intercessor entre o Pai e o Filho...!! Etc. Só “Deus” poderia fazer o que o Filho fez na terra e veja os escritos que estão na Bíblia falando que Yaohushua é Yaohu! Então para que outro nome...? Só um deus falso faria tal ato.... Mas nunca um Deus verdadeiro. Isso prova que o Pai e o Filho compartilham o mesmo nome que salva!}.Infelizmente, não temos mais as Escrituras.... Só alguns pergaminhos ou talvez alguns pedaços...etc. mas o que foi compilado para as “Bíblias impressas” – redigidas, corrigidas copiadas e recopiadas e etc. esse foi o “mal” que temos que nos contentarmos mas as Bíblias são os conjuntos dos Escritos Sagrados. Mas foram em parte mudados.... infelizmente é o que temos e por vontade de Yaohu assim o é. Então não falo mal ou quero desacreditar das “Bíblias em si, só o que quero é que procurem a verdade somente isso!”. (Anselmo Estevan.); e lhe dá o Rúkha hol – RODSHUA prometido (2,33), é, em certo sentido, “a promessa feita aos pais” plenamente cumprida (13,22s.). Mas sendo essa promessa destinada a Israel e a todos os homens (2,39 nota) “até as extremidades da terra” (1,8 nota), a sua realização abre um espaço e um tempo em que a história da salvação prossegue. O presente prende a atenção dos Atos (cf. Lc 4,21 nota) o ponto de esfumar um pouco a visão do futuro (cf. 1,7.10s.), que, não obstante, continua sendo o seu horizonte último: o Dia em que Yaohu acabará de realizar o seu desígnio, enviando o Christós, “juiz dos vivos e dos mortos” (10,42 nota; cf. 3,20). {“Não se esqueçam que Ele veio primeiro para seu ‘povo’ – Então os nomes principalmente no ‘hebraico’ –, têm muita importância e valor...!!! Esse foi o maior erro de quando o texto acima fala: ‘até as extremidades da terra’, não tinham o direito de aportuguesar nomes e etc. É isso que me refiro tanto nessas apostilas...!!!” [O quê veio para nossa língua, os nomes, deveriam estar conforme o hebraico os cita e etc... É esse erro a que me refiro ao parágrafo citado acima!]}. Anselmo Estevan.

 

 

            O hoje de Yaohu. Para os Atos, o que desde a Ressurreição se vê e se ouve (2,33) continua, portanto, a cumprir as profecias (2,16-21; 13,40s.; 15,15-18; 28,25-27). Yaohu fica sendo sempre o ator principal; e, tornando invisível, Yaohushua não deixa de ser, com ele, o centro dos acontecimentos: a sua missão continua (3,26), ele derrama o Rúkha (2,33) que anima a vida da Igreja (1,8 nota) e “anuncia”, em pessoa, através de Paulo, “a luz ao povo e às nações” (26,23). Convém sublinhar que tal visão do “presente” da história da salvação não foi inventada pelo autor dos Atos, visto que já aparece em Paulo. A própria importância que esta atribui à Cruz e à Ressurreição de Yaohushua, no qual “as promessas de Yaohu têm o seu sim” (2Co 1,20), {sacrifício a “Cruz” – somente em seu “sacrifício” – de um Deus para seu “povo” caído pelo pecado em, não obedecer ao Criador e tentar ser independente Dele... Mas, veja o verdadeiro significado de “cruz” o quê hoje em dia os “Padres” e até muitas igrejas e católicos fazem esse sinal na testa e etc. Veja}.:

 

            {Cruz. Antigo instrumento de tortura e morte, formado por duas vigas, uma atravessada na outra, em que eram pregados ou amarrados os condenados. As cruzes eram de três feitios: em forma se xis, ou de maiúsculo, ou de sinal de somar, sendo mais longa a viga que ficava enterrada (Mc 15,30). A morte de Christós na cruz (1Co 1,17; Gl 6,14) Disposição de sofrer por Christós até a morte (Mt 16,24)}.

 

            {Assim, era a sua forma para que a pessoa morresse asfixiada pelo peso do próprio corpo em pura agonia! Os pulmões eram comprimidos pelo peso do corpo e grandes câimbras cobriam o corpo do crucificado preso pelos punhos puxando seu corpo para baixo sem poder respirar... uma morte horrível uma execução para ladrões, assassinos e para pior classe possível inventada pelos romanos para humilhar e sacrificar o próprio “homem”! Uma morte lenta que envolvia todo o “corpo”. Já vi até igreja de crente com esse sinal... É isso que temos que mudar a consciência humana para tais erros..... Anselmo Estevan.}, o leva a pensar e agir na perspectiva de um “hoje” (cf. 2Co 6,2), no qual as ESCRITURAS continuam se realizando, por exemplo, na salvação pela fé (G. 3,6-9; Rm 1,17; 4; etc.). Para Paulo, como para os Atos, a pregação missionária é a própria palavra de Yaohu que age e se difunde (1Ts 2,13s.; 2Ts 3,1; Cl 1,5-6), autenticada por sinais (Rm 15,19; 2Co 12,12). A sua conversão faz parte do desígnio de Yaohu (Gl 1,11s.; 15ss, etc.) A vida das Igrejas se lhe apresenta como continuação do tempo de Yaohushua (1Ts 2,14s.; cf. Hb 2,3-4). O autor dos Atos não é portanto o primeiro a ter percebido a importância do presente no plano de Yaohu, mas deu a este “hoje” um realce considerável no dia em que decidiu escrever os Atos como continuação do seu evangelho (1,1).

 

 

            A palavra de Yaohu e o seu “espaço”: O plano dos Atos. Este “hoje” é em primeiro lugar, para os Atos, o tempo da Palavra de Yaohu, da Boa Nova, do testemunho que proclama Yaohushua ressuscitado Yaohu e Christós. Se as primeiras testemunhas desta fé são, a título único, os doze Apóstolos (1,2 nota; 22 nota), Estêvão, Filipe, Barnabé e outros ainda, com Paulo na primeira fila (13,31 nota), participaram desse anúncio da Palavra que se faz ouvir até o fim do livro (28,30s.).

            Os Atos estão visivelmente atentos ao espaço simultaneamente geográfico e humano em que se difunde essa Palavra. Em Lucas, a manifestação de Yaohushua, começada em Nazaré, terminava em Jerusalém. Nos Atos, o Evangelho parte de Jerusalém (2 – 5), para atingir a Samaria e a Judéia (8,1 nota); depois, atinge a Fenícia, Chipre e a Síria (11,19-22), de onde parte para a Ásia Menor e a Grécia (13 – 18), antes de chegar a Roma (28,30 nota). Assim, o percurso da Palavra “até as extremidades da terra”, querido pelo Ressuscitado (1,8) e prefigurado no dia de Pentecostes (2,10 nota), entra na sua etapa decisiva. Se o Evangelho é assim anunciado por toda parte, é por ser destinado a “todos os homens” (17,31): primeiro a Israel (2,39 nota; 3,25-26), depois às nações pagãs. Determinada por Yaohu (2,39; 15,7-11.14) e por Yaohushua (22,21 nota), essa passagem do Evangelho e da SALVAÇÃO aos pagãos (13,46 nota) é o tema principal do livro. A conversão de Cornélio (10,1 nota), a evangelização dos gregos de Antioquia (11,19 nota), a missão de Barnabé e de Paulo (13,1 nota) são as primeiras etapas dessa abertura que, posta em questão em Antioquia e em Jerusalém, é finalmente confirmada (15,1 nota). Com isso, Paulo pode empreender a grande missão (15,36 nota) que lhe permitirá, graças ao seu cativeiro (21,33-28.14), levar o Evangelho, segundo a vocação que lhe é peculiar, até Roma, capital do mundo pagão (28,31 nota). Não obstante as incertezas de detalhes, as grandes linhas do plano dos Atos aparecem claramente nessas etapas simultaneamente geográficas e humanas que marcam a difusão da Palavra de Yaohu.

 

 

            Conversão, fé, batismo e dom do Rúkha. A pregação “Remanescente” chama finalmente os seus ouvintes a se converter  (3,19 nota), a sair de sua ignorância (3,17 nota), em uma palavra, a crer, reconhecimento que Yaohushua é Yaohu e Christós – O UNGIDO (2,36 nota). A fé, que, para os Atos, é evidentemente um ato livre do homem, nem por isso deixa de ser também um dom de Yaohu (5,31; 11,18; 15,9; 16,14 etc.), o único que “ABRE A PORTA DA FÉ” (14,27) e salva pelo YHVH – YAOHUSHUA (4,12 nota; 15,11). Ao duplo dom divino do perdão dos pecados (3,26 nota; 5,31; 10,43 etc.) e da participação no Rúkha difundido por Yaohushua (2,38; 10,45; 11,17) corresponde misteriosamente, da parte da Igreja, um duplo rito: para o PERDÃO, um batismo de água “em nome de Yaohushua Christós” (2,38 nota; cf. 1,5 nota; 19,5 nota); para o dom do Rúkha, uma imposição das mãos (6,6 nota; mas cf. 10,44 nota). Com isso os novos adeptos da fé ficam “batizados no Rúkha hol – RODSHUA” (1,5; 11,16) e participam das Promessas.

 

 

            As Igrejas, a Igreja, o povo de Yaohu. É assim que os convertidos ficam agregados a grupos que os Atos não tardam a chamar de Igrejas (5,11 nota; 7,38 nota; 11,26 nota). A sua multiplicidade, muito visível no livro, não as impede de ter consciência de caminharem num mesmo “Caminho de Yaohu” (9,2 nota), cujos membros, onde quer que estejam, se designam pelos mesmos nomes e, um dia, serão chamados cristãos (11,26 nota; 26,28). Não é portanto de espantar que a palavra Igreja tenha vindo a designar o conjunto das igrejas, “a Igreja de Yaohu que ele adquiriu para si com o seu próprio sangue” (20,28 nota; cf. 9,1 nota). Em todo caso, é claro que, para o autor, a conjunto dos crentes constitui o único povo de Yaohu, no qual a fé congrega circuncisos e incircuncisos (15,14 nota; cf. 18,10), ao passo que os judeus que “não escutam” Yaohushua são excluídos (3,23 nota; cf. 13,46 nota).

            Propriedade de Yaohu, este Povo e essas Igrejas estão singularmente próximas dele e do YHVH Yaohushua. Tocar nos cristãos é ferir Yaohushua em pessoa (9,5 nota); entrar em uma das comunidades é ajuntar-se ao YHVH (cf. 2,47 e 5,14; 11,24), cujo Rúkha anima e conduz toda a vida das Igrejas (1,8 nota; 5,3-4.9; 9,31; 15,28; 20,28 etc.).

            Bem, como foi em “Atos” que o termo cristão apareceu e foi usado... (só que não sabemos ou não temos o nome correto. Pelo menos temos o nome aportuguesado para nossa língua – “cristão” – derivado do nome de “Cristo”. Mas esse nome foi entendido errado e traduzido e aportuguesado para nossa língua como Cristo!). Só que o correto, como já relatei... é: Christós – na tradução seria: O UNGIDO! Então, devido a esses erros etc. não concordo com o termo “Cristão”. Mas está em toda a Bíblia; gostaria de unir o termo cristão ao termo remanescente. Mas nem sempre isso é possível pelos motivos de os “cristões” – mesmo tendo sido traduzido errado ou sei lá se ta certo... esse termo remete a pessoas que se misturam a: “crenças”, “religiões”, “idolatrias” e etc. a tudo quanto pode se “contaminar” e depois falar em voz alta: “Eu sou cristão”. [Muitos colegas meus dizem: eu sou cristão! Mas não pensam por um segundo se está fazendo mal ou bem a alguém.... Claro todos somos falhos mas dizer que é cristão e não se importar ou saber e não achar que está errado e só falar – eu sou cristão já ta tudo bom..., é isso que não gosto...! Então, vamos ao dicionário bíblico para relembrar esses dois termos]:

            Cristão: Seguidor de Cristo (At 11,26).

            Um seguidor de Cristo. Em Antioquia, foram os discípulos pela primeira vez chamados c, At 11,26. Por pouco me persuades a me fazer c, At 26,28. Mas, se sofrer como c, não se envergonhe disso, 1Pe 4,16. Os c também eram chamados de: os do Caminho, At 9,2; irmãos, At 15,1.23; 1Co 7,12; discípulos, At 9,26; 11,29; crentes, At 5,14; santos, Rm 8,27; 15,25. (o “c” – é de ‘cristão!’ Ok.). Anselmo.

            Em primeira mão:

           

            CRISTÃOS: grego, “chistianós”, seguidores de Cristo.

 

            A cunhagem desse vocábulo – cristão- segue a ordem de termos como “herodianos” (ver Mt 22,16; no grego, “herodianoi”, isto é, seguidores de Herodes) ou “cesarianos” (seguidores de César). Deissman, em sua obra Light from the Ancient East, pág. 377, dá exemplos do genitivo Kaisaros, que também significa “pertencente a César”, tal como o adjetivo comum “cesariano”.

            A palavra “...chamados...” (no grego, “chrematisai”) denota “obter o nome”. O termo “cristão” (no grego, “christianous”) se compõe da palavra grega que significa “Messias” ou “Christós” (Ungido), mais a terminação latina usual que significa “partido de”. Por conseguinte, em Antioquia, alguém inventou uma nova palavra, que agora é usada entre nós há quase vinte séculos. Não é muito provável que os judeus tenham cunhado o termo, pois jamais teriam elevado a nova seita aplicando-lhe qualquer forma ou derivado da palavra hebraica “MESSIAH” (Ungido). Também é perfeitamente evidente que os próprios discípulos de Christós não inventaram essa designação. O mais provável é que tenha sido criação dos gentios de Antioquia, familiarizados como estavam tanto com o latim como com o grego, sabendo que os discípulos de Yaohushua chamavam-no pelo título de “Cristo”. Usaram tal palavra, pois, a latinizaram-na um tanto, a fim de dar-lhe o sentido de “partidários de”, “seguidores de”, “ardentes de” Cristo..... Bem, como o termo é muito grande e ninguém assume que esse termo é errado vou deixar por aqui mas não concordo, em grego não parece em nada com cristão! (O que consegui em grego é mais ou menos: Xepiotiavous = Cristianouz.). Acho que dá pra ter uma idéia sobre esse assunto. [Bem, uma curiosidade quero relatar: Como curiosidade histórica, é possível que muitos pagãos tenham chamado os crentes de “crestãos”, e não de “cristãos”, não estando bem familiarizados com o conceito hebreu de “Cristo” – (aqui, o livro já dá a forma errada para o título Christós!). Ou “Messias” – (agora, coloca o termo correto...! Por isso é confuso o estudo....), mas antes, confundindo essa palavra com termo similar, “chrestus”, que é nome próprio até hoje bastante comum na Grécia e significa “bom”. Alguns pagãos provavelmente pensavam que os discípulos eram os “bons” (“chrestianos”). Esse parece ter sido o ponto de vista de Seutônio (historiador romano, quando disse que os judeus haviam feito perturbações em Roma, sob a “instigação de Cresto”)].

            [Nos escritos dos pais da igreja cristã há diversos usos primitivos desse vocábulo, o que mostra como tal título veio a tornar-se, desde quase o princípio, uma designação honrosa, ainda que originalmente tivesse sido palavra cunhada pelos pagãos de Antioquia. (Ver Inácio, Epístolas, Rom. 3:3; Mgn . iv; Efé. 11:2; Mart. Plvc. X e xii: 1,2). Nos escritos de Gregório (Naz. Orat. Iv {sobre Jul. 1 86, par, 114}, ficamos sabendo que os judeus costumavam fazer objeção a esse nome como designação para indicar os seguidores de Yaohushua, e preferiam chamá-los “galileus”)]. Material tirado da enciclopédia: O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo da Editora Hagnos. Autor – R.N. Champlin, Ph. D. (Com a interpretação dos versículos em “grego”!). Tire você sua própria idéia.... Pagãos, cunhado.... Padres.... etc...

 

            REMANESCENTE: SOBREVIVENTE (Rm 9,27); ver RESTANTE E RESTO.

 

            RESTANTE: SOBREVIVENTE (Is 28,5). Pequeno número de fiéis (Is 10,20-23); RA. V.REMANESCENTE.

 

            RESTO: SOBREVIVENTE (Jr 42,2). Pequeno número de fiéis (Rm 11,5. RC).

 

            Anselmo Estevan.

 

 

 

            A vida nas Igrejas. Ao mesmo tempo que permitem perceber o que era e o que pretendia ser a vida das primeiras Igrejas, os “sumários” dos Atos revelam perfeitamente o que o autor considerava o ideal para o qual todas as comunidades cristãs deviam tender.

            O primeiro sumário considera antes de tudo a assiduidade ao “ensinamento dos apóstolos” (2,42) - ao qual sucederá o ensinamento de outros dirigentes da Igreja (14,22; 20,7.18-35). Tal ensinamento prolongava, para o uso dos convertidos, a mensagem em que acreditaram. Nele, a “moral” tinha provavelmente um papel preponderante, insistindo sem dúvida no amor fraterno (cf. 20,35). Em todo caso, a “comunhão fraterna” é o aspecto da vida cristã que vem imediatamente depois do ensinamento. Ela consiste fundamentalmente em “ter um só coração e uma só alma” (4,32; 2,44 nota) – o episódio central do livro diz em última análise como foi salva esta comunhão das Igrejas em que conviviam circuncisos e incircuncisos (15,1-35). Essa comunhão espiritual expande-se, aliás, na partilha de todos os bens (2,44 nota) ou, ao menos, numa repartição entre os irmãos (9,36 nota; 10,48 nota; 2034; 21,24) ou entre as Igrejas (11,29 nota).

            Os dois últimos elementos constitutivos da vida das Igrejas que os Atos põem em destaque são: “a fração do pão e as orações” (2,47). A fração do pão designa certamente a eucaristia (2,42 nota; 13,2 nota; 20,7 nota). Quanto às orações, elas não eram somente um componente da refeição eucarística, do batismo (cf. 22,16) e da imposição das mãos (8,15.17), isto é, da liturgia, mas acompanhavam toda a vida cotidiana das Igrejas e dos cristãos (1,14; 4,24 nota; 9,40; 10,9; 12,5-12 etc.).

 

 

            Os Doze Apóstolos, os Sete, Paulo, os Profetas, os Anciãos. No interior das Igrejas destacam-se grupos fiéis que têm à sua conta funções particulares. Este é, em primeiro lugar, o caso dos doze apóstolos (1,2 nota) em torno de Pedro (1,13; 2,14; 5,3.29; 9,32 etc.; 15,7) os quais, em Jerusalém e fora de Jerusalém, ocupam um lugar único em seu gênero. A função deles, aliás, ultrapassa (4,33-37; 5,12.18-40; 9,27 etc.) sua missão fundamental de testemunhas (1,8 nota) e de servos da Palavra (6,2). Sem dúvida, sua presença em Jerusalém atesta que, ao menos no início, esta primeira comunidade desempenhou, em larga escala, um papel de centro e reguladora (8,14; 9,32; 11,1.27-30; 15,2.36 nota). São os apóstolos, sobrecarregados por suas responsabilidades e preocupados com a preservação do essencial, que instituem os Sete (6,1 nota). Ao invés, é o próprio Yaohushua quem confia a Paulo uma missão que, embora não esteja no mesmo plano da dos Apóstolos (13,31 nota), não deixa de ser de importância capital (22,21 nota) e fará dele um fundador e um dirigente de Igrejas. Em outro plano, totalmente diferente, situam-se os profetas: eles jamais aparecem como “instituídos” por homens, mas são inspirados pelo Rúkha e desempenham um papel importante na vida das Igrejas (11,27 nota). Quando os Atos falam de anciãos nas Igrejas paulinas, trata-se de personagens “instituídos” por Paulo (14,23 nota) para assumir durante sua ausência a responsabilidade dessas Igrejas (20,18 nota, 28  nota); na falta de outras informações, é permitido supor uma origem e um papel análogos para os anciãos de Jerusalém (11,30 nota) em torno de Tiago (21,18; cf. 12,17; 15,13).

            Sem que o autor do livro insista sobre esse ponto, as Igrejas que ele apresenta possuem, pois, ao menos uma certa estrutura. Mas o papel dos simples “irmãos” não fica, com isso, reduzido a nada. Quer sejam profetas, quer não, eles aparecem mais de uma vez associados a decisões importantes (1,15s.; 6,3; 13,1-3; 14,23 nota), e é uma decisão do Rúkha, “de acordo com toda a Igreja”, que põe termo à assembléia de Jerusalém (15,22.23 nota, 28); para o autor, tal poderia ser, na linha da “comunhão”, o governo ideal da Igreja.

 

 

            A Lei de Moisés e a fé em Yaohushua. Um último ponto da teologia dos Atos deve ser tratado à parte, em razão de sua importância: como é que o autor vê a passagem do judaísmo para o cristianismo, da salvação pela lei (15,1.5) à salvação pela fé e pela graça (15,9.11)?

            Paulo, diante do governador Félix, afirma, não sem paradoxo, que seguindo “o Caminho”, ou seja, sendo cristão, ele permanece integralmente fiel à fé e à esperança de Israel (26,22 nota). Os judeus que se tornavam cristãos não abandonavam, por isso, as práticas do judaísmo (2,46 nota), a lei e a circuncisão (15,5; 21,20s). Pedro não era uma exceção (10,9.14). Estêvão talvez fosse menos hostil à Lei do que diziam os seus adversários (6,13 nota). E o próprio Paulo pretende ser (21,24; 25,8) e se mostra fiel observante da Lei (16,3 nota; 21,26; 22,17). A Igreja judaica, ao mesmo tempo que era a Igreja, estava ainda profundamente imersa no judaísmo. Não criticando essa situação em si mesma, os Atos parecem indicar que o julgam normal. {É, só que nós, os seres humanos, e, principalmente daquela época, somente procurávamos o quê é terreno! Esquecendo que o próprio Criador estava com eles... Mas mesmo assim, se esqueciam de olhar para as coisas que vem de cima... e só se importavam com normas, regras, crenças, religiões, enfim, regras humanas que um dia desaparecerão...! Por isso não o receberam em seu nome que salva! É esse ensinamento que ele nos deixa hoje nas Sagradas Escrituras – que foram compiladas nas “Bíblias de hoje em dia...”! Por isso, nunca deixe de procurar a verdade mas a verdade que vem dos céus. Ou seja Dele! Anselmo Estevan.}.

            Mas esse Israel, agora beneficiário das promessas em Yaohushua “Yaohu e Christós”, deve abrir-se às nações, segundo modalidades concretas que nem Yaohushua nem Yaohu revelaram aos crentes judeus. Por isso, o próprio Yaohu intervém para a conversão dos primeiros incircuncisos. Cornélio e os seus, em Cesaréia (10,1 nota). Ele faz Pedro compreender que o trato com esses homens, purificados pela fé, e a comensalidade com eles não poderiam ser uma fonte de “impureza” para um judeu (10,28 nota. 35 nota). A Igreja judeu-cristã de Jerusalém admite e saúda este acontecimento (11,18); alguns de seus membros, todavia, o interpretam como uma exceção; com efeito, um dia quererão impor aos gregos convertidos de Antioquia (11,20-21) a circuncisão e a Lei como necessárias à salvação (15,1.5); era sem dúvida um meio radical de resolver os problemas criados pela coexistência e a comensalidade de judeus e não-judeus nas Igrejas. Para o autor dos Atos, a solução desses problemas foi indicada de uma vez por todas em Cesaréia e o livro descreve, com visível satisfação, a vitória deste ponto de vista em Jerusalém (15,4-29). Essa vitória, é verdade, foi obtida mediante um acordo (15,19 nota, 20 nota) – que salva aliás a “comunhão” da Igreja –, mas o essencial permanece: com ou sem circuncisão, é pela fé e pela graça do YHVH Yaohushua que os cristãos (termo inventado pelos gentios em Antioquia...) são salvos (15,9.11). Grifo meu – Anselmo.

            Que motivo podia ter então um judeu-cristão de permanecer fiel à circuncisão e à Lei? O autor não diz nada a este respeito. Talvez nem se tenha feito esta pergunta. Em todo caso, ela não devia lhe parecer de maior importância; ele pensa visivelmente que, devido à repulsa ao Evangelho pela maioria dos judeus (13,46 nota), é aos pagãos sobretudo, se não unicamente (28,30 nota), que a SALVAÇÃO é doravante proposta (28,28 nota).

 

 

            Para quem e por que os Atos? O problema do público visado pelo autor e das intenções que o conduziram a escrever é de uma importância particular para a compreensão histórica e doutrinal de sua obra.

            O autor provavelmente não excluía os judeus do círculo dos seus leitores: alguns deles podiam ser sensíveis à fidelidade judaica dos cristãos circuncisos, ou ao tema do cumprimento das Escrituras. Mas os Atos não podem ter sido destinados a um público preponderantemente judeu: o autor insiste demais sobre a rejeição do Evangelho por Israel como também sobre as responsabilidades dos judeus na morte de Yaohushua (2,23; 3,13-15; 13,27-29) e as dificuldades encontradas pela missão cristã. A hipótese de um público pagão se apresenta melhor à primeira vista. É aos pagãos que a SALVAÇÃO é finalmente proposta (28,28). Paulo, o principal missionário cristão, {é aqui que discordo desse termo inventado...; pois, é em Romanos 9,27; 11,5 – que o termo REMANESCENTE – é revelado por Paulo nas ESCRITURAS SAGRADAS! Então, como ele pode ser e falar em um termo “Remanescente”, e, ser um cristão? Não mesmo, citaria também: Is 49,6; Jr 50,20 Paulo é seguidor de Yaohushua – Christós!(Anselmo Estevan)}, é cidadão romano de nascença (16,37 nota); a sua inocência é sempre reconhecida pelos tribunais romanos (18,15 nota), e com razão, pois “o Caminho” que ele prega não é nem um movimento político sedicioso (17,7 nota), nem uma religião nova ilegal (18,13 nota). Se for inverossímil que os Atos sejam um discurso destinado a defender Paulo perante o tribunal do imperador, é perfeitamente pensável que o autor os tenha escrito julgando que poderiam cair com proveito sob os olhos de leitores ainda pagãos.

            Mas, afinal, o próprio conteúdo do livro, a fé que nele se exprime com clareza e continuidade, os problemas que nele são tratados, tudo indica que o autor escreve sobretudo para um público cristão. Teria sido então sua intenção primeira defender as posições missionárias de Paulo contra os judeu-cristãos? Neste caso, ele teria sem dúvida insistido menos na fidelidade judaica da primeira geração cristã, que só podia fornecer argumentos a tais adversários. Na realidade, as suas preocupações fundamentais parecem essencialmente positivas: ele escreve os Atos antes de mais nada, bem como o seu evangelho, para a instrução e a edificação dos cristãos. É com essa finalidade que ele narra a difusão da Palavra até o dia em que ele ressoa “com segurança e sem entrave” na própria Roma. Insistindo no papel da fé, ele se opõe a eventuais tendências judaizantes; respeitando a fidelidade judaica dos cristãos circuncisos, ele desarma sem dúvida possíveis criticas da parte de seus irmãos incircuncisos. Ele é fundamentalmente o homem da unidade e da comunhão, que chama a Igreja a viver, sob a direção do Rúkha hol – RODSHUA, como a Igreja de Jerusalém, que tinha um só coração e uma só alma.

 

 

            O autor e a data dos Atos. É possível, como demonstra a presente introdução, falar longamente dos Atos sem identificar o autor ou a data. Mas do mesmo modo que o problema do público e das intenções do autor, também estas questões clássicas não deixam de se apresentar a quem quer apreciar e compreender o livro.

            O autor dos Atos é o mesmo que o do terceiro evangelho. A tradição esteve persuadida disso durante séculos. Essa identidade de autor é, por outro lado, postulada pela comparação dos prólogos dos dois livros: ambos são dedicados a Teófilo (Lc 1,3; At 1,1) e o prólogo dos Atos faz alusão ao evangelho (At 1,1 nota). O estudo da língua e do pensamento das duas obras, enfim, favorece nitidamente a identidade de autor. Mas quem é ele? A presença das passagens em “nós” sugere que ele tenha pertencido à equipe de Paulo. A discrição dessa sugestão, o lugar atribuído pelo livro à missão de Paulo, concordâncias importantes com o pensamento Paulino convidam também a procurar o autor por esse lado, e “Lucas, o caro médico” (Cl 4,14; Fm 24), é então mais ou menos o único candidato provável. Mas outros dados devem ser tomados em consideração. A concordância do pensamento dos Atos com o pensamento de Paulo em suas cartas permanece ao menos problemática em certos pontos, mesmo importantes, como por exemplo a nação de apostolado (13,31 nota) ou o papel da Lei. Do mesmo modo, certas afirmações ou certos silêncios dos Atos parecem verdadeiramente estranhos: como, por exemplo, um companheiro de Paulo, que, aliás, se interessa tão visivelmente pelo problema da conversão dos pagãos, teria deixado de falar da crise gálata? Esses problemas são reais. Mas será que isso obriga a concluir que o terceiro evangelho e os Atos não podem ter por autor um companheiro de Paulo e que a candidatura de Lucas está, portanto, radicalmente excluída? Tal conclusão seria, no mínimo, discutível.

            Quando à data do livro, um ponto é claro: segundo o seu prólogo (1,1), o livro foi escrito depois do evangelho de Lucas. Durante muito tempo a indicação de uma data precisa pareceu simples: se o autor não diz nada sobre o resultado do processo em Roma, processo cuja fase palestinense ele havia contado longamente, é que ele o ignorou, tendo escrito o seu livro “dois anos” (28,30) após a chegada de Paulo a Roma, isto é, por volta de 62-63, antes do fim do processo. Mas o evangelho de Lucas, e ainda mais o de Marcos, que lhe é anterior, deveriam então ser situados em datas muito antigas, que o conjunto da crítica moderna pensa não poder admitir. Aliás, não se percebe bem por que o autor não teria esperado o fim do processo (28,30 nota) para escrever, ou ao menos, completar o seu livro: seus leitores não teriam ficado surpresos nem com uma condenação (cf. 20,22-24; 21,11-14), nem com uma absolvição (26,32; cf. Fm 22). Na realidade, desde a chegada de Paulo a Roma, a atenção se desvia do processo para voltar ao tema principal da obra: o anúncio do Evangelho em Roma. “nas extremidades da terra” (28,30 nota) por aquele que havia recebido a missão de dar testemunho em Roma como em Jerusalém (23,11). Esta interpretação do fim dos Atos já não permite fixar uma data precisa para a sua redução. Como a crítica atual situa geralmente o terceiro evangelho após o ano 70, ela tende a indicar para os Atos uma data ao redor de 80, com uma aproximação de uns dez anos.

 

 

            Atualidade do livro dos Atos. O livro dos Atos é, em certo sentido, o mais atual dos livros do Novo Testamento, visto que o tempo e o espaço da Palavra que ele expôs permanecem abertos perante todos os cristãos e assim ficarão até a vinda de YHVHYaohuYaohushua (1,11). Se “os irmãos” de hoje souberem ler este livro, juntos e pacientemente, eles aprenderão nele, ou reaprenderão, que sempre devem ser, juntos, as testemunhas do Ressuscitado “até as extremidades da terra”, em Igrejas cuja diversidade não impeça que constituam um só Povo de Yaohu. E o Rúkha hol – RODSHUA, que o Yaohu-Yaohushua (YHVH) – comunica hoje como ontem, lhes inspirará talvez essas “decisões anônimas” (15,25) que lhes permitem seguir juntos “o Caminho do YHVH”.

 

            {Ficando assim, também, provado – em ATOS – que o Pai, o Filho e o Espírito – “SÃO UMA ÚNICA PESSOA”! Não podendo em hipótese nenhuma de Cada um ter um nome diferente do outro ou Um só ter Um Título! Um ter um nome comum dados aos homens (E UM NOME QUE NADA TEM HAVER COM SALVAÇÃO, OU AO QUE OS “ESPERAVAM...”!) e o Outro ter apenas um nome simples...! Sendo assim: em Atos afirma que todos são UM! E que a SALVAÇÃO, depende disso! E, é isso que devemos descobrir no aqui e agora. Para podermos glorificar em nome da SALVAÇÃO QUE NOS FOI DADA A SUPORTAR A NOSSA “QUEDA”, DE MORRER POR NÓS QUANDO AINDA ÉRAMOS PECADORES E ISSO É O MÍNIMO DE QUE DEVEMOS LHE RETRIBUIR EM TROCA DAS INFIDELIDADES DO HOMEM PARA COM SEU CRIADOR...! E, DAS “ADULTERAÇÕES QUE FORAM FEITAS EM SUA PALAVRA...!” POR ISTO, ACREDITEM NELE NAS ESCRITURAS SAGRADAS! E, MESMO NA “BÍBLIA” – POIS NADA MAIS É DO QUE A SUA PALAVRA COLOCADA EM UM ÚNICO LIVRO! “MAS, PROCURE A VERDADE POIS ELA O LIBERTARÁ!”}. Anselmo Estevan.